terça-feira, 30 de dezembro de 2008

A genesis resumida do KiFoDA

Hoje eu recebi uma confirmação que eu estava esperando pra escrever esse post. Algo bobo, mas que eu queria ter certeza. Viva o Yahoo !

Eu morei em Brasília entre 1991 e 1992 e logo depois que voltei pro Rio de Janeiro me mudei pro condomínio onde moro até hoje, o Condomínio Saens Peña ou CSP. Nessa época eu tinha uns dezesseis anos e devido a algumas mudanças de endereço anteriores, eu, adolescente e limitado, havia guardado poucas amizades e tinha raro ou nenhum contato com elas.

Não havia internet, e-mail e consequentemente nada de MSN, Orkut, Skype. Eu só contava mesmo com o bom e velho telefone, mas minhas agendas sempre sumiam...

Essa fase da vida é importante, porque geralmente é quando formamos nossas amizades mais sólidas, que nos acompanharão até o fim. Mais do que nunca eu queria conhecer gente nova, pessoas que de certa forma substituíssem meus grandes amigos brasilienses e preenchessem um vazio causado por um relacionamento muito mal resolvido.

Ao longo de 1993 eu fui abandonando a vida de atleta mesatenista, o famoso ping-pong, e passei a me dedicar somente ao volei, que a essa altura já era mais um hobby do que um esporte. Graças a ele eu comecei a frequentar o CSP mesmo antes do apartamento estar reformado e conheci a maioria dos meus amigos atuais.

Fomos adolescentes comuns; ativos, comunicativos, beijadores, mas o grande diferencial da minha tribo é que éramos educados e dentro de uma normalidade, responsáveis. Nunca nos envolvemos com drogas ilícitas, vandalismo e sempre estivemos em dia com nossas obrigações de estudo e estágio. Parece careta, chato, mas nos divertimos MUITO ! Foram muitas festas, comemorações, churrascos, bebedeiras, chás de boldo, conversas, gargalhadas, lágrimas, jogos de truco, sueca, namoros, términos de namoro... praticamente um réplica de Barrados no Baile, por sinal um bom apelido pro grupo.

Em 1995 eu entrei na faculdade de engenharia eletrônica da UFRJ e nos laboratórios da graduação tive acesso à "World Wide Web" pela primeira vez. Contas de e-mail, servidores FTP, Telnet, tudo era maravilhoso, rápido, quase instantâneo. O mundo virtual evoluiu num piscar de olhos e nos cinco anos seguintes milhares de serviços legais apareceram.

Em 2000 eu conheci o eGroups.com, um site especializado em listas de distribuição de e-mail. A gente criava um grupo e convidava os amigos. Eu achei interessante e em segredo comecei a pensar num nome. Tive a idéia de fazer um anagrama com os nomes de dois amigos que também eram engenheiros e achava eu, os únicos que se interessariam pela novidade além de mim.
Depois de alguns instantes surge no dia 13 de julho daquele ano o FoDA Produções, advindo de Fabio, Danillo e Alexandre. Foi um fracasso ! Ninguém enviava e-mails e a lista caiu em desuso.

Entretanto, o eGroups foi um sucesso e eu mesmo criei várias listas que modero até hoje. Com o tempo todos foram se rendendo à utilidade do serviço e se associando a grupos da faculdade, do trabalho, de comunidades, de afinidades e era questão de tempo até que eu fizesse uma nova tentativa.

A nossa convivência era intensa e mais pessoas foram sendo agregadas à tribo, irmãos, namorados(as), amigos(as) dos amigos, alguns pais. Passávamos todos os Reveillons juntos e sempre que o calendário permitia viajávamos na Semana Santa ou em algum feriado.

Em 2002, durante uma viagem da galera pra Rio das Ostras, depois de conversar sobre a antiga FoDA Produções, meu amigo Carlos Henrique, o KK, se empolgou e rebatizou o grupo com o nome KiFoDA. Há estórias engraçadíssimas sobre as letras "i" e "o", mas não vou fazer chacotas ! (risos). Finalmente a lista emplacou e hoje é por lá que mantemos contato com os que estão longe, com quem por algum motivo se afastou ou enviamos convites para nossos aniversários, festas e afins.

De lá pra cá já são 15 anos de amizade e 7 anos da KiFoDA Produções e Eventos; uma história muito especial pra mim. Nossos laços se fortaleceram ainda mais, hoje faço pós-graduação com um, tenho idéias de negócios com outro, sou padrinho de casamento de alguns, nunca me desentendi com nenhum. Já recusei uma proposta de emprego no exterior principalmente por causa desses malucos...

