quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Diário de bordo: Noruega - 07

De volta ao trabalho ! Hoje e amanhã assistirei um treinamento sobre um equipamento novo de detecção de incêndio. Serão dois dias corridos, porque além de participar do evento eu tenho que resolver outras pendências.


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

Diário de bordo: Noruega - 06

Essa noite eu delisguei o despertador e hoje só acordei às nove. É muito fácil dormir aqui, é escuro, frio e eu durmo num casulo quentinho (risos).
Meus lábios amanheceram detonados. Minha suspeita é que o frio de ontem os ressecou demais e eles racharam. Preciso providenciar algum tipo de manteiga de cacau...

Como esperado o dia está horrível, congelante, chuvoso, cinza, um caos pra qualquer brasileiro que viva numa cidade do sudeste pra cima.
Já que eu não vou sair agora de manhã, vou aproveitar pra falar das mulheres de meia idade e da terceira idade norueguesas. Nas minhas observações, eu vi que existem basicamente três tipos de “senhoras”: a Viking dominadora, a Troll simpática e a Fada madrinha.
É curioso, porque todas as mulheres, quando mais novas, são muito parecidas. Elas têm uma beleza bem apreciada no Brasil, traços finos, olhos azuis, cabelos lisos loiros e pele branquinha ou rosada. Mas quando elas envelhecem se tornam um dos tipos supracitados.
Não estou sendo cruel, apenas usando nomes típicos pra descrê-las...

A Viking é uma mulher que manteve a sua reserva de gordura alta desde pequena, cresceu pra caramba e ficou troncuda como os seus ancestrais exploradores. O engraçado é que todas que eu vi estavam acompanhadas de “baixinhos” intimidados. Será que eles levam uns tapinhas em casa ? (risos)

A Troll é o tipo predominante. Como os loiros tem a pele mais sensível, eles ficam muito suscetíveis ao clima daqui. Consequentemente as pessoas ficam enrrugadas relativamente cedo, com aquele aspecto de amassado. Normalmente são mulheres simpáticas e sorridentes, mas existem as antipáticas e cizudas.

A Fada madrinha é aquela figura dos contos de fadas, com cabelo arrumado, óculos e pele conservada. Nas minha andanças eu vi algumas mais gordinhas, outras mais magrinhas, mas todas com um aspecto bem maternal.

Claro que agora que tipifiquei as senhoras, eu fico olhando e batizando cada uma delas. Também tentei estabeler um critério de ligação entre as jovens e cada um dos tipos, mas não consegui. Talvez seja difícil até pra um norueguês, já pensou acordar com uma viking do lado depois de vinte anos de casado ? O lance é andar na linha e torcer pra ela não ter um machado debaixo do travesseiro.


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

Diário de bordo: Noruega - 05

Hoje é sábado. Ontem à noite, quando eu cheguei no hotel eu consultei a meteorologia pra ver a previsão pra hoje. Ela era de sol e eu resolvi adiantar alguns trabalhos até mais tarde pra poder curtir um dia de folga.
Acordei cedo e fui logo tomar café. A primeira surpresa foi que as oito da manhã ainda estava escuro. Eu não tinha me tocado disso antes, porque a cortina do quarto estava fechada, mas eu já estava com um monte de roupa e segui com o plano. A segunda surpresa foi o restaurante do hotel lotado. Era muita gente e tinha até fila organizada pra pegar a comida...
Os noruegueses são muito reservados e ninguém senta com estranhos na mesma mesa. Isso causa um pouco de confusão, porque fica um monte de gente em pé com o prato na mão olhando ao redor em busca de uma mesa vazia. Não havia nenhuma e pelo ritmo da galera sentada, não haveria por um bom tempo. Como eu sou cara de pau mesmo, fui logo me aproximando de uma mesa grande de 12 lugares já ocupada. Com todo o meu “charme brasileiro”, pedi licença e voilà, problema resolvido.

Aqui cabe comentar uma curiosidade nórdica: eles almoçam no café da manhã e tomam café da manhã no almoço. Todos os dias eu dou bom dia ao meu estômago com salmão defumado, sashimi de salmão, camarão, “hering” (peixe daqui), atum, queijos, ovos mechidos, sem contar as coisas que eu não como: batatas assadas, feijão, bacon, salsichas e bolinhos de carne, milhões de tipos de frios, tomates, pimentões, pepino.
É uma festa, mas é duro nos primeiros dias...

Por fim, terminei meu banquete e fui passear. Estava um frio desgraçado, mas todo mundo feliz da vida fazendo compras. Caminhei umas oito horas no total, três de manhã e mais cinco à tarde. Visitei praticamente a cidade inteira, só dessa vez eu consegui fazer passeios de certa forma inéditos. Entrei na catedral de Nidaros, a mais antiga da Noruega; assisti um apresentação de uma solista lírica e um concerto de flautas em outra igreja; fui na fortaleza de Trondheim, um local histórico; na torre de rádio, uma construção com um restaurante panorâmico bem alto com visão de toda a cidade; em alguns museus, na universidade tecnológica, já que eu estudei numa também; alguns parques, o pier, enfim, rodei tudo e foi bem legal !
Ainda não sei o que vou fazer amanhã, mas a previsão é de chuva e frio !


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

Diário de bordo: Noruega - 04

Eu já tinha consultado o Google Maps pra saber quais eram as distâncias entre o meu hotel e os locais que teria que visitar. Depois de andar de ônibus ontem, eu me dei conta que é tudo perto e como experiência valeria a pena andar e conhecer uma parte não turística da cidade.
Resolvi arriscar a caminhada, mas quando saí do hotel o tempo estava nublado e chovia bastante. Desisti da caminhada, do ônibus e apelei pro taxi.
Com certeza os taxistas noruegueses são ricos. Paguei quase 190 coroas norueguesas por uma corrida de 4 Km ! Isso é aproximadamente R$63 que paga uma corrida de no mínimo 40 Km no Rio de Janeiro. Achei um absurdo, mas pelo menos há uma facilidade enorme, os taxis aceitam cartão de crédito. Sim, todos eles, é fantástico !

Terminado meu compromisso do dia eu já estava preparando o bolso pra morrer em mais R$63, quando pra minha surpresa, chego na recepção da empresa e vejo o céu azul. Não pensei duas vezes, saquei meu mapinha miniatura e coloquei o pé na estrada.
Nos primeiros quinhentos metros eu respeitei o mapa, mas logo eu vi uma igreja com um mini cemitério em volta, como se vê nos filmes. Aquilo chamou minha atenção e desviei da minha rota. Dali em diante foi um caminho alternativo, eu sabia apenas a direção que deveria seguir até o hotel. Fui sendo guiado pela “força” (piada interna), que me levou por várias ruelas, vielas, quintais, casinhas de madeira, construções antigas e novas, algumas empresas pequenas e finalmente a maior cervejaria local, a DAHLS.
Pra minha surpresa, eu de repente saí na rua que tinha visitado no dia anterior de ônibus e imediatamente meu GPS interno se ajustou. A partir desse momento eu faria a festa, porque tinha decorado o caminho do ônibus e o caminho a pé. Ambos combinados me levariam aos meus compromissos da semana seguinte.

Hoje é sexta-feira e tenho um final de semana pela frente. Vou ter que trabalhar um pouco, mas certamente vou poder aproveitar o SPA do hotel e andar pela cidade.


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

Diário de bordo: Noruega - 03

Nas vezes anteriores que eu estive aqui na Noruega, mas precisamente em Trondheim, eu sempre tinha um serviço de taxi providenciado pela empresa local, porque eram treinamentos técnicos organizados pra engenheiros de todo o mundo. Seria uma zona sem uma logística coordenada...
Dessa vez é diferente, estou representando a área comercial da minha empresa e apesar de ter assistido um treinamento, ele foi somente uma oportunidade que consegui encaixar no meu cronograma. Meu objetivo maior agora é vender !

Consequentemente eu precisaria me deslocar por minha conta. No primeiro dia eu resolvi andar de ônibus e aprender no detalhe como funciona o sistema viário. É muito fácil e caro. Cada passagem custa o equivalente a R$10 e te dá direito a uma única viagem. Por outro lado, os ônibus são novíssimos e confortáveis, tipo um frescão sem ar condicionado, é óbvio. Os motoristas falam num microfone o nome de cada parada e tendo o mapa do sistema de transporte é possível entender e não se perder. Além do mais, cada ponto de ônibus possui uma tabela com com todas as linhas que passam por ali e com os horários de cada uma delas. Os horários são precisos, como na Alemanha ! É incrível !!!

Enfim, esperei uns quinze minutos e peguei a linha 3, atento ao caminho pra ver se era possível ir caminhando numa próxima vez.


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

sábado, 21 de novembro de 2009

Diário de bordo: Noruega - 02

Viva a internet ! Por motivos de força maior (entenda-se Petrobras) acabei tendo que rever o cronograma da minha viagem poucos dias antes de viajar. Faltava reservar um dos hotéis e pra minha sorte recebi uma ligação de uma das empresas que eu iria visitar. Eles ligaram pra dizer que o hotel que tinham me indicado por terem um desconto especial estava oferecendo um preço ainda mais barato se a reserva fosse feita pelo site Hotels.com. Achei a atitude bacana e fui conferir...

Comecei a fazer minhas análises logísticas, porque na Noruega não se pega taxi, que é um absurdo de caro. Os deslocamentos são feitos de ônibus, que aliás funciona maravilhosamente bem, como todo o resto. Em especial, existe um ônibus chamado Flybussen, que faz o trajeto do e para o aeroporto de cada cidade.

Descobri que por mais R$19 por diária eu podia ficar num hotel um pouco mais velho (fundado em 1897... risos), em cuja rua o Flybussen passava. Com temperatura abaixo de zero à noite, eu pensei: apesar da incoerência do preço, prefiro ficar num hotel velhinho e em frente ao ponto de ônibus !

Pra minha surpresa, quando eu chego no hotel eu me deparo com um monumento histórico maneiríssimo ! Já vim umas cinco vezes aqui, mas não lembrava desse prédio. Ele até parece um pouco com o Copacabana Palace...
Entrei estupefato e na recepção estavam me esperando. Em seguida me explicaram como funcionavam as coisas, quais os horários das atividades e por último mais uma surpresa, disseram que o hotel tinha um SPA gratuito para os hóspedes ! Pensei comigo: deve ser uma sauna básica e uma academia com uma esteira e uma bicicleta. É, eu estava enganado...

Pra resumir, tem sauna de ervas, sauna finlandesa, sauna seca, banho de água mineral para os pés, cromoterapia + musicoterapia, ducha simuladora de cachoeira, enfim, várias opções super relaxantes e revigorantes. No final de semana eu vou poder aproveitar melhor, espero rejuvenescer uns cinco anos !


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Diário de bordo: Noruega - 01

Realmente eu me sinto muito bem na Europa. Curiosamente, eu nunca visitei o velho continente a passeio, mas definitivamente isso tem que mudar.
Claro que aqui não existe a quantidade de produtos e serviços e a velocidade que se encontra nos EUA, onde eu mais vou, mas também, pra que tanta coisa, pra que correr ? Slow down, baby !

É impressionante como aqui as coisas funcionam, como as pessoas são simpáticas e solícitas. Todos nas lojas são cortezes e não é aquele clima de “o cliente está sempre certo”, mais parece que você é realmente respeitado como consumidor e antes de tudo como ser humano ! Cultura de povos que já viveram muito, eu diria...

Desde ontem estou na minha rota para Trondheim, na Noruega. Já passei por Paris e Amsterdã e agora aguardo meu último vôo. Estou indo pra lá fazer algumas reuniões e treinamentos técnico-comerciais em empresas parceiras da minha. Nos próximos dias eu vou trabalhar muito e dormir pouco, já que além do meu trabalho aqui, continuo recebendo e-mails e executando minhas tarefas normais.

