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sábado, 6 de novembro de 2010

Inferno

Estou puto. Preciso desabafar e escrever é um santo remédio nessas horas pra mim. Não leia, não divulgue, não copie e muito menos repasse esse texto, pois ele não fará bem.

Fui assitir o filme Tropa de Elite 2 no cinema agora há pouco e cheguei a uma conclusão desconsertante: ou eu sou um emissário do inferno e a minha natureza demoníaca me permitiu acreditar no conteúdo de um filme ficcional ou eu estou no próprio inferno !
Vivo, então, um dilema, porque eu não quero ser um demônio e muito menos viver no "mundo" deles.

O filme é um soco no estômago que em mim doeu MUITO. A realidade apresentada é mais do que Dantesca, Maquiavélica ou Nietzscheniana, ela é simplesmente má na ascepção mais básica da palavra. Eu tenho noção da existência de uma corrupção sistêmica, isso se aprende em qualquer diretório acadêmico melhorzinho, eu tenho noção da dualidade bem versus mal, isso meus pais me ensinaram da melhor maneira possível, eu tenho noção da idiotice política atual, que pode ser notada por quem conhece o básico do básico do básico da história grega; eu não tinha noção era da aberração que controla a minha vida. Sim, o "sistema" mencionado na película é um monstro sem corpo, sem forma, sem identidade, vivo, onipresente, adaptativo e auto-sustentável (f#%&*-se a reforma ortográfica).

Esse ente abominável não depende de mim, porque dependência pressupõe que eu teria algum poder. Pelo contrário, ele me usa ao seu bel prazer como um mamulengo abobalhado, faz de mim o que bem quer sem que eu possa sequer cogitar direitos ou deveres.
Nele a democracia se tornou uma realidade alternativa e o caos, o que é real; a ética deixou de ser sustentáculo, quando o poder a colocou no "microondas"; a polícia deixou de simbolizar a ordem, porque o dinheiro tomou o seu lugar; o governo, um dia representação do povo, hoje é uma piada de muito mau gosto.
Talvez a única coisa que tenha permanecido inalterada seja a lei da maioria, mas essa, infelizmente, é cega, surda, muda e acima de tudo, pobre, pobre de espírito, pobre de caráter, pobre de recursos...

Nesse momento de revolta, não vejo porque ser honesto, correto e cidadão de bem, se são os meus impostos, o meu estilo de vida e a minha educação o combustível dessa máquina mortífera.
Como se não bastasse, ainda enfrento uma inércia existencial circunscrita às minhas inconsciência coletiva e consciência individual.
Enfim, estou atolado na merda até o pescoço, mas não sinto o fedor, porque graças à minha apatia, eu já me acostumei com ele. O problema são os outros narizes...


Saudações infernais,

Fabio Machado

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Felicitações aos políticos eleitos

Começa agora uma nova jornada em vossas vidas políticas. Será preciso ser cauteloso em seus atos e no que acreditam ser correto. Será imperativo agir com equilíbrio, prudência e humanidade, para que a confiança excessiva não os torne incautos e a desconfiança imponderada não os faça intolerantes.
Podemos suportar a adversidade, mas é pelo poder que provamos o caráter de um cristão, que perpetua na retidão, mesmo que não haja quem a certifique.

A constante preocupação de vossas senhorias não devem ser os gritos dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos inidôneos, dos amorais, mas sim o silêncio dos bons, pois há entre nós aqueles que enlouqueceram por quererem ser muito, mas não há um só que tenha caído em devaneios por querer ser bom.
Outrossim, procurem conhecer o inimigo e mantenham com este uma relação essencialmente amistosa, pois entre outras coisas, sempre há a possibilidade de que algum dia ele se converta num amigo.

Enfim, em seus íntimos acreditem que a missão do político não é a de agradar todos, mas sim de atuar por todos e para todos, e que o grande erro daquele em seus negócios públicos é consagrar-se com eles, pois em última instância sois apenas um meio e não um fim.


Saudações fraternais,

Fabio Machado.