E assim vou vivendo e aprendendo a conviver com as peculiaridades e enxergando a beleza de cada um deles. Dedico uma parte da minha vida a eles, tentando fazer com que todos sejam felizes.

Enfim, eu ADORO os meus amigos. Sinto o amor através da nossa amizade !
E aí, gostou ?!? Quem sabe um dia você também não se torna um KiFoDA ?


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

O tempo é uma via de mão única, sem retorno !

Eu recebi um e-mail fantástico em resposta ao meu "post" sobre o luto. Inacreditavelmente eu CORROMPI a mensagem ao tentar movê-la de uma pasta pra outra no Outlook Express ! Já tentei usar uns programas de recuperação, mas nada ajudou. A única coisa que ficou registrada foi o nome da brilhante pensadora: Fernanda Mendes.
Em sua homenagem eu vou escrever dois textos, onde tentarei contra-argumentar alguns pontos e detalhar outros. Espero que você reapareça.

É impressionante como as pessoas convivem mal com o TEMPO ! Fico observando como é comum confortar-se ou atormentar-se engendrando situações fictícias, com critérios absurdos que resultam em conclusões falsas e perniciosas.

O tempo é um meio indefinido onde se desenrolam, de forma irreversível, as existências, os acontecimentos e os fenômenos na sua invariável mutabilidade. De forma mais simples, é uma ferramenta útil inventada pelo Homem para mensurar a progressão dos eventos que percebemos como VIDA.

Definido dessa forma ele nada mais é do que uma variável utilizada para modelar processos do nosso universo e como tal, deveria ser restrito a esse propósito. Infelizmente, a maioria de nós a usa de forma impensada.

Imagino que a invenção do tempo tenha sido um processo natural, já que o ser humano tem uma tendência a buscar padrões. Apesar da Natureza se manifestar de forma livre e por vezes aparentemente caótica, é possível observar determinados ciclos bem definidos, com início, meio e fim. O tempo é uma alternativa para equacioná-los e registrá-los de maneira estruturada.

Assim, a partir da sua criação o tempo se uniu ao espaço (as dimensões) e invadiu as profundezas das nossas mentes. Surgiram, presente, passado e futuro; consciência, memória e aprendizado.
Quanto mais evoluímos, mais complexa é a sua participação na nossa História.

Não sei ao certo, mas provavelmente foram nossos antepassados gregos que ao estudar o tempo (cronologia) perceberam que não temos acesso epistemológico ao futuro, ou seja, não somos capazes de saber no presente o que ainda vai acontecer. Por outro lado, conseguimos lembrar, mesmo que parcialmente, o que já foi vivido. Acessamos epistemologicamente o passado.

Nossas equações não são capazes de explicar essa peculiaridade, mas é fato que essa é uma regra da vida, pelo menos pra mim. Se alguém consegue antever o porvir de forma recorrente e inerrante, ou está perdido, ou nós estamos perdidos, porque ele(a) escolheu não nos contar o que nos espera ! (risos)
Além disso não conseguimos voltar no tempo ou mudar eventos passados. O fluxo temporal é sempre contínuo e inalterável. "Better get used to it" !

Apesar dessas limitações, dá-se um jeito de tentar burlá-las segundo uma estranha (in)conveniência. Vamos supor que uma pessoa que viaja sempre de avião se atrase 10 minutos e perca um vôo, por exemplo, porque pegou um engarrafamento no caminho A, enquanto um caminho B estava livre. Ela fica se lamentando e considera que se pegasse o caminho B chegaria em tempo hábil. Entretanto, se ela descobre que o avião que foi perdido sofreu uma pane fatal e caiu, ela se conforta e entende que se não fosse o engarramento ou se tivesse usado o caminho B teria morrido.
Mas afinal o caminho A é bom ou ruim ?

Ambas as considerações feitas são completamente falsas ! Até que me provem o contrário é IMPOSSÍVEL afirmar o que teria acontecido se a pessoa tivesse seguido pelo caminho B ! Ao nos permitirmos supor um evento passado diferente, somos obrigados a considerar infinitos eventos subsequentes possíveis, iguais e diferentes do que realmente se sucedeu, e não uma sequência específica qualquer ao nosso bel prazer.

Quando supomos o uso do caminho B adentramos o campo da hipótese, da fantasia, o mundo das idéias, e abandonamos a realidade temporal corrente. Nesse novo contexto tudo é possível: furar um pneu, ser assaltado, só passar por sinais verdes e/ou vermelhos, não sofrer um acidente de avião, ser transferido pra outra cia aérea, etc, etc, etc.