Vamos ver se eu consigo manter meu blog atualizado...


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Da temporalidade das escolhas

Não tem jeito, eu vejo o tempo como um grande inimigo. Minhas reflexões atuais me levam a crer que a sua invenção foi a pior já feita pela humanidade... mas deixemos esse assunto pesado para um outro "post".

Dentre as frases de efeito que eu costumo dizer pra alguns amigos, talvez a mais impactante seja "a vida é feita de escolhas". Ouvindo-a ou lendo-a assim, descontextualizada, parece algo óbvio, mas eu a entendo de forma mais complexa.
Fazemos escolhas a todo instante, consciente ou inconscientemente: Levantar quando o despertador toca, beber leite achocolatado, escovar os dentes, desejar bom dia pro vizinho (...) comer sobremesa depois da janta, assistir o noticiário...

A questão é que nós envolvemos o tempo nesse processo e uma simples escolha passa a ser "a escolha certa", "a pior escolha", "a escolha adequada", etc.

Essa adjetivação surge inicialmente por conta de um mecanismo de comparação. Levantar ao ouvir o despertador é a escolha certa, porque um compromisso já foi perdido, por conta dos cinco minutos a mais de soneca; beber leite achocolatado é a pior escolha, uma vez que suco de laranja é mais saudável, desejar bom dia pro vizinho é a escolha adequada, pois ele aceitou emprestar sua vaga de garagem gratuitamente.

Até aí tudo bem, comparar faz parte da essência mental humana. O problema é quando tentamos burlar a continuidade do tempo e afirmamos que o resultado seria mais favorável se tivéssemos feito uma escolha diferente da que fizemos, por exemplo, que não teríamos perdido o compromisso se não tivéssemos dormido mais cinco minutos; que não tivemos gastrite, porque nunca tomamos suco de laranja no café da manhã; que se não fosse pelo empréstimo do vizinho nosso carro não teria sido arranhado.

O fato é que nunca saberemos o que teria acontecido se tivéssemos feito escolhas diferentes das que já fizemos. Ao imaginarmos um instante no passado diferente, somos obrigados a considerar infinitos possíveis desfechos, não um único.

Enfim, existem escolhas, simplesmente escolhas ! A vida encarada dessa maneira nos afasta de muitas frustações, medos, ansiedades e outras armadilhas do tempo.


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Sometimes we...

Sometimes we ask
Sometimes we answer
Sometimes we discuss
Sometimes we rubbish
Sometimes we shut
Sometimes we listen
Sometimes we talk
Sometimes we advise
Sometimes we wonder
Sometimes we desire
Sometimes we plan
Sometimes we pray
Sometimes we get
Sometimes we forget
Sometimes we remember
Sometimes we remind
Sometimes we doubt
Sometimes we loose
Sometimes we suffer
Sometimes we cry
Sometimes we harm
Sometimes we apologize
Sometimes we need
Sometimes we help
Sometimes we give
Sometimes we forgive
Sometimes we confort
Sometimes we hug
Sometimes we embrace
Sometimes we smile
Sometimes we win
Sometimes we attract
Sometimes we behold
Sometimes we hold
Sometimes we take
Sometimes we stay
Sometimes we walk
Sometimes we search
Sometimes we seek
Sometimes we go

...so far away from ourselves we don't know who we are anymore.

Couldn't we just BE always ?


Saudações fraternais,
Fabio Machado.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Sexo e matemática

Navegando pelo universo blogueiro me deparei com um diário bem interessante chamado EU DOU PARA IDIOTAS. A escritora, chamada Pati, fala de relacionamentos de uma maneira... digamos assim... livre. (risos)

É bem interessante, num estilo jovial, leve, como deveria ser mesmo, porque ela tem uns vinte e poucos anos, poucos idiotas na bagagem e muitos ainda pela frente, (in)felizmente.

Depois que eu li, indiquei pra uns amigos e esses dias um deles veio me falar de um post sobre sexo e matemática. Fiquei curioso, mas só ontem fui ler. Por fim, acabei compelido a escrever uma contestação.

Na verdade, ela escreveu três textos sobre o assunto, mas a motivação original é um livro que se eu não me engano já li, onde a autora fala que devemos ter doze relacionamentos antes de encontrar nosso grande amor. Pati foi pesquisar a origem desse número cabalístico e acabou por propor uma nova fórmula para a busca do cônjuge ótimo.

Não vou descrever o método em detalhes, mas em resumo, a idéia é encontrar o melhor parceiro possível num universo de N potenciais candidatos e ficar com ele. Foi feita uma analogia onde os candidatos são representados por bolinhas numeradas dentro de um saco, cada uma com um número único qualquer (para os exatos, podendo variar de menos infinito a mais infinito). O processo de escolha do parceiro é representado por um sorteio e pra simplificar, as bolinhas sorteadas NÃO voltam para o saco, ou seja, são descartadas. Considerando que o saco tem N bolinhas quaisquer, existe uma fórmula que determina a maior probabilidade de sortearmos a bolinha de maior número após T tentativas, sendo que existe um T ideal para um dado N.
Traduzindo para o universo dos relacionamentos, vamos dando notas para os candidatos com os quais nos deparamos ao longo da vida e tentamos escolher o(a) melhor parceiro(a) com o qual iremos ficar após T avaliações / valorações.

Segundo a pesquisa, para um N igual a 100 devemos avaliar 38 pessoas e dar notas para todas. A partir da trigésima nona, a pessoa que receber a maior nota deverá ser escolhida. Essa estratégia nos dá 37% de chance de selecionarmos o par ideal, o grande amor.

Reparem que estou falando de probabilidade, não de certezas !

Na minha opinião, a grande falha dessa analogia é que se existe uma maneira de encontrar o melhor parceiro possível, podemos premissar que há um número grande de pessoas utilizando tal método e nesse caso, nós tendemos a ser sorteadores e bolinhas ao mesmo tempo. (risos)
Surge, nesse caso, um novo problema, onde não basta que sorteemos a bolinha de maior número, também precisamos ser a bolinha de maior número sorteada pelo outro.

Alguém pode até dizer que essa dificuldade seria um estímulo para que nós tentássemos nos tornar bolinhas mais "valiosas", só que percepção de valor é algo bem subjetivo e a nota que nos damos raramente é a mesma que os outros nos dão, portanto, temos aqui uma meta muito mais difícil que a original e entendo que o modelo matemático proposto se torna inadequado.
De fato, quando eu li que havia 37% de chance de sucesso, achei um percentual muito alto !

Enfim, como eu vivo num limbo entre racionalidade e emotividade eu costumo enxergar a realidade como uma conjunção de aspectos correlatos e interdependentes. Não consigo ver a vida como uma simples soma de partes, mas sim como um todo holístico amorfo. Pra mim a matemática e o amor só se unem em Deus...


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Marcas do tempo

Dá-me incerteza, peça-me esperança,
Que carregam o amanhã e a lembrança.
Tomo-lhe o medo, acolho-te como criança
Com braços e versos de temperança.

De nos percebem por fora,

imaginando o espaço entre o sujeito e o objeto,
vagando pelo labirinto de anseios e receios.
A dádiva do desencontro se faz, portanto,
onde o amor chorou suas dores e ardeu suas feridas.
E com vossas mãos enxugaremos as lágrimas e o sangue.

De olhamos para o alto,

enxergando o vazio escuro entre os pontos brilhantes,
tentando ir além dos porquês e senãos.
O mistério do encontro se refaz, entretanto,
onde a vida plantou suas sementes e jogou suas estrelas.
E com nossas mãos colheremos os frutos e os desejos.


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Da felicidade dos desencontros

Pensei que era você que sairia de manhã pra colher as flores do quintal que estariam em nossa mesa, imaginei que tu sentirias o perfume dos meus incensos, que usaria meus chinelos largos em seus pés. Mas a camisa de gola e manga longa nunca foi sua única veste nas manhãs de domingo, tudo não passou de um sonho doce... A existência se mostrou vilã de qualquer razão aparente. Nem os sentimentos suportaram o peso da ironia da vida. O presente, sempre diminuto, não viveu o suficiente pra nos unir em seu passado de lembranças férteis, ficamos apenas na imaginação do futuro inquietante. Toda a subjetividade estava ali, manifesta em nosso desencontro, nada além de um instante amorfo em meio a conformidade de escolhas divergentes. Sim, eu fui cercado pelo seu nome e sua indiferença me ordenou príncipe de um reino solitário, onde a desamparada existência foi, enfim, derrotada pela plenitude da essência. Quando, então, chorei... não de tristeza, mas pelo transbordamento de um oceano de certezas ao encontrar a Verdade.


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

* Esse texto eu já tinha escrito no final de outro post, mas me disseram que ele merecia um lugar só dele.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

51 coisas sobre mim

carioca
durmo em 5 segundos e tenho sono pesado
não falo sozinho, mas penso MUITO.
adoro todas as frutas, separadas ou misturadas
sou o filho mais velho
até sei contar piada, mas nunca conto
canto bem, às vezes no karaoke, sempre no chuveiro
sou bom com vírgulas
normalmente aparento ser mais novo do que sou, mas nem sempre
perfeccionista e futuro ex-ansioso
conheço muita gente e de todas as tribos, faço camaradagem rápido
tenho poucos bons amigos
sei cozinhar
não sou ciumento
gosto de correr e pedalar, jogar volei, ping-pong e truco
durmo de barriga pra baixo
adoro conhecer novas cidades, novas paisagens, novos países
evito dar "rótulos" e nomes pra tudo, faço e gosto de misturas
rio de mim mesmo, rio muitas vezes ao dia
adoro açaí e iogurte com granola
não "faço média", detesto fingir, se elogio algo ou alguém é sincero
não sigo a moda, sou um camaleão
já chorei vendo desenho animado e no Natal dos amigos
repito muito as expressões "sinistro" e "na verdade"
nunca fumei nada na vida
eu mudo minha opinião sobre tudo
gosto de conversar sobre cultura, política, filosofia e assuntos sem nexo
tenho astigmatismo no olho direito e miopia dos dois
adoro bater papo e se for bom o dia pode amanhecer antes que acabe
eu era estabanado quando criança, hoje estou "curado"
sinto um milhão de borboletas no estômago antes do beijo
músicas acompanham o meu estado de bom humor
quero viajar muitas e muitas vezes
sou espiritualista, estudo diferentes religiões, filosofias, esoterismos...
adoro peixes e frutos do mar. Não como carne vermelha há 5 anos.
adoro mulheres de vestido
extrovertido, intuitivo, emotivo e perceptivo na essência, racional na casca
amo a natureza, adoro o campo, gosto de praia, mas tenho problemas com sol...
adoro festa, adoro dançar, em qualquer lugar
ex-viciado em internet
bom gourmet, bon vivant
muito observador
me alegro em ter gente flexível e bem humorada por perto
tenho o costume de fazer várias coisas ao mesmo tempo, não sei dizer não
já deixei escapar algumas belas oportunidades
não gosto de mulheres dependentes, gosto de mulheres criativas
muito raramente me irrito, às vezes fico sensível, mas só alguns percebem
injustiças me incomodam, às vezes mais do que deveriam.
leio até bula de remédio
sou o guardião dos segredos

ariano, com ascendente em touro, lua em touro e sol em aquário (casa 11)


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

* esse post foi inspirado pela Dani Marques e a versão dela pode ser encontrada aqui.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Nothing

- Greetings.
- Where am I ?
- Nowhere.
- Who are you ?
- There is no who...
- I can't see anything !
- It's all accessible...
- My legs, my L-E-G-S !
- Forget all letters.
- But I can hear you... help me !
- There is no Trinity. Unity is real.
- Am I dead ?
- No.
- Am I alive ?
- No.
- You are not making any sense ?
- THERE IS NO WHO !
- How long... how long...
- Always
- How come did... Wait... Got it !
- (...)

