quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A vida ou a SUA vida ? Reflexões

Foram muitos comentários interessantes sobre o post anterior, algumas conversas profundas, contudo, o mais curioso foram as associações que algumas pessoas fizeram com a morte. Como o próprio título já diz, o texto é sobre a vida, talvez contextualizada de maneira muito material, mas ainda sim esse é o foco.




Como alguns perceberam, uma vez dentro da sala, qualquer alternativa escolhida levaria à morte. A questão fundamental era a escolha entre a própria vida ou a vida.

A dúvida pode ser interpretada como o medo do sofrimento, o medo do desconhecido. Entretanto, temos aqui um paradoxo, pois se para evitar o sofrimento próprio, uma pessoa decidisse não apertar nenhum botão, era estaria escolhendo o próprio sofrimento. No meu entendimento, não apertar nenhum botão é a pior alternativa.



Talvez a escolha de viver sozinho não seja uma morte óbvia, mas mesmo os heremitas estão ligados à sociedade na medida em que a negaram. A negação é o vínculo entre os dois e além disso, a qualquer momento esse indivíduo solitário sabe que pode "voltar". O vínculo e o livre arbítrio o tornam vivo.
Já um sobrevivente verdadeiramente sozinho não tem opção. Sem o feedback de outras pessoas, sem seus espelhos, ela não será capaz de se reconhecer, perderá sua identidade e assim, morrerá, mesmo que seu coração ainda esteja batendo.


Isso acontece porque a vida é muito mais do que um conjunto de reações bioquímicas, do que um aglomerado de moléculas, muito mais do que a consciência em si. A vida é uma rede viva, pulsante e dinâmica, inteligente a ponto de aprender consigo mesma e evoluir. A vida é criação, destruição e recriação além de seus limites imagináveis. A vida é a pura inspiração !



Enfim, o teste nada mais era do que uma forma de avaliarmos se a existência individual é mais importante que o princípio vital universal. Na minha opinião, a minha vida não é o que há de mais importante, apesar de só eu poder vivê-la. Eu apertaria o botão que me mataria, consciente de que estaria preservando algo que está além do tempo, além do espaço, muito além de mim.
Sem mim a vida continua fazendo sentindo, mas sozinho eu não faço.


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A vida ou a SUA vida ?

Estou de volta ! Bem, mais ou menos... De um tempo pra cá, pra escrever eu tenho que deixar de fazer alguma coisa e hoje eu decidi exercitar a mente.
Esses dias eu estava conversando com uma amiga e por algum motivo começamos a falar sobre a importância da vida. A conversa evoluiu pra um teor mais filosófico e debatendo sobre altruísmo versus egoísmo, eu levantei a seguinte questão: O que é mais importante, a vida em si ou a vida de alguém ?

É comum ouvir das pessoas que sua própria existência está em primeiro lugar e esse conceito faz todo sentido, pois só nós vivemos nossas experiências e ninguém, em qualquer plano, poderá desempenhar esse papel em nosso lugar, portanto, façamos certo ou errado, façamos nós !
Entretanto, devemos considerar que nossas vidas fazem parte de uma teia complexamente entrelaçada em que um ponto não subsiste sem os outros. Seguindo essa analogia, fazemos sentido existencial apenas na presença de outros semelhantes. Mesmo nesse contexto, é difícil conceber essa ideia a ponto de adotá-la.

Durante minha conversa tive um insight sobre um teste onde cada um poderia compreender melhor essa situação.
Imagine que essa noite você vai dormir normalmente e que ao acordar se encontre numa sala completamente vedada, sem janela e com apenas uma "porta" sem fechadura. Você se depara com dois botões embutidos em uma das paredes cada um com uma placa.

- A placa de um dos botões continha o texto: aperte esse botão e SÓ VOCÊ morrerá.
- A outra placa continha o texto: aperte esse botão e SÓ VOCÊ viverá.

Havia ainda uma terceira placa ao lado da porta que dizia: você só alcançará a liberdade se apertar um dos botões, caso contrário definharás até a morte.

O que você faria ?

No próximo post eu darei minha resposta e farei considerações sobre o assunto.


Saudações fraternais,

Fabio Machado.