Portanto, não faz o menor sentido refletir sobre qual teria sido a melhor escolha. É irrelevante, pois nunca saberemos o que poderia ter acontecido. O futuro do pretérito simples ou composto do indicativo é descartável e de fato não existe em todos os idiomas.

Infelizmente manipulamos o tempo para moderar sucessos e insucessos e assim criamos um universo paralelo onde nos vemos todos-poderosos. Surge assim uma sensação de controle sobre vida que é tão certa quanto a frase: vou à praia amanhã.

Não controlamos nada, no máximo escolhemos. Por mais que seja frustrante acredito que quem normatizou o sistema o fez muito bem. Seria muito mais difícil se realmente estivéssemos no comando ! Do jeito que é nós podemos nos permitir atravessar nossa existência de maneira muito mais simples, pautados, talvez, na integridade.

Portanto, conformemo-nos e busquemos a felicidade, pois venha o que vier; seja o que for; o que passou, passou... Qual a próxima escolha ?


OBSERVAÇÃO:

Apesar da nossa impotência, isso não quer dizer que Deus é um jogador de dados e estamos sujeitos à aleatoriedade, mas esse é o assunto do próximo "post".


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Plantão Verso e Prosa: Curtas

Estive bem doente nos últimos dois dias, com febre, dor de cabeça, dor no corpo, tudo causado por uma desagradável sinusite, que por sua vez foi causada pelo longo período de chuvas no Rio de Janeiro. Apesar de não ser um frequentador de praias eu descobri que sou dependente de sol. Sempre que tenho chance dou uma caminhada ou corrida no calçadão de São Francisco, em Niterói, onde trabalho. Isso é o suficiente pras minhas células ficarem felizes e o meu sistema imunológico se rearmar.
Nessas duas últimas semanas quase não se viram os raios solares e depois de uma longa batalha os germes me venceram. Graças à minha massoterapeuta, a um bom descanso e à nossa estrela de quinta grandeza que pode brilhar novamente estou quase bom. Que venha a cerveja natalina !

* * *

Por conta do meu estado de saúde eu fiquei desanimado pra escrever e pra piorar quando fui ler o que já tinha escrito sobre Imutabilidade eu não gostei e joguei tudo fora. Preciso pensar um pouco mais sobre o assunto...
Tenho alguns outros textos engatilhados e devo publicar algum nos próximos dias, já que só retorno ao trabalho no dia 29/12.
Também ficou pendente a minha famosa mensagem de Natal que esse ano vai ter um tom de orgulho e será publicada aqui também.

* * *

Já entrando nesse clima, eu quero registrar que ganhei o meu quarto SEGUIDOR ! Agora tenho a honra de ser acompanhado pela minha tia Ivone que está morando lá em Goiás. Uma mulher antenada e com o espírito jovem ! Eu não tenho contato com ela há muito tempo e o blog vai ser um bom ponto de encontro. Bem-vinda, titia !

* * *

Mais do que bem-vindos também são os meus dois maiores presentes de Natal esse ano, duas novas amigas muito especiais que apareceram na minha vida, a Raquel Oliveira e a Priscila Maurício. Por algum motivo estranho à minha pessoa, quanto mais velhos ficamos, mais difícil é fazermos novas amizades. Sendo assim, temos que valorizar cada uma como se fosse a primeira.
Senhoritas, eu amo vocês. Contem comigo sempre !

* * *

E o que poderia ser mais legal nesse período em que muitos estão fazendo suas resoluções pessoais do que saber que a "Minha vida em verso e prosa" está ajudando outras pessoas. Uma leitora me escreveu dizendo que os textos"O Caminho de São Sebastião do Cais do Porto" e "O luto nosso de cada dia" ajudaram-na a superar uma fase difícil da vida, cheia de perdas e de dores. Eu não poderia ter ficado mais contente !
Pode não ser sempre, mas enquanto eu tiver recursos eu vou escrever.

* * *

Por fim quero anunciar que num futuro próximo, assim eu espero, meus escritos serão acompanhados de fotos, já que finalmente eu comprei uma câmera fotográfica digital. Eu não tenho a menor idéia de como usar esse apetrecho tecnológico e o manual é bem grandinho, portanto, eis um desafio.

Boas Festas para todos !