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Momento Poesia: Recomeço

Recomeço

Nada melhor que um recomeço,
Que acolho com muito apreço.
As rimas vêem que não mereço,
O avesso do avesso ao avesso.

Estou inspirado, crio meu texto
Na medida certa desse contexto
Não me venha com seu pretexto !
Senão, madame, quero refresco !

Lá atrás, onde jaz o ex-começo
No canto escuro um belo terço
Do passado que nunca esqueço.
Ei, você, eu não te conheço ?


Saudações fraternais,

Fabio Machado

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Momento Música: Mariah Carey

Essa é a minha música preferida do momento. Um arranjo num estilo mais old school, com uma base mais swingada. Muito bom !

Tenho que admitir que americano sabe vender. Esse hit da Mariah Carey é uma resposta a um rap do Eminem chamado Bigpipes from Baghdad, em que ele fala de um suposto affair que eles tiveram no passado. Ela arrasou com ele de forma inteligente e ainda alavancou o seu CD novo. Agora ele lançou uma outra música em resposta a dela com uma letra bem pesada. Bem, cada um no seu quadrado...

Não sei até que ponto esse embate é verdadeiro, se é uma estratégia de marketing ou os dois, mas o fato é que dá certo !


Saudações fraternais,

Fabio Machado.


terça-feira, 11 de agosto de 2009

Um impulso

Um impulso. Era o que os separava do primeiro beijo. Seus olhares era um só, impassíveis; o tempo inerte, a mercê do ritmo ditado pelas batidas dos corações apressados. Corpos unidos pelas mãos emaranhadas e o leve toque dos ventres. O ar rarefeito como nas altas montanhas. Pra que respirar ? Mentes livres de qualquer inocência ou malícia; apenas o puro desejo, subjugando a dúvida no momento perfeito. Vida, viva, viva, agora ! Um impulso...


Saudações fraternais,

Fabio Machado

sábado, 8 de agosto de 2009

Lei Seca versus KiFoDAs

Ontem foi uma sexta-feira inesquecível. Estava conformado com o fato de passar o final de semana inteiro fazendo um trabalho de pesquisa, quando ainda no escritório recebo o convite:
- Menina Louca (ML): Vamos num rodízio de comida árabe lá no Downtown ?
- Dri: Estou com preguiça, mas se o Fabio for, eu vou (piada interna: viram como eu sou bonzinho ? rs)

Eu pensei: Ah ! São meus melhores amigos, estou com saudades e eu mereço uma folga só hoje...
- Fabio: Vou chegar lá mais tarde, mas vou !

Nessas horas o universo ainda conspira a favor. Entro no condomínio onde moro e encontro com Ale (irmão da Dri), um pseudo-cearense irmão de fé, de sangue, de truco... chegando de Macaé. Pra resumir, eu o convido, ele convida a noiva e a essa altura já somos seis pessoas confirmadas.
Encontramos com ML e Anderson (irmão do Ale e da Dri) lá no Downtown. Esses irmãos se sacaneiam há trinta anos, mas ainda saem juntos !

Enfim, depois de quase trocar o rodízio árabe por um rodízio de chopp artesanal, apreciamos um excelente atendimento de nível paulista. A comida é gostosa, mas fiquei impressionado mesmo quando o garçom trouxe uma versão vegetariana personalizada, depois de ouvir de soslaio que eu não comia carne vermelha.

Após comer, cantar, planejar despedida de solteiro, rir demais e provar o tal chopp artesanal do outro bar, fomos embora.
Eu estava de carro e tinha bebido uma cerveja escura e um chopp claro no restaurante árabe, e depois da orgia gastronômica, bebi o chopp escuro artesanal. Sensação alcoólica = zero ! Na verdade meu organismo queria era mais líquido pra diluir tanta glicose !

Mas pra um encontro com esses amigos estava tudo muito calmo. Tinha que ter uma emoção mais forte e ela veio através de uma blitz da Lei Seca, com direito a balão inflável e tudo !
Quando nossos midiclorians perceberam a presença da força-policial estávamos ainda antes de um túnel e tomamos uma decisão rápida: quem bebeu menos dirige !
O problema é que essa pessoa era a Dri, que tem carteira de motorista, mas não dirige. A solução, bem... não houve uma solução, porque quando ela viu eu já estava abrindo a porta dela, falando pra ela pular pro banco do motorista. Coitada, no reflexo, ela foi. (risos)
A moça tremia igual corda de violão, mas com o apoio geral ela foi indo... O resultado não podia ser outro - FOMOS PARADOS !

O policial foi super educado (devia ser o primeiro dia dele na corporação ou o primeiro filho tinha nascido recentemente). Todos os nossos documentos estavam OK, então ele "confiscou" a carteira da Dri e entregou-a na TDB (tenda do bafômetro). Claro que eu e Ale fomos junto...
Então, caminhando em direção à TDB, quem nós encontramos ? ML e Anderson, que estavam em outro carro e também tinham sido parados ! (risos)

Nós nos divertimos ! Aquele bando de adolescentes (alguns alcoolizados) nos seus vinte anos, preocupados e ligando pros pais; e nós - 99,9% tranquilos. Sei lá, vai que as máquinas são chinesas ?!?
Conclusão: depois de duas baforadas insuficientes, na terceira tentativa a Dri passou no teste. ML também venceu. Não resisti, tive que tirar algumas fotos...

As autoridades podem até ter desconfiado do nosso estratagema, mas nós estávamos dentro da lei. Placar final: KiFoDAs 1 x 0 Lei Seca !

Chopp artesanal com os amigos: R$4,20
Rodízio árabe com os mesmos amigos: R$41
Ser salvo do bafômetro por eles: NÃO TEM PREÇO !
Amizade dessa galera: NÃO TEM PRAZO !


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Pseudo-cafa: o retorno

Como eu já esperava, o post anterior gerou polêmica, mas meus leitores, muitos de Complicadópolis e de Esquisiteiro, preferem falar comigo pelo MSN. Talvez só deixar comentários aqui não os satisfaça... Por mim, tudo bem. Também gosto da interação online.

Diante das diversas opiniões eu me senti um verdadeiro bandeirante de uma colônia isolada entre essas metrópoles (risos). O problema é que está havendo um processo de conurbação e estou cada vez mais influenciado pelos vizinhos (mais risos). Visito as duas cidades para rever amigos e curtir outras culturas.

Convenhamos, até mesmo um "matuto" tem que se atualizar, senão acaba caindo na obsolescência e se tornando um mentecapto.
Por outro lado, é claro que existe o risco de um pseudo-cafa conquistar uma cafa, mas se esse for o caso, ele pode se passar por cafa e vazar antes do "retorno" ! Estatisticamente isso é o que mais acontece e ele será apenas mais um ponto no gráfico.

O que talvez não tenha ficado claro é que a idéia é apenas fingir ser cafa até conquistar o(a) parceiro(a). Depois de sacramentada a conquista, volta-se ao estado original. Esse é o diferencial !
Além do mais, nós, anti-cafas, somos altamente prejudicados pelos cafas, que traumatizam as moças tornando-as defensivas, desconfiadas, receosas, descrentes... Adotando essa nova estratégia, nós vamos acabar com o apelo semi-negativo-atraente dos nossos inimigos. Imaginem corprometer a imagem cativante do cafajeste ?!? Não tem preço !

Enfim, não vou perder minha identidade ou me deixar aculturar livremente, só participei de um workshop com profissionais, onde aprendi um pouco sobre as técnicas modernas de conquista. É a força da globalização !
Meu borogodó continua o mesmo, minha responsabilidade e gentileza também, talvez... tavez... talvez o que mude um dia seja apenas a ordem das armas. O soldado da infantaria irá na frente e dará a vez para o príncipe da cavalaria ! (gargalhadas)


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Pseudo-cafa: o novo guerreiro

Homens são de Complicadópolis, mulheres são de Esquisiteiro (risos). Sem julgamento, sem rótulos fixos, só estou conjecturando.
Ontem eu fiquei até tarde no trabalho conversando com um amigo sobre carreira, posicionamento e formação profissional. Papo vai, papo vem, de alguma maneira o assunto desviou para relacionamentos e inspirou esse texto.

Tomei conhecimento da última palavra em "estratégia de conquista", que eu já batizei de pseudo-cafajestismo. Essa palavra define o homem ou mulher que se faz passar por cafa para conquistar. Sim, mais um conjunto de técnicas elaboradas provavelmente por homens, certamente nascido(s) em Complicadópolis (mais risos).

Segundo o locutor que me falava, ele - um rapaz cavalheiro, atencioso, prestativo, o esteótipo do anti-cafa - assim que terminou um relacionamento há um tempo atrás e voltou ao "mercado", percebeu que o negócio não estava fácil. Desconhecedor das novas regras do "jogo", só se dava mal, enquanto via os cafas dominando a cena. Até fizemos um esforço conjunto pra tentar descobrir porque elas gostam desse espécime, mas creio só quem é de Esquisiteiro entende de verdade.

Conhecedores de que estão em desvantagem nessa guerra dos sexos, os anti-cafas devem ter se visto numa situação calamitosa. Imaginaram o mundo dominado pelos cafajestes e resolveram inovar, numa ação tática mais do que lógica: se reinventaram, criando o pseudo-cafa ! (gargalhadas às 6:30H)
Por alguns milésimos de segundo, eu me senti um idiota por nunca ter pensado nisso, mas também, quem está na "pista" tem muito mais chance de ser criativo do que eu, que sempre namorei nos últimos 15 anos e agora que estou solteiro, fiquei malhando a mente em sala de aula.

O fato é que a idéia é brilhante. O candidato só tem que andar por aí, aprender as técnicas dos cafas profissionais e replicá-las posteriormente. Um dos exemplos que tive foi o de só atender o telefone na terceira ligação, porque conquistador que se preze não atende o telefone de primeira ! Esse número não é empírico, surgiu a partir de pesquisa científica ! Tive acesso inclusive a uma explicação do porquê deve ser assim...

Enfim, meu amigo hoje está namorando, então acredito que ele foi bem sucedido na empreitada. Confesso que mesmo que seja eficiente, essa roupagem não faz o meu estilo, mas como tudo nessa vida muda, é sempre bom ter um plano B. (risos irônicos)


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

domingo, 2 de agosto de 2009

Ele foi embora...