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O luto nosso de cada dia

Estou redigindo um texto sobre imutabilidade, mas além de estar muito difícil, eu me vi inspirado para escrever sobre o luto. O texto fluiu espontâneamente e resolvi publicá-lo antes do outro. É assim mesmo...

Faz parte da vida saborear o gosto acre da morte, mas não só da extinção da animação do nosso corpo físico, como também das perdas representadas pelas recorrentes frustrações que sofremos durante nossa existência. Quase tudo morre: a inocência da infância, a altivez da adolescência, a virilidade do adulto e a experiência da velhice. A criança serena que eu fui morreu e nasceu o adolescente questionador. Esse morreu para o mancebo inquieto que morreu para mim. Mais ainda, o ontem morre para o hoje, o segundo anterior para o atual, enfim, o passado sempre morre para o presente.


A continuidade da linha do tempo implica a coexistência de vida e morte num movimento cíclico e alternado. É claro que ninguém dá valor aos inúmeros milionésimos de segundo que vêm e vão, mas não podemos ignorá-los totalmente, correndo o risco de ao final da vida termos a sensação de que ela simplesmente passou sem ser vivida. Às vezes ficamos tanto tempo presos ao passado, tentando mudar o imutável, que não percebemos o indubitável valor do presente, onde nos deparamos com as verdadeiras possibilidades e escolhas. Em outras, colocamos nosso foco no futuro, conjecturando, imaginando, planejando, prevenindo; sofrendo ou gozando experiências e sensações irreais, falsas, relegando o presente a um réles meio para um fim.

Sem morte não há vida e precisamos abraçar essa dualidade, nos concentrando no agora, porque assim viveremos uma vida que se renova a todo instante. Para aceitar a morte devemos elaborar o luto, como dizem os psicólogos, para que não fiquemos presos a esses momentos onde a vida não mais existe, onde as dualidades do maniqueísmo não se verificam.

O luto se traduz em sintomas, que podem ser divididos em fases: choque, negação, depressão e aceitação. Eu já li que entre a negação e a depressão existe a raiva, mas sendo muito sincero eu nunca experimentei esse sentimento. Talvez se eu tivesse um filho as coisas fossem diferentes, mas como não tenho... Nada é mais certo e normal do que a morte. Exceto Deus e o amor (que na minha opinião são dois símbolos do mesmo elemento), tudo que tem um início fatalmente terá um fim, porém nos enganamos acreditando na sua eternidade. Nossos relacionamentos, nossos familiares, nossos amigos, nossos bens, nossos empregos, nós mesmos, todos são finitos.

Quando perdemos algo que nos é valioso, nos frustramos e essa frustração causa um choque e é essa reação ao inevitável que então nos faz negar a realidade imposta. A vida nos priva dos nossos desejos e ao negarmos o que é real, caímos em depressão e ao refutarmos essa injustiça, sofremos mais ainda.
Ficamos, então, com impressão de que somos prisioneiros de um carrasco, e na verdade somos. Entretanto, a foice desse algoz que ora nos sangra também nos liberta, cortando as amarras que nos prendem à dor do luto. As quedas nos ensinam a levantar e com o tempo aprendemos a valorizar o que nos é concedido, a força, a experiência, a resiliência, a perseverança...

Enfim, viver é estar em constante elaboração do luto, é aceitar a realidade como ela é. Esse processo serve de ponte entre a dor e o regozijo e experimentá-lo nos humaniza, nos faz aprender que somos mortais. A morte pode até ser postergada, mas nunca deixará de vir ao nosso encontro. Ela existe fundamentalmente para nos mostrar a imagem do nosso corpo desnudo, a importância das perdas, dos fracassos, das decepções, das frustrações.

Felizmente, a felicidade só depende dos ganhos e sempre ganhamos alguma coisa, por isso, eu entendo o luto como um processo fundamental para que sejamos felizes até o fim.

Agradecimento final:

Diante da morte de outrem sofremos, não por aquele que se foi, mas por nós mesmos, pela falta que ele nos fará. Esse egoísmo se manifesta graças ao vazio que foi deixado, pela parte de nós que também morreu, mas apesar disso nosso todo continua vivo e seguimos em frente.

Tudo é uma questão de escolha, seja o sofrimento ou a gratidão pelo que já passou, o medo do que se perdeu ou o amor que se sentiu graças a ele, mas independente do caminho trilhado devemos sempre agradecer. A morte não é capaz de anular o que já foi vivido e a sabedoria está em guardar as lembranças alegres, em ser grato pela oportunidade de ter convivido com o que partiu, que na vida ou na morte faz parte de nós. Todas as nossas derrotas merecem a nossa reverência.