Ontem terminou mais uma etapa na minha vida, concluí meu MBA em Gestão Empresarial. Esse curso tem um histórico importante. Antes dele, eu já estava há quatro anos sem estudar, exceto de forma autodidata, então, em 2007, um dos meus melhores amigos me convidou pra fazer uma pós-graduação, disse que gostaria muito de estudar qualquer coisa junto comigo. Aquela proposta soou tão bem, que eu respondi de pronto: Claro ! Escolhe o que você quiser que eu te acompanho. Não sou maluco, só gosto de estudar por estudar... (risos insanos)

Entretanto, havia um problema, eu tinha que terminar oficialmente a graduação primeiro. Já tinha concluído as disciplinas, mas não tinha feito o projeto final. Detalhes a parte, eu que não ligo pra títulos, porque penso que não é um papel que vai mudar quem eu sou, sei que a sociedade valoriza a titulação e finalmente, graças a esse meu grande amigo, surgiu uma motivação forte o bastante pra eu me reposicionar.
Depois de alguns contratempos, discussões, insanidades, ajudas e noites em claro, em dezembro de 2007 peguei o diploma de engenheiro eletrônico e de computação de uma universidade federal. Pra minha mãe foi como se eu tivesse sido convidado pela NASA pra ser astronauta, meu pai ficou muito orgulhoso e meus outros pais também ficaram felizes, enfim, coisas normais de pais... Eu confesso que senti um certo alívio, mas... passou. (risos)

Na semana seguinte, lá estava eu fazendo a inscrição no MBA. O curso escolhido era perfeito, o que eu escolheria; o local, renomado; o ambiente, profissional. As aulas começaram em abril de 2008 e logo no primeiro dia de aula eu percebi que seria uma experiência valiosa. Pessoas interessantes, com formações e profissões as mais diversas, assuntos novos, aulas enriquecedoras... afinal, conhecimento é a maior arma do mundo !
Foi assim, nesse cenário, que eu passei os últimos dezoito meses. Sábados e mais sábados em intervalos quinzenais que me roubavam um dia de descanso e me davam várias alegrias em troca.
Ontem, após a última aula, eu fiz a minha retrospectiva. Estava a caminho do encontro de despedida num barzinho em Copacabana e tentei fazer uma avaliação macro e micro sobre esse período. Em meio a brindes, conversas e risadas fui construindo as idéias que se tornariam minhas lembranças, certamente boas lembranças.

Antes de tudo, o que vai ficar guardado são as pessoas, não podia ser diferente. Fiz novas amizades, algumas muito especiais, daquelas que a gente quer que durem pra sempre. Além dos amigos, encontrei também espíritos afins, daqueles que você fica sentido quando vão embora.
Além deles, o que eu senti é que experiências como essa são cada vez mais raras e mais importantes na minha vida. À medida que ficamos mais velhos - por diversos motivos - fazemos menos amizades novas e uma sala de aula é um dos locais que me permite reverter parcialmente esse processo. Eu gosto de pessoas...

Assim, após essas reflexões, eu fui me despedindo devagarzinho do curso, mas já planejando começar outro. (mais risos insanos)
E ao deixar a Sergipoca (sergipana-carioca) Isabela Mazza em casa, eu senti como se aquele fosse o fim. Deixei algumas lágrimas encherem os olhos, mas graças à felicidade que me abraçava, elas secaram sozinhas, como na música Tears dry on their own da Amy Winehouse.


Saudações fraternais,

Fabio Machado.


quarta-feira, 29 de julho de 2009

Ciclos

Lá estava ela, sentindo em suas ranhuras as forças da Natureza. O sol impiedoso a abraçava, fazendo reluzir seu tom avermelhado, mas envergonhada, se fechava. Seu tronco repleto de espinhos, cada um com sua história, com sua proeminência ameaçadora, marcando-a pelos anos de vida.
Protegia-se como quem está em apuros, guardava suas energias como quem quer viajar até o infinito. Respirava suavemente... Ao seu redor a vastidão do deserto. Nada além de grânulos minúsculos dançando uma valsa desmarcada. Suas raízes penetravam fundo o chão movediço, tentando alcançar o bálsamo da vida. Em vão...
Espalhava-se através dos ventos uivantes, tentando chegar ao oásis mais próximo. À noite, sonhava com a companhia de flores. Seu doce perfume se expandiria por ares virgens e os pássaros que antes apenas a sobrevoavam poderiam agora banhar-se nas mesmas águas que resgatariam sua exuberância e provariam do néctar que se enchia em sua boca. Estava aberta, entregue aos caprichos das estrelas, que iluminavam o caminho dos viajantes, que provocavam pedidos quando cadentes, mas que ignoravam a beleza dos seus contornos delicados.

Mas antes que pudesse sentir o amor correr em seu sangue, o astro-rei acordava de seu sono, vigoroso, imbatível, e mais um ciclo recomeçava, com a rosa em meio às dunas.


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

*Texto inspirado pelo livro Rosas em Dunas
da minha amiga Yeung Luk Chong.

sábado, 25 de julho de 2009

Dos riscos e probabilidades no amor

A probabilidade é a tentativa inocente de quantificar os riscos, mas números não são capazes de representar a infinitude do Amor. Entregar-se ao universo é permitir que Deus faça as contas e abra as janelas da alma, deixando sua luz clarear o caminho que nos leva até Ele.
Enfrento as possibilidades de olhos fechados e coração exposto, aguardando que meu canal se abra.


Saudações fraternais,

Fabio Machado.


Não controlo a vida e nem quero. Confio no arquiteto.
O que parece dúvida é apenas prisão. Faço-me livre, então.
E espero meu grande amor, em união com o criador.

sábado, 18 de julho de 2009

Eu, tu, ele e nós

Ela o viu indo embora. Quanto mais ele se afastava, mais a realidade a invadia, cruel, impiedosa. A cada passo, uma pressão no peito; a cada pontada, um pedido de ar. Tamanha relatividade tomou-a que ela não mais sabia quem se movia, mas era certo que a distância entre eles aumentava, sentia-a em seu estômago.
Ele se perguntava o que fora causa e o que fora consequência. Sofria. Agoniava. Chorava... muito. A dor era tão forte que causava vertigens. Buscava apoio nas paredes próximas. Lutou o quanto pode. Já exaurido, sabia que uma hora teria de desistir, só não sabia quando. Sem forças, sem recursos, vencido pelas escolhas alheias, sucumbiu. Sua voz interior dizia: vá, siga, continue.
Ao desaparecer no horizonte, sua presença se fortaleceu. A inércia que a dominava vacilou e seu corpo se projetou adiante. Reequilibrou-se com seu pé direito, depois com o esquerdo. Quando sentiu o vento no rosto, já estava correndo. Solta em um labirinto de possibilidades, olhava ao redor, atenta, como um radar atrás de tesouros perdidos.
Andava em círculos, enquanto sua barba crescia. Não havia caminho certo, pois não havia destino. Tentava convencer-se com argumentos frágeis de que não havia alternativas. As imagens de antes ainda estavam vivas em sua mente. Sobrevivia. Vivia sobre. Faltava-lhe a inexistência de motivos pra ser feliz e procurá-los era um contrasenso. Parou. Respirou fundo, uma, duas, três vezes. Já estava longe e não sabia se conseguiria voltar. Dúvida. Medo. Não queria sofrer, mas o passado de repente pareceu mais seguro do que o futuro. Os olhos que agora o cercavam eram vazios, sem ao menos a indiferença dela e num movimento brusco girou seu corpo numa meia volta. A paz o brindou com um céu alaranjado e sentindo o frio tomar sua pele pôs-se em busca dos seus desejos.
Em meio a tantos desencontros, bastava-lhes um encontro, um reencontro. Parecia-lhes óbvio que suas chances eram maiores, pois já estiveram separados por meros receios.
Mas a vida tinha seus próprios planos, a todo instante mostrava-lhes sua soberania. De nada adiantava seus arrependimentos, eram como estranhos novamente, e então, só lhes restava aguardar que o universo conspirasse em seu favor e lhes desse outra primeira chance.


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

P.S. A causalidade só existe para o Homem, que dança conforme o ritmo do Tempo. Para Chronos, cada movimento do relógio é único, independente, desvinculado dos demais. Passado, presente e futuro dão a luz ao sempre, onde temos que construir nossa felicidade constantemente.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

À luz de um olhar

Nunca mais esqueceu daquele olhar... Foram apenas segundos, mas seu coração bateu como por um dia inteiro. Torpor mental. Sinestesia. Silêncio ao invés de som.
Por que se foi ? Queria-o firme, certeiro, mas ele fugiu, desviou-se. Deixou a saudade de presente na memória delinqüente, presa entre lembranças vis. Para que ele alcançasse outras cores, permitiu-se chorar; para que ele encantesse outros olhos, permitiu-lhe seguir.

(...) e por muitos e muitos tempos o guardou, através dos latejos firmes em seu peito esquerdo, até que o sempre desvendasse-o e a escuridão desse lugar à sua luz.


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Sobre o post anterior

Tem gente que é muito atenta aos detalhes... Hoje me perguntaram se fui eu que escrevi o post anterior. Disseram que o estilo está ligeiramente diferente, os pensamentos desconexos e a saudação final não foi a tradicional.

Eu explico. Publiquei o texto no meio da madrugada, devia ser umas 4 da manhã. Estava completamente sonado e tentei escrever o mais rápido possível, enquanto ainda lembrava dos meus sonhos. Imagens, palavras, sensações, ficou tudo misturado. Não sei porque disse "Namastê" no final... um dos meus sonhos foi bem místico, bem no estilo oriental ! (risos)

Respondendo algumas perguntas, não, eu não sigo nenhuma religião exclusivamente, então não me cativa a idéia de uma cerimônia religiosa. Algumas são lindas, eu faço minhas preces sempre, dou minha benção aos nubentes, mas quando me imagino como protagonista desse tipo de evento, sinto mais incômodo do que empolgação. Por mim eu faria algo ao ar livre, com um brinde simples com espumante e uma super viagem.

Eu também não vejo casamento como uma instituição indissolúvel, afinal, somos todos imperfeitos e sujeitos às consequências da nossa imperfeição. Não acredito em formatos vencedores, como morar em locais separados, não ter filhos, dar liberdade total... O ser humano é muito complexo pra ser encaixado em um padrão estático, algumas pessoas mais que outras, é verdade, mas em geral isso não funciona.

Por último, não acho que seja obrigatório casar, mas algumas doutrinas sérias como a Cabala dizem que a prosperidade depende também de um relacionamento conjugal saudável. Na minha visão, concordo com essa idéia, pois busco uma evolução integral, abrangendo todos os aspectos através dos quais me manifesto nesse plano.

Assim, ratifico minha posição. Se ela vai se concretizar, isso é outra estória...


Saudações fraternais,

Fabio Machado.


A primeira berlinda a gente nunca esquece

Frequentemente meus amigos falam de mim, implicam com meu blog, me sacaneiam, mas nada disso me tira do conforto. Eu sou extrovertido e cara de pau, então também não costumo ficar sem graça. Geralmente quando estou conversando sobre um assunto íntimo, sou mais ouvinte do que falante, então raramente falo da minha intimidade, mas ontem pela primeira vez me colocaram na berlinda de verdade. O mais curioso é que essa era a minha intenção e eu fiz uma pergunta antes que tinha esse objetivo, mas ao invés de provocar, fui provocado. Ouvi duas perguntas que me deixaram numa tremenda saia justa:
- Você quer casar ?
- Pra que você quer casar ?

Não que elas sejam perguntas difíceis, tabus ou inconvenientes, mas eu nunca sou questionado nesse nível. Eu não estava conversando sobre casamento enquanto cerimônia religiosa e sim como conjunção de dois indíviduos, logo a primeira delas respondi tranquilamente com um "depende", porque a resposta é influenciada pelo momento, ou seja, eu posso querer casar num instante e não querer em outro; vai depender da parceira, do relacionamento, da oportunidade, do timing, afinal, pra mim, casamento é uma união holística.
Já a segunda pergunta foi capciosa. Eu estava meio desajustado, um pouco atormentado mentalmente, então seguindo uma boa recomendação fui conversar com o lado de lá...

Primeiro meditei por meia hora pra limpar os pensamentos, depois fiz um "exercício" que aprendi com um antigo mestre. Fui dormir e como já era esperado, sonhei a noite inteira...
Em vários sonhos ficou claro que o "pra que" está associado a um objetivo, algo que se projeta pra frente no tempo. O objetivo, por sua vez, foi simbolizado por um abraço, que é sinônimo de troca, de encantamento e admiração. Nele todos os sentidos são estimulados, o coração pulsante, a respiração, o olhar cruzado, a temperatura, o cheiro da pele.

Acordei no meio da madrugada pensando numa frase que já registrei em outros posts: o amor se manifesta através de um parceiro quando na relação, um desperta o que há de melhor no outro e refuta o que há de pior !

Portanto, sim, eu quero casar pra viver uma experiência que me permita crescer no aspecto conjugal da vida, onde eu faça e me façam amar, sorrir, chorar, tremer, gozar, suspirar, ceder, sonhar, acreditar, confiar, criar, cuidar e aprender através de uma individualidade interdependente, de uma parceria alinhada, de uma resultante positiva, até que cesse a reciprocidade e/ou a positividade.



Namastê,

Fabio Machado.

domingo, 12 de julho de 2009

Diz o barco à vela: seja meu porto !

Sinto, logo vivo. Arrisco minha vida, aposto meu amor, escalo encostas íngrimes por alguém que seja meu porto; onde eu possa ancorar quando precisar de combustível e de um guia, onde eu descanse após tempestades e furacões, de onde eu saia, revigorado, após algumas noites de sono tranquilo e alguns dias com o chão firme sob os pés.
Entrego-te meu espírito, meu perigo, meus mistérios. Como barco à vela que sou, ofereço-te paisagens inesquecíveis, brisas ternas e o aconchego do mar bêbado. Serei seu veleiro, aonde poderás viajar sempre que a quietude findar, de onde admirarás a bravura dos mares quando o marasmo tomar-te, que te devolverá à terra, revigorada, após algumas noites em claro sob o céu estrelado e alguns dias com águas azuis por todos os lados.



Saudações fraternais,

Fabio Machado.

sábado, 11 de julho de 2009

Por OSHO: Saia da concha

"Ser curioso é bom porque é assim que começa a jornada de questionamento da vida. Mas se você não for além dessa curiosidade, não haverá qualquer intensidade nisso. Talvez só pule de curiosidade em curiosidade como um barco à deriva, seguindo ao sabor das ondas, sem nunca ancorar em algum lugar.
A curiosidade é um bom ponto de partida, mas depois é preciso ficar mais passional. É preciso fazer da vida uma busca, não apenas uma curiosidade (...) São muitas as perguntas, mas a busca é uma só. Quando uma pergunta se torna tão importante que você se dispõe a sacrificar a própria vida por ela, então ela é uma busca. Quando uma pergunta tem tamanha importância, tamanho significado que você pode arriscar tudo o que tem, então ela se torna uma busca"

"Aposte todas as suas fichas. Seja um apostador ! Arrisque tudo, pois o momento seguinte não é uma certeza. Então, por que se importar com ele ? Por que se preocupar ? Viva perigosamente, viva com prazer. Viva sem medo, viva sem culpa. Viva sem nenhum medo do inferno ou sem ansiar o céu. Simplesmente viva."

"A morte é segurança, a vida é insegurança. Aquele que quer realmente viver deve viver no perigo, em constante perigo. Aquele que quer chegar no cume tem que arriscar se perder. Aquele que quer escalar o pico mais alto tem que correr o risco de cair de algum lugar, de escorregar."


Aponto a curiosidade como a minha maior virtude, mas tenho o defeito abissal de questionar toda busca a qual minhas perguntas dão origem. Vou fechar os olhos e abrir a alma. Talvez ela encontre o caminho...


Saudações fraternais,

Fabio Machado.


* Trechos do livro 'Faça o seu coração vibrar' do OSHO. Li em uma dupla de horas e recomendo.
** Obrigado, Srta. Claus-Monk.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

O indefectível timing

Um dia o Homem inventou o tempo... algo que apesar de ser imprescindível à vida moderna, é totalmente artificial. Não sei se é óbvio, mas diferente do espaço, que nossa cognição identifica naturalmente, o tempo não existe por si só, ele só se concretiza a partir de nossas mentes. Concebemos essa variável contínua, sem fim e autônoma, o que a tornou um elemento poderoso em nosso mundo.

Não é de se estranhar que o tempo tenha um papel diferenciado, pois é através dele que percebemos e registramos a nossa existência. E conforme esta foi ficando cada vez mais complexa, mais intrincado ficou nosso relacionamento com "Chronos". Eventualmente surgiu o conceito de timing, na minha opinião, o mais desonesto elemento das relações humanas.

Timing: saber decidir o melhor momento para fazer ou dizer algo; a regulação de uma ocorrência ou evento para alcançar o efeito desejado; o senso de escolher a oportunidade e o tempo de duração de um determinado plano.

Criamos ao poucos o momento-certo pra tudo: ouvir, falar, calar, sorrir, acordar, comer, beijar, encontrar, ligar, amar... Se isso ficasse restrito a um único indivíduo, tudo bem, mas quando envolve mais de uma pessoa, surge uma singularidade perversa, temos que alinhar os timings das duas ou mais partes.

Não gosto de probabilidades, mas nesse caso ela serve pra ilustrar de forma simples o que quero dizer. Assim que definimos um único instante certo, automaticamente todos os outros tornam-se errados e como o tempo é infinito, a probabilidade de duas pessoas se encontrarem na hora certa, por exemplo, é matematicamente zero (um dividido por infinito, ao quadrado).
Claro que isso é apenas uma representação fútil e limitada, mas deixa claro que eventos como esse são raros. Somando-se a esse processo segredos e mentiras, eles se tornam praticamente milagres !

Enfim, alinhar interesses é difícil, alinhar sentimentos afins, mais ainda.
O que eu sinto é que acima de tudo devemos viver e não apenas existir e para isso é necessário respeitar primeiramente o nosso timing e deixar que ele se encontre com o timing de outrem. Libertemo-nos; arrisquemo-nos; vivamos !


Saudações fraternais,

Fabio Machado

terça-feira, 7 de julho de 2009

Quando VOCÊ é a resposta...

Não importa o tamanho do problema, não importa a gravidade da ferida, não importa por quanto tempo houve dúvida, não importa sequer se foi feita uma pergunta... é maravilhoso quando a única certeza é que somos a resposta !




Answer
Autor: Sarah McLachlan

I will be the answer
At the end of the line
I will be there for you
While you take the time
In the burning of uncertainty
I will be your solid ground
I will hold the balance
If you can't look down

If it takes my whole life
I won't break, I won't bend
It will all be worth it
Worth it in the end
Cause I can only tell you what I know
That I need you in my life
When the stars have all gone out
You'll still be burning so bright

Cast me gently
Into morning
For the night has been unkind
Take me to a
Place so holy
That I can wash this from my mind
The memory of choosing not to fight

If it takes my whole life
I won't break, I won't bend
It will all be worth it
Worth it in the end
'Cause I can only tell you what I know
That I need you in my life
When the stars have all burned out
You'll still be burning so bright

Cast me gently
Into morning
For the night has been unkind


** Escrevendo em meio às lembranças do filme "Atonement".
Trailer do filme com a música: http://www.youtube.com/watch?v=dwZRSr_IDMs

(In)certezas II

Essa foi a minha resposta à pergunta dessa enquete:

Talvez falte mais intuição e menos percepção;
Talvez falte mais empatia e menos simpatia;
Talvez falte mais sinergia e menos energia;
Talvez falte mais interior e menos exterior;
Talvez falte mais "nós" e menos "eu";
Talvez falte mais presente e menos futuro;
Talvez falte mais flexão e menos reflexão;
Talvez falte mais serendipidade e menos causalidade;
Talvez falte mais ação e menos reação;
Talvez falte apenas um beijo roubado...

Dele vai surgir alguma certeza !


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

(In)certezas

Tem dia que é impossível não se render aos sentimentos, que insistem em me lembrar que não temos controle sobre a vida. Nossas escolhas dão sim uma sensação de que somos soberanos, pelo menos em relação aos nossos passos, mas ao experimentarmos o sentir, somos subjugados por uma força que surge do abismo do eu desconhecido, uma energia incontestável, que se manifesta no palpitar acelerado, no calor do rosto, no frio das mãos, nos arrepios súbitos, nos olhos marejados.

Tem hora que eu não lembro de nada, apenas fico perdido no labirinto das sensações, tentando encontrar a saída, seguindo os pequenos fragmentos de razão que me ocorrem vez por outra.
Parece que a vida é um sistema caótico em que a ordem é uma exceção e quando essa é a percepção alojada no presente, os grandes pessimistas da humanidade cismam em fazer sentido...

Há instantes em que eu desejo mais que tudo uma luz, às vezes nem é a divina, pode ser uma simples vela pra iluminar os corredores escuros e as ruas sem saída pra que eu volte pro meu caminho.
Já faz bastante tempo que eu conto com as sincronicidades da vida, que me socorrem desde que passei a enxergá-las como tais. Que seja uma fé na conspiração do universo a meu favor, que seja uma visão míope pela falta de fé, não me importo !

Hoje, agora há pouco, mais uma vez eu agradeci a uma mão especial que se estendeu até mim. Eu que sempre me achei um rebelde-com-causa, me curvei quando me mostraram que ela não mais existia.
E se eu ignorei algumas profecias no passado, não o faço mais, porque acredito que as certezas nascem das incertezas. Deixo as coisas acontecerem e me entrego o máximo que consigo, sem saber exatamente onde estou, mas consciente de que posso ir além.

Peço desculpas ao guardião do tempo, pois não sei qual é o momento certo !
Rogo a Deus em nossas conversas que me abençoe nas conjunções e disjunções !
E digo em voz alta: Dê-me a mão, corra o risco e enfrente o desafio comigo. Esse é o lema !


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

domingo, 5 de julho de 2009

Momento Poesia: Renascer

Essa poesia eu escrevi de improviso nesse último sábado, durante uma dinâmica do curso de pós-graduação. Mudei duas ou três palavras agora pra melhorar a rima, mas a métrica...

Renascer

Intervalos de tempo definem fases
Que perfazem empresas e mãos
Suscitam estratégias, ações e vozes
Resultam numa constante revolução

Competências sólidas definem talentos
Que decidem, lideram a organização
Refletem a cultura que dá o exemplo
Exercem as forças que mudam o padrão

Com os erros aprendemos a lição
Buscando sempre uma nova visão
Comprometidos com a contínua evolução

O desempenho excelente é a missão
De onde os bons resultados virão
Renascendo através da total união


Saudações fraternais,

Fabio Machado

sábado, 4 de julho de 2009

Plantão Verso e Prosa

Essas últimas semanas eu não tenho escrito no blog por conta do meu trabalho de conclusão do curso de pós-graduação. Tirei três semanas de férias pra terminé-lo e é claro, pra descansar um pouco. Acabei descobrindo que estava precisando mesmo de descanso, bem mais do que eu imaginava...

Resolvi fazer um exercício de síntese nos meus posts. Não que eu ache que eles sejam grandes demais, é que eu tenho recebido uma influência positiva e quero aproveitar a motivação. No início vai ser difícil, porque eu estou acostumado a detalhar as idéias, mas aos poucos vai melhorar.

Por último, eu quero recomendar um blog que eu já leio faz um tempo, o SERENDIPITIES, da Elenita Rodrigues.
Uma estória louca ficou registrada na minha memória, onde uma amiga de Brasília teria comentado sobre essa professora-escritora-DJ por conta de uma entrevista que ela deu num programa de TV a respeito de um tema importante, que estávamos discutindo na época. É surreal, mas essa é a minha verdade ! (risos)
Esse diário é responsável por algumas coincidências significativas, que eu gosto de chamar de sincronicidades, então esses dias eu lembrei dele, fui lá, li um monte de coisa legal e pela primeira vez deixei um comentário. Nem sei porque não falei dele até hoje, mas "antes tarde do que nunca".