O agradecimento pelo passado nos regozija, ilumina o caminho do presente e nos liberta da incerteza do futuro. A elaboração do luto não é a extinção do sofrimento, mas a gratidão é o remédio que pode sustar a dor e cicatrizar as feridas abertas pela morte.

Meu tio Wellington morreu nesse último sábado. Foi ele que me apresentou os conceitos de reencarnação, de agradecimento, de meditação, foi ele que me ensinou um pouco de teoria musical, de improvisação, a tocar alguns instrumentos, a desenhar... Apesar de muitos pesares, alguém muito importante !
Ele se foi... mas continua aqui, impresso em mim na parte que lhe cabe, naquele que a partir dele me transformei.

E assim, marejado, mais uma vez eu agradeço: OBRIGADO !


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Momento Música: Vanessa da Mata

Eu já ouvi falar que pra toda situação, por mais inusitada que seja, existe uma música no cancioneiro popular que se identifica com ela. Somos, então, capazes de nos relacionar com aquelas letras e notas de uma maneira singular. É como se nosso coração tivesse encontrado um par para sorrir ou chorar em uníssono.

Atualmente eu tenho ouvido mais músicas da minha coletânea pessoal, já que às quintas me atrevo a subir no palco e soltar a voz junto com a minha amiga Raquel Oliveira. Eu tinha me esquecido o quanto gosto de Soul, R&B, MPB, Jazz... e quantos duetos maravilhosos existem: Dione Warwick e Burt Bacharach, Barbra Streisand and Barry Gibb, Luther Vandross e Mariah Carey... Todos fantásticos ! Não é à toa que essa é considerada a primeira arte !

Há um tempo atrás eu descobri uma linda letra, que eu pensei inicialmente ser cantada pela Marisa Monte, dados o timbre e a precisão vocal e mais tarde me surpreendi ao tomar conhecimento que era pela Vanessa da Mata. Pus-me a investigar sua discografia e encontrei composições excitantes e melodias dignas da mais pura música popular brasileira. Vale a pena conferir o seu "website" http://www.vanessadamata.com.br/ , onde, entre outras coisas, é possível escutar as músicas do seu último CD.

A Cabala judaica e algumas filosofias que pregam a existência de almas gêmeas, dizem que é possível que um espírito eventualmente não reconheça seu par ao encontrá-lo, mesmo que este reconheça aquele. Sinto que essa canção é o exemplo perfeito dessa situação. Gostaria que todos conseguissem enxergar através das janelas da alma e avistassem o amor em meio aos vastos campos de centeio do paraíso. Com vocês: Amado

Saudações fraternais,

Fabio Machado.




Amado
Artista: Vanessa Da Mata
Composição: Vanessa da Mata

Como pode ser gostar de alguém
E esse tal alguém não ser seu
Fico desejando nós gastando o mar
Pôr-do-sol, postal, mais ninguém

Peço tanto a Deus
Para lhe esquecer
Mas só de pedir me lembro
Minha linda flor
Meu jasmim será
Meus melhores beijos serão seus

Sinto que você é ligado a mim
Sempre que estou indo, volto atrás
Estou entregue a ponto de estar sempre só
Esperando um sim ou nunca mais

É tanta graça lá fora passa
O tempo sem você
Mas pode sim
Ser sim amado e tudo acontecer

Sinto absoluto o dom de existir,
Não há solidão, nem pena
Nessa doação, milagres do amor
Sinto uma extensão divina

É tanta graça lá fora passa
O tempo sem você
Mas pode sim
Ser sim amado e tudo acontecer

Quero dançar com você
Dançar com você
Quero dançar com você
Dançar com você



sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Plantão Verso e Prosa: Novos seguidores

Plagiando Nietzsche, eu digo: ao escrever eu me torno quem eu sou !

Escrever pra mim é especial. Acho que a sensação de alegria é diretamente proporcional ao desequilíbrio entre a entrada e saída de informação que há na minha mente. Apesar disso, muita gente ainda está se perguntando porque eu resolvi criar o blog e minha resposta é: pergunte-se porque você escova os dentes e descobrirás.