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

A Grande Guerra - Prefácio

O ser humano tem uma característica interessante, a maioria de nós não é capaz de acessar os pensamentos ou sentimentos do próximo diretamente, só conhecêmo-los através de algum tipo de linguagem, seja verbal ou não-verbal. Essa habilidade, chamada de telepatia, até pode ser uma cognição adormecida, subdesenvolvida ou já atrofiada, mas o fato é que em nossa espécie, observando a maneira como as pessoas interagem, conclui-se que ela se manifesta em uma minoria (risos).

Imagino que essa restrição mental tenha sido notada lá nos primórdios da humanidade e resultou num processo de individuação com dois fenômenos importantes: o segredo e a mentira.
Na medida em que cada um de nós é conhecedor exclusivo das nossas forças de expressão, encontramos nesses elementos formas de criar um micro-universo com suas próprias leis, onde somos quem queremos ser.

Hoje, esse querer parece estar muito associado a uma necessidade externa, seja de ser "igual" ou de ser "diferente". Em ambos os casos, o indivíduo se torna consequência do meio, havendo uma clara separação entre sujeito e objeto. Essa dualidade é o que na minha opinião separa o Homem de seus semelhantes e sobretudo, separa-o do todo, da unidade.

Por conta disso, vivemos uma grande guerra, onde nossas percepções, opiniões e egos são as armas que dão origem às três grandes batalhas que travamos, cujo inimigo comum é o indivíduo. É uma realidade conflituosa, mas onde naturalmente existem forças de paz.

Assim, tais batalhas darão origem a uma trilogia (pra ficar na moda), que pretendo escrever não necessariamente em sequência, mas que representam minhas reflexões atuais no campo das relações interpessoais.


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

domingo, 21 de junho de 2009

O paradoxo do simulador

No penúltimo post eu falei sobre a busca por padrões, um mecanismo humano de auto-preservação. Recebi dois e-mails pedindo pra eu explicar melhor a relação entre o estabelecimento de padrões e o futuro e por isso resolvi escrever esse texto, que complementa o anterior.

Algo inexplicável até hoje é o fato de não termos acesso epistemológico ao futuro, ou seja, não "lembramos" do amanhã assim como lembramos do ontem. Parece simples, mas nenhuma filosofia ou modelo científico consegue explicar porque temos essa relação unilateral com o tempo. Como consequência desse desconhecimento dos eventos vindouros, nós criamos certos padrões para que possamos fazer escolhas que nos dêem maior chance de sucesso (felicidade) ou menor risco de fracasso (frustração), essa é a minha teoria.

Por exemplo, se o céu está nublado, quem não gosta de se molhar sai de casa com guarda-chuva, mesmo sem saber se vai realmente chover. Se estamos num local isolado e escuro, e escutamos um barulho esquisito, ficamos atentos e/ou buscamos claridade, mesmo sem saber se o causador do som é um inseto inofensivo, uma fera selvagem ou qualquer outra coisa. Se uma mulher tem a razão (proporção) entre o comprimento da cintura e do quadril igual a 0,7 ela desperta o interesse do homem por parecer mais apta a perpetuar a espécie, independente de querer ter filhos. Relações como essas entre o céu nublado e a chuva, o barulho e o perigo, o contorno corporal e a perpetuidade são estabelecidas por cada um de nós e a todo instante estamos analisando a vida, consultando esses padrões registrados em nossa memória e tomando atitudes em função deles. E na medida em que supomos que vai chover, que seremos atacados ou que tal mulher dará a luz com mais facilidade estamos tentando prever o futuro. É assim que buscamos a "felicidade", é assim que tentamos construir a nossa "sorte".

Foi então que assistindo o filme "A mulher invisível" na semana passada, eu vi uma cena onde uma esposa se separava do cônjuge, argumentando que ele era o melhor marido do mundo e que o relacionamento entre eles era perfeito e, segundo ela, mulher nenhuma gosta disso. Na hora aquilo "bateu" mal e eu pensei imediatamente nas inúmeras vezes que ouvi mulheres dizendo que queriam "um amor pra vida toda", "um homem perfeito", "um relacionamento sem desentendimentos"... Fiquei me perguntando: será que as pessoas gostariam de saber o futuro ou não ?

Elaborei, então, um teste pra tentar responder essa pergunta. Algumas mulheres serviram de cobaias e o resultado foi um tanto paradoxal.
Primeiro eu criei uma situação hipotética onde existiria uma máquina com uma super tecnologia capaz de simular uma realidade perfeitamente, mais ou menos como a do filme Matrix. A diferença é que nessa minha versão seria possível escolher o próprio futuro antes de entrar na máquina, ou seja, a pessoa antes de ser conectada poderia definir como queria viver até que o seu corpo físico morresse. Eu até pensei em incluir a possibilidade de "lembrar" do futuro nessa realidade alternativa, mas achei que ficaria complexo demais imaginar esse cenário.
Feito isso, eu disse pra cada uma das minhas entrevistadas que elas tinham conquistado como prêmio, o direito de se conectar ao "simulador de realidade", desde que aceitassem permanecer assim pra sempre. Antes de serem ligadas ao equipamento, elas poderiam escolher nos mínimos detalhes a vida que quisessem levar, mas não teriam lembrança da existência desse processo de escolha. A nova realidade seria "perfeita" e pareceria uma continuação da realidade original, sem qualquer tipo de anomalia, singularidade ou descontinuidade.
Para os psicólogos: detalhes como defeitos no simulador, alimentação da pessoa, estímulo aos sentidos, etc, seriam 100% controlados de forma que a percepção da realidade original seria invariavelmente nula !

Curiosamente, todas responderam que recusariam o prêmio e que não se interessavam por uma vida pré-determinada. Os motivos foram diferentes, uma disse que as coisas boas e ruins faziam parte do crescimento pessoal, outra que o que ela quer pro futuro hoje, ela pode não querer amanhã e uma terceira, que preferia ter o direito de arriscar.
Apesar de ter sido uma pesquisa amadora eu me deparei com um paradoxo, já que essas pessoas tentam adivinhar o futuro o tempo todo, mas não gostariam de conhecê-lo antecipadamente, se isso fosse possível.

Refletindo sobre esse assunto, o que me ocorreu é que talvez as pessoas não saibam o que querem, apenas saibam o que não querem. Nesse caso, conhecer o futuro realmente seria irrelevante, já que só existimos no presente e só experimentaremos e reagiremos ao futuro quando ele chegar.
Entretanto, se é dispensável antever o futuro, só nos resta viver da melhor maneira possível o presente, mas viver de verdade o agora sem se preocupar com o que virá depois exige desprendimento, dinamismo, resiliência e rapidez, caraterísticas que esbarram na poderosa inércia psíquica. Bem, ninguém disse que seria fácil...

Ficou por fim uma curiosidade: Será que alguém gostaria de se ligar ao simulador ?


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Minha lista de desejos

Ontem foi um domingo ótimo, que terminou com surpresa; uma homenagem de uma escritora que admiro muito. A Larissa, autora do blog Do lado de dentro, artista multimedia talentosíssima e nas horas vagas estudante de jornalismo, me presenteou com o meu segundo selo. Confesso que parece uma bobeira, mas eu fiquei feliz. Fazer o que ?

O propósito desse selo é não só de homenagear outros blogs, mas também de libertar os desejos dos seus autores. Vamos sonhar, desejar, realizar !

Aqui vão as regras:

1) A pessoa selecionada deve fazer uma lista com oito coisas que gostaria de fazer até o fim da vida;

2) É necessário que se faça uma postagem relacionando estas oito coisas e é necessário que a pessoa explique as regras do jogo;

3) Ao finalizar, devemos convidar oito parceiros de blogs;

4) Deixar um comentário para quem nos convidou.


Minha lista de desejos (em ordem cronológica):

- Visitar Índia e Tibet;
- Escrever um livro;
- Construir uma creche ou orfanato;
- Abrir um bar temático com meus amigos;
- Lecionar;
- Ter uma casa de campo;
- Aposentar-me aos 50 anos pra viver de estudo e arte;
- Conhecer Ken Wilber.


Meus indicados (em ordem alfabética):

- 'Bate e Rebate', da elegantérrima Raquel Medeiros;
http://bateerebate.blogspot.com/

- 'Do Fundo do Mar', da suave e doce Marina;
http://do-fundo-do-mar.blogspot.com/

- 'Interligue-se', da antenadíssima Nathalia Pimentel;
http://interligue-se.blogspot.com/

- 'MOMENTOS', da passional e poética amiga Raquel Garcia;
http://minhaspequenaspalavras.blogspot.com/

- 'Na Roda-Gigante', da intrigante e criativa Daniela Marques;
http://roda-gigante.blogspot.com/

- 'Raquel Oliveira', da minha amiga refinada e exagerada;
http://raquelcomblog.blogspot.com/

- 'Rotinas Verdes', da minha amiga inteligentíssima Ana Luisa;
http://rotinasverdes.blogspot.com/

- 'Quintal de Felicidades', da desconhecida e talentosa Vanessa.
http://quintaldefelicidades.blogspot.com/


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

sábado, 13 de junho de 2009

Obstáculos à Felicidade II: A inércia psíquica

Passei os últimos meses pensando no assunto desse post. Quando eu escrevi que nós mesmos somos o primeiro obstáculo à felicidade eu achava que publicaria uma série de textos citando outras dificuldades.
Primeiro defini a próxima barreira como sendo a religião, depois, pensando melhor, percebi que o fanatismo, esse sim era um grande problema, mas por último entendi que a imutabilidade era o ponto chave, a causa fundamental de todos os anteriores, afinal, dogmas não são impostos, dogmas são aceitos !
Comecei a escrever, mas algo me incomodava, eu lia minhas próprias palavras e sabia que aquilo estava incompleto ou era uma simplificação incorreta. Um belo dia apaguei tudo e resolvi observar, perceber e refletir.

Estou certo de que mudança não é uma escolha. Tudo muda independente da nossa vontade, até porque energia tem uma natureza intrinsecamente metamórfica e tudo é energia. Esses processos podem até seguir uma lei primordial como alguns físicos e astrofísicos acreditam, mas ela não deixará de ser uma Lei Universal da Mudança.
Portanto, nossas escolhas não são capazes de imutabilizar; pelo contrário, elas é que podem nos levar em direção aos nossos sonhos e objetivos. Por isso, nós somos nosso primeiro entrave.

Entretanto, é notório que mudar é assustador para muitas pessoas e a mesmice provoca uma certa sensação de segurança. Mas por que ? Por que diante de algumas situações tristes, relacionamentos frustrados ou empregos desumanos não fazemos valer nosso livre arbítrio e mudamos a nossa realidade ? A princípio, a "materialização" de uma vontade deveria ser capaz de resolver essas questões, mas não é tão simples assim...
Tentando responder essa pergunta é que eu tive um insight interessante duas semanas atrás, que venho maturando até agora.

Todos nós (acho essa uma generalização bem razoável) buscamos padrões. A padronização envolve processos como comparação, associação, correlação, classificação e registro, e talvez tenha sido a grande responsável pelo sucesso da nossa espécie. Alguém pode dizer que existem outros mecanismos importantes como a abstração, mas eles não vão afetar a minha teoria.
Padronizar até certo ponto nos promove a "futurólogos" ou profetas, que tentam prever o porvir com base em nossos padrões pré-existentes em busca de segurança, e quanto mais seguros nos sentimos, menos ansiosos somos; e quanto menos ansiedade temos, menos deterioramos nossa fisiologia e assim, maior é a nossa longevidade. Bingo !
Se minhas idéias estiverem certas, esse comportamento está enraizado nos nossos planos inferiores de consciência, imerso em nosso instinto de sobrevivência.

Essa pseudo-segurança transcende o estado mental corrente, criando um obstáculo ainda mais desafiador, uma versão inconsciente do primeiro, que eu batizei de inércia psíquica.
Definindo de forma leiga, a inércia é uma propriedade da matéria (e da energia) que descreve uma tendência dos corpos de permaneceram em seu estado atual e a mesma parece valer para a psiquê.
De alguma forma muito sinistra, nos mantemos em um estado psíquico que nem mesmo nossas vontades conscientes conseguem mudar fácil. Primeiro, porque não somos capazes de acessar diretamente o inconsciente e alterá-lo. Além do mais, acredito haver uma consonância natural entre nossos planos de consciência e por mais que possamos agir livremente, se o fazemos, a mudança repentina de comportamento cria uma divergência entre o consciente e o inconsciente, uma dissonância que é desconfortável e ameaçadora na medida em que o último não consegue acompanhar o primeiro.

Por exemplo, alguém que tem pavor de sapo devido a um evento traumático qualquer, não consegue pegar o anfíbio com a mão, nem que isso seja uma escolha mental, porque o trauma registrado no insconsciente não pode ser apagado instantaneamente e pegá-lo seria inseguro. Alguém que vive um relacionamento ruim, não o abandona, pois mesmo que as emoções vividas sejam negativas, elas são conhecidas e consequentemente seguras. Abandoná-lo significaria viver emoções novas, que independente da sua natureza, seriam inseguras. Existem inúmeros outros exemplos, mas a idéia é que cada um reconheça os seus.

O mais curioso é que na verdade não temos controle sobre a vida ou sobre o tempo e por mais que a inércia psíquica seja um mecanismo de proteção, ela é fundamentada na falsa premissa da previsibilidade do futuro. Infelizmente, até agora não consegui pensar numa maneira de evitá-la ou contorná-la, já que nossa existência é rodeada de padrões, onde mesmo os que tentam contrariá-los acabam estabelecendo “anti-padrões”. Nem mesmo o conhecimento dessa teoria soluciona o problema...

Aleatoriedade, definitivamente, não combina com o ser humano. Bem-vindos à prisão da consciência. Liberte-se e se tornará livre !


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Meu reino por uma guerreira 4i

Sim, eu vou te libertar da prisão na torre, não pelo seu brazão, mas pra despir-te do véu que separa nossos lábios. Ajude-me, distraia os guardas, seduza-os com sua sabedoria e eu escalarei os muros altos que te envolvem. Só mais um pouco, estou quase chegando... Meu cavalo não é um alazão, mas um fiel escudeiro que nos conduzirá por entre montanhas e vales até nosso destino. O caminho será longo e tortuoso, não terás fortuna nem banquetes, mas a cada fração de tempo a existência nos abençoará com a vividez da verdadeira unidade, seremos Um, voltaremos ao Todo, conheceremos a Verdade.

Perceba-me como sou através dos quatro elementos que te fazem guerreira. Só assim a liberdade triunfará, pois em meu reino não há fronteiras, muralhas não guardam as fortalezas, somos nossas próprias igrejas, sem cruzes, sem juramentos, sem dogmas.
Travaremos batalhas, cúmplices, ora lado a lado, ora de costas um pro outro, cada um com seus dragões. Tome minha cota-de-malha, dê-me sua adaga e enfrentemos as trevas. Avante ! Ensina-me a usar minhas forças contra o mal e lutarei por nós. Lute comigo.

Contarei-lhe meus segredos, lhe entregarei meus votos e vetos pra que eles sejam seus. Encante-me com seus pensamentos e suas buscas, desperte o que há de melhor em mim e refute o que há de inútil. Serei menos eu para que sejamos mais nós. Venha comigo.
Mostre-me outros mundos e provarei suas sinestesias, leve-me a outros planos e acompanharei-te em espírito. Emane sua intensidade e refraterei-a até ti, criando um círculo atemporal, sem início, meio ou fim.

Haverá, enfim, tão somente, amor e o sempre !


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

As ameaçadoras 3i

Em épocas de muitos afazeres como a atual, só me resta publicar textos antigos que vou guardando na minha "sala de maturação". Esses escritos às vezes são encorpados por novas idéias, às vezes devidamente reescritos e até eventualmente apagados, o que é muito raro, mas independente do fim, eles ficam descansando até o dia em que ganham o mundo. Esse é um deles...

Existe uma categoria de mulheres muito peculiares e pra mim ameaçadoras, que atraem a minha atenção como poucas. São as que eu chamo de 3i: inteligentes, interessantes e independentes. Também existem as guerreiras 4i, que são tema de um outro post, mas as primeiras já são raras graças à nossa sociedade machista, hipócrita e discriminatória e vou me restringir às primeiras por enquanto.

Eu criei essa classificação num período breve que estive solteiro logo no início da faculdade, mas que tem relevância até hoje. O nome eu inventei recentemente, mas o conceito continua o mesmo.
Estudei numa universidade grande que fica num local chamado de cidade universitária, onde existem vários prédios que acomodam as faculdades. Perto do centro de tecnologia, onde era o meu curso, havia as faculdades de letras, arquitetura e desenho industrial, e o centro de ciências matemáticas e da natureza, ou seja, eu estava rodeado por todo tipo de pessoa.
Confesso que nessa fase a espiritualidade ficou um pouco de lado e deu espaço pra toda a razão que permeia a área de exatas. Ao contrário do que são hoje, meus critérios eram muito mais racionais do que emocionais e sendo jovem, apresentável, com um corpo bacana, um carro, ainda que popular, e aluno do curso de engenharia mais disputado da época, conheci bastantes moças nas muitas chopadas que aconteciam.

Apesar dessa aparente futilidade, algo que sempre valorizei foi a boa conversa. Foi com bons papos que a maioria das minhas namoradas me conquistou. Nesse quesito se destacam as moças inteligentes, porque na minha percepção quem possui esse atributo é aquele(a) que se pergunta os melhores e mais seqüenciados porquês e consequentemente tem muito o que oferecer num diálogo.

Já uma pessoa interessante é na minha visão alguém eclético, que tem interesses diversificados e que questiona a "(des)ordem do momento", disposto(a) no mínimo a perturbar o status quo. As interessantes, mais do que conversar, sabem se impor, compor e expor, ganhando destaque no meio do oceano da mesmice sem que isso seja ofensivo ou arrogante.

Quando além de inteligente e interessante, que são características mais freqüentes, a mulher é independente, ou seja, enfrenta um sistema que defende a existência do sexo frágil, do ser feminino que precisa de uma bengala, masculina ou não, aí temos uma combinação peculiar. A independência vai trazer a liberdade necessária pra que a inteligência e o ecletismo fluam com todo o seu potencial, vai transformar o "parecer" e o "querer ser" em "ser". Ouviremos, então, as frases convictas "eu sou" e "ela é".

Naquela época universitária, quando eu me deparava com uma mulher 3i, eu me sentia realmente desafiado, sem que essa fosse a intenção dela. Entretando, ao invés de me afugentar, essa tríade me atraía e fazendo uso da minha lógica, eu enxergava esse conjunto como uma obra-prima, que merecia antes de mais nada meu respeito, mas que também despertava o meu desejo.

Que ironia não foi namorar uma dessas mulheres e anos depois perceber que os três "is" não só não garantiriam o sucesso de um relacionamento, mas também que faltava um quarto "i" que a racionalidade tinha deixado de lado.
Só depois de um período muito espiritualizado, oculto e esotérico é que eu percebi que a intensidade é fundamental. Resumo nesse quarto elemento, por exemplo, empatia, química e outras espiritualidades. As palavras podem passar outra impressão, mas essas características são oriundas de uma abordagem etérea.

Hoje eu vejo o quão importante é reconhecer nas mulheres essas qualidades, já que eu acredito na definição de prosperidade da Cabala Judaica, onde a felicidade conjugal é um dos seus três aspectos fundamentais.
Mas independente de qualquer categorização, coração tem vida própria e uma mulher 3i vai ser sempre uma ameaça pra mim, que eu vou ter que escolher fugir ou enfrentar. Não sei porque eu ando meio fugidio. Estou precisando de uma marretada na cabeça ou ser subjugado por uma guerreira 4i ! (risos)


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Momento Poesia: O sonho

Título: O sonho
Autor: Fabio Machado

Nunca dantes rendi-me ao pranto
Como hoje faço em tua memória
Seduziu-me de pronto, no entanto
A lembrança de uma breve estória

Passos curtos demarcam a retirada
Traços firmes, amarguras do poeta
Fragilidades se fizeram por amá-la
Quando o tempo enfim deu o alerta

Tento escapar dobrando a esquina
Mas a sombra acompanha de perto
Então que a arte gaste minha sina
Até que a dor se acabe decerto

Sigo em frente na senda, errante
Sob às rédeas do amor irrestrito
Irradiando a minha luz vibrante
Até enccontrar meu par infinito


Pensei que era você que sairia de manhã pra colher as flores do quintal que estariam em nossa mesa, imaginei que tu sentirias o perfume dos meus incensos, que usaria meus chinelos largos em seus pés. Mas a camisa de gola e manga longa nunca foi sua única veste nas manhãs de domingo, tudo não passou de um sonho doce... A existência se mostrou vilã de qualquer razão aparente. Nem os sentimentos suportaram o peso da ironia da vida. O presente, sempre diminuto, não viveu o suficiente pra nos unir em seu passado de lembranças férteis, ficamos apenas na imaginação do futuro inquietante. Toda a subjetividade estava ali, manifesta em nosso desencontro, nada além de um instante amorfo em meio a conformidade de escolhas divergentes. Sim, eu fui cercado pelo seu nome e sua indiferença me ordenou príncipe de um reino solitário, onde a desamparada existência foi, enfim, derrotada pela plenitude da essência. Quando, então, chorei... não de tristeza, mas pelo transbordamento de um oceano de certezas ao encontrar a Verdade.


Saudações fraternais,

Fabio Machado

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Momento Poesia: Saudade

Saudade
Autor: Fabio Machado

Saudade é o resultado de uma linda lembrança,
como o sorriso faceiro e fácil duma criança.

Saudade é querer sentir novamente um prazer,
como tomar banho de chuva e rodar bambolê.

Saudade é desejar rever um grande amor,
seja um amigo, um parceiro ou o vovô.

Saudade é hoje sentir de dentro pra fora,
o que de fora pra dentro sentiu-se outrora.


Saudações fraternais,

Fabio Machado

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Dicas do Machado: Restaurante Ráscal

No início do ano eu e os meus eternos amigos Dudu e Alessandra decidimos contar os brindes que fizermos durante 2009. Até agora já foram cinco (ou seis) e conseguimos manter uma média de um brinde por mês.
Conheço a Ale desde o segundo ano do 2o grau e desde então já vivemos momentos engraçados; divertidos; perigosos, como algumas vezes voltar de ônibus às 5 da manhã da antiga boate Wells Fargo, enfim, foram muitas experiências especiais em 16 anos de amizade.
O Dudu eu conheci pouco antes deles se casarem, casualmente, quando eu buscava o meu terno de padrinho. Sim, eu quase os apadrinhei sem conhecer o noivo... Hoje ele é um dos meus melhores amigos, provando que tempo não é o único critério que pode consubstanciar laços fortes de amizade.
O que mais me impressiona nesse meu amigo é o bom senso dele. É claro que muitas pessoas têm senso de qualidade, mas o Dudu consegue mudar seus atos e até seus hábitos, em prol de um bem maior, com facilidade distinta.

Nós três gostamos bastante de ir a bons restaurantes e esse mês nós fomos ao novo Ráscal aqui no Rio de Janeiro e não podia ter sido melhor. Foi inesperado, combinado de pronto e com final meritoso.
Como não houve planejamento chegamos lá depois das 14:00H de um sábado e para uma mesa de três pessoas a espera era de 25 a 30 minutos. Aproveitamos e fomos dar uma volta e no retorno à recepção já estávamos prestes a sermos chamados.
Logo em seguida entramos e fomos conduzidos até nossa mesa, que já estava elegantemente arrumada. Essa filial do Ráscal foi inaugurada na primeira quinzena de março e ainda está com "cheiro de novo". O serviço foi rápido, o garçom soube explicar o sistema com desenvoltura e em dois minutos já tínhamos escolhido nossa opção de buffet e as bebidas, aliás, eles servem o honesto chopp Xingu.

Ficamos com a opção de buffet de saladas e massas, que com certeza é a melhor ! Na verdade, as saladas dão um show, porque não se resumem a folhas e leguminosas. Há carpaccios, quiches, ceviche, queijos, antipastos italianos, risotos... São tantas opções maravilhos que eu pagaria para comer somente elas.
Mas no final eu fui provar as massas do dia e elas também agradaram. Não provei a maioria, porque elas tinham carne vermelha na receita, mas adorei a lasagna vegetariana, o ravioli de queijo de búfala e a massa recheada de batata com cebola.

Comida de qualidade à vontade, duas tulipas de um chopp escuro honesto por R$60,00. Voltarei lá com certeza. Eu recomendo !

O Ráscal Barra está localizado no CasaShopping,na Av. Ayrton Senna, 2.150. A casa ocupa uma área de 730m², e tem capacidade para receber 200 visitantes.Telefone (21) 3325-2073


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Momento Música

Às vezes há uma sintonia intrigante entre algumas composições musicais e meus textos poéticos. Não que tenham o mesmo tema ou o mesmo estilo, talvez seja mais uma semelhança no processo criativo, nas associações feitas, o que acaba resultando em metáforas semelhantes.
Chego a ficar com a impressão de que compartilhamos uma mesma fonte de inspiração ou a mesma "energia de criação".

Assim eu me sinto diante de composições do Jorge Vercilo. Confesso que nem sou fã dele, não tenhos seus CDs ou mp3, nunca fui nos seus shows e não conheço mais que cinco de suas canções, mas é tocar uma delas no rádio que eu já percebo imediatamente essa ligação. Vai entender...

Tentando fazer uma crítica bem básica, dado que não ouvi a maior parte do seu repertório, eu acho seus arranjos bem feitos; as melodias que já ouvi não são complexas como as de Lenine, mas são dignas de um músico talentoso; o vocal é afinado e agradável e excluindo a letra do "Homem-aranha", as outras são sensíveis e bacanas. O resultado são algumas músicas lindas como essa abaixo que ouvi recentemente chamada Ciclo.

Talvez o marketing do Jorge não tenha o apelo necessário para me "ganhar" e fazer com que eu compre suas músicas e as coloque no meu player, ou talvez eu esteja preso ao meu hábito de ouvir músicas mais dançantes como o soul e o hip-hop e complexas como o Jazz e o Blues, mas isso não muda o que acabei de dizer. Viva Jorge Vercilo !


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

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Ciclo *
Compositor(es): Jorge Vercilo / Dudu Falcão
Música: Jorge Vercilo


Eu não sei o que me domina
E mesmo assim não penso em me livrar
Num fascínio de alma gêmea
Você em mim constrói o seu lugar


O amor se fez me levando além onde ninguém mais
Criou raiz, ancorou de vez, fez de mim seu cais
Lendo a rota das estrelas

Nesse abraço se fez um ciclo
Que não tem fim e é todo o meu viver
É como alcançar o infinito
Reflete em mim e volta pra você

O amor se fez me levando além onde ninguém mais
Criou raiz, ancorou de vez, fez de mim seu cais
Lendo a rota das estrelas

O amor surgiu como um em mil, por você eu vim
E assim será a me conduzir, sem mandar em mim
Como o vento e o barco a vela, que nos leva sem fim


* Se alguém souber como eu coloco um video do youtube direto no blog me ensine, por favor.

domingo, 24 de maio de 2009

Segredos

Ele tinha um segredo... gostava dela. Ninguém sabia, nem o diário, nem o melhor amigo, nem sua boca vacilante, que podia entregá-lo a qualquer momento. Nada podia fazer a não ser querer-lhe o bem, imaginar seu beijo e torcer pra que ela gostasse dele também. Pensava: Por que ela foge de mim ?
Apesar de guardar a inocência que outrora lhe coubera suspiros, já não tinha mais seus grandes trunfos, a irresponsabilidade e a despreocupação da infância. Queria entregar-lhe seu coração, mas suas neuroses o impediam. Queria declarar-se como fez Romeu, mas sua Julieta, furtiva, o inibia. Queria mais que tudo, tê-la em seus braços, mas... não a tinha.

Ela tinha um segredo... pensava nele. Ninguém sabia, só seu diário repleto de palavras emocionantes. Podia fazer tudo, mas mantinha guardados seus sentimentos, imaginando o encontro, torcendo para que o gostar dele detonasse o dela. Sonhava: Por que não me rendo a mim ?
Embora cultivasse muros vivos que a protegiam como dantes, ainda acreditava nos sonhos infantis, onde há príncipes e castelos. Queria libertar seu coração, mas suas neuroses a impediam. Queria ser salva como Rapunzel, mas seu amado, amendrontado, relutava. Queria mais que tudo, tê-lo recostado em seu colo, mas... não o tinha.

A Verdade também tinha um segredo... conspirava a favor deles. Ninguém sabia, exceto os anjos. Dava-lhes a consciência, a vida e a liberdade, mas escondia seus planos na relatividade do tempo. Provocava: Que me venham suas perguntas !
Ainda que construísse provas e frustrações, almejava a plena felicidade, no todo, no uno, no eterno. Queria que evoluíssem, mas dependia das suas escolhas. Queria que se iluminassem, mas aguardava que enxergassem o invisível. Queria mais que tudo, que fossem o que realmente eram... AMOR !


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Entre dois mundos

Mas uma manhã ele acordou pensando nela, mais um dia inpirado pelos seus encantos. Pegou seu pequeno bloco de notas e pôs-se a escrever versinhos inocentes, daqueles que se ouve na infância... Desejava encontrá-la e faria o possível e o impossível pra isso. Ao invés de levantar da cama, continuou deitado por alguns minutos e recostado em seu travesseiro, começou a sonhar acordado - O que será que ela está pensando agora ? Será que alguma vez pensou em mim ? Enquanto ele tentava adivinhar, o tempo passava resoluto. Ela certamente não tinha idéia do quanto ocupava a mente do jovem rapaz. Em seu sonho ele se tornava o que realmente era, parava diante da moça e com uma de suas pernas ajoelhada, entregava-lhe uma flor colhida por ele mesmo. O único que sabia do gesto lhe dissera: ela não é bonita como um princesa e vai te achar um verdadeiro bobo da corte ! Sim, estava certo, pois ela era linda como uma rainha e só um bufão real seria capaz de rir de si mesmo, caso ela o rejeitasse. O perfume floral aguçava-lhe os sentidos e de seu imo brotou uma linda poesia, sem rima, sem forma, mas deformada pelo amor, livre como ela o fazia sentir-se. Piegas, talvez; profano, nunca !
O despertador chamou-o de volta, mas ela não desapareceu, permaneceu viva nele. Apesar de estarem longe, a saudade consumia todo o espaço e a colocava tão próxima que ele via seu sorriso, sentia seu perfume, provava energias que por enquanto só existiam na sua imaginação.
Mas já era hora de transformar-se novamente. Com sua máscara em punho e seu pó mágico no bolso, ele cruzou a porta de seu quarto em direção à Ilusão. Sim, porque o Real era um reino distante, do qual só seria rei quando a tivesse ao seu lado. Por enquanto, ele era apenas o herói de si mesmo, vitorioso em sua nação solitária, derrotado pela percepção totalitária.


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Momento esotérico: Mestre dos sonhos

Por que você não me deixa dormir ? Invade meu sono sem se mostrar, questiona minhas escolhas sem aqui estar, me dá conselhos sobre o meu caminhar...
Como sempre você está lá e eu cá. Talvez sua realidade seja o meu sonho, talvez meus sonhos sejam reais, talvez nada seja real, sei lá.
Alterego, imaginação, anjo ou guardião ? Te vejo como meu mestre me guiando em meio à escuridão.

- Eu estou conseguindo, seguindo o rumo certo ! - você disse.
- Estou indo pra onde, que não em frente ? Conseguindo o que ? - eu me pergunto
- "Ser eu mesmo" - eu me respondo sem pensar.

Mas você não está mais aqui pra validar minhas respostas que brotam das profundezas da minha mente, de algum gueto escuro, provavelmente inexplorado.
Agora já estou acordado, sem sono, meio dormente, admirando a aurora. E não adianta marcar encontro ! Sua agenda às vezes lota, não sei seu telefone, nem ao menos seu nome.
Por sua causa já li muitos livros, cantei muitos mantras e conheci filosofias, mas nunca você. Apesar da minha busca, continuo sem saber quem tu és. Por que ?
Só me confunde, quando me manda recados através de outros, se é que é você... Quando é assim, eu não ouço, porque eu durmo todos os dias e mesmo não "lembrando" todos os sonhos eu estou lá, te visitando no seu mundo.
Já é dia aqui. Ouço o som dos pássaros, o barulho dos carros, o tintilar das louças de quem toma seu desejum. Agora chega ! Já materializei meus pensamentos como você aconselhou. Vou tentar dormir de novo, mesmo na dúvida da sua coerência, porque em breve um novo dia vai começar...


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

There's always a catch

You should read CHAPTER 1 first.


CHAPTER 2

Brennan kept thinking that although he engineered the "encounter", life played the biggest role making it happen and that was super ! He then started a conversation with Jessica... They talked about different subjects, philosofy, love, relatioships, food, travelling and everything came very natural. After four hours Jessica realized she had set up a meeting with a girl friend and told Brennan she had to go. It was clear that they had a connection, she felt it, he felt it and with butterflies in the stomack he found the courage to invite her to dinner. She immediately smiled at him, but waited a couple a seconds before saying "yes". They were to meet the day after at eight.

The following night started early. Jessica began dressing up at six and Brennan at five. Both couldn't think of anything else but each other. Brennan drove his SUV to Jessica's place. He had a Luther Vandross old CD playing, one of his favorites. As soon as he saw her, he got mesmerized. Jessica was simply beautiful in a long pinkish skirt, a simple white blouse with a trendy jacket on top. They went to a small italian restaurant, a safe choice made by Brennan. He reserved a small corner wood table with a view that was waiting for them with candle lights and a bottle of a fine Bordeaux. Très chic !
It was a dream-come-true night, the stars were shining, the moon was full, the sky was clear, the sea was singing a sweet melody. Jessica smiled all the time.
Minute by minute they both dove into an intense empathic loving altmosphere. Their hands attracted each other like magnets, so strong that the muscles could not help it. Finally they touched. It was like an explosion, like flames burning close. Staring was the only language for a while, but suddenly they both felt there was only one right move... and they kissed !
Divine chemistry. This is what best describes the moment. The lips matched as if they were halves of a whole. All senses became numb and only love remained flowing in their perfect channel. At that time, they were made for each other.

From that day on they lived a fairy tale. Things changed very fast. Jessica decided to move to Brennan's city, since she ran her business from home. Brennan rent a bigger house and in one month they were living together. They didn't even had a chance to meet their in-laws...
In the following month they got a big surprise. Jessica's period, which worked as a swiss watch, was late and she ran to a drugstore for a pregnancy test kit. Brennan told her to buy two different ones and she did. He was at his lunch break when he received her call...

(to be continued...)


Friendly regards,

Fabio Machado.