O fato é que eu tenho me divertido muito, tenho recebido muitos elogios de gente inteligente e muitos “feedbacks” importantes. Até encomenda e proposta de temas eu já recebi !
Parte dessa diversão se deve à meinha blogueira entre mim e a minha amiga Raquel Oliveira, que andou provocando curiosidade, suspeitas, especulações e muitas piadas. Resolvemos assumir publicamente o nosso caso, que aliás é um caso de amizade. Vejam a confissão Raqueliana em http://raquelcomblog.blogspot.com/2008/12/tira-teima.html
Mas não fiquem tristes...quem acompanhar a minha vida até 2018, pode ter a chance de rir com as fotos e músicas de uma grande viagem ao redor do globo que planejamos fazer. Será que vai dar certo ?

Viagens à parte, hoje o plantão é pra anunciar que eu ganhei dois novos seguidores, meus amigos Marcio e Juliana. Quero deixar registrado que é uma honra tê-los como ouvintes, porque vocês fazem parte de um grupo seleto de pessoas com múltiplas habilidades em campos diversos das ciências naturais, alguéns cujas críticas serão mais do que bem-vindas.
O Marcio é um engenheiro cheio de títulos, com um raciocínio afiado e uma veia musical subestimada. A Juliana é uma psicóloga com a capacidade de unir psiquê, arte e espiritualidade.

Acho que não preciso dizer mais nada além de OBRIGADO !

Por fim, eu decidi interagir com os meus leitores de forma mais ativa pela primeira vez e gostaria de ajuda pra escolher o próximo tema do blog. No meu forno cerebral existem os títulos: O Manual do Guerreiro da Luz: Introdução, o prefácio de um conjunto de textos com dicas para os homens solteiros que virá acompanhado do capítulo I e Obstáculos à Felicidade II: Imutabilidade, uma continuação de um dos primeiros tópicos, que considero muito interessante.

Aguardo os comentários.


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Comemorando bodas de ambrosia

Hoje é dia de festa. O blog fez 37 dias de idade, portanto, já atingiu a maioridade ! Agora ele pode registrar palavras mais fortes, temas mais maliciosos, conteúdos mais poéticos.
A ambrosia é perfeita para homenagear a ocasião, porque é um doce que simboliza a ligação entre o divino e o profano, o alimento preferido dos deuses gregos. Reza a lenda que quando era oferecido para um mortal, esse experimentava uma singular sensação de felicidade. Deu até água na boca !

Na verdade as comemorações começaram ontem, porque quem me conhece sabe que eu não sou fanático por regras... (risos debochados). A minha sorte é que diferentemente do inconsciente coletivo, não há um consciente coletivo. Nada mais heterogêneo e frágil do que a mente humana... Faz-se então necessária a existência de leis e por uma questão de cidadania eu as respeito. Melhor dizendo, eu as respeito a maioria das vezes, mas quando não o faço estou preparado para arcar com as consequências.

Confesso que há ocasiões em que o meu senso parece ser melhor do que o dos legisladores, mas durante alguns anos da minha infância eu fui criado por uma tia-avó muito religiosa, que sempre falava dos sete pecados capitais. Eu ficava intrigado e de certa forma com medo da soberba, porque era a única palavra que eu não conhecia. Parecia ser algo bem feio !
Em algum momento eu descobri que era um sinônimo de arrogância, mas a essa altura eu já tinha decidido que esse pecado eu não ia cometer ! Talvez por isso eu conviva pacificamente com o poder legiferante.

Entretanto, a vida é uma caixinha de surpresas e como eu já disse em outro “post”, ao longo dos anos tornei-me um bom solucionador de problemas, em todos os aspectos. Em particular, eu deduzi que nós criamos nossos próprios problemas e a partir dessa premissa tentei me isentar de todo e qualquer desequilíbrio. Tudo parecia ir muito bem, pelo menos assim eu pensava...
O sucesso recorrente trouxe orgulho e graças ao cuidado com os pecados da minha tia, trouxe também uma auto-arrogância, um tipo de autoconfiança invisível e exagerada, em que eu me sentia capaz de resolver qualquer questão pessoal. Fora da minha bolha eu era apenas mais um escravo da imperfeição, falível, impotente e ignorante, mas dentro dela eu me via infalível, onipotente e onisciente.

O resultado não podia ser outro: fracasso.

Infelizmente não “lembramos” do futuro como lembramos do passado e agora só me resta agradecer pela chance que estou tendo de rever minhas vãs filosofias ainda nesse plano.
Graças a não sei o que ou quem, eu cultivei genuinamente outros atributos como o conhecimento, o amor, a justiça e a bondade e talvez por isso, só por isso, eu ainda tenha o respeito de pessoas importantes como a minha amiga Juliana.

Mais uma vez obrigado !


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Momento Poesia: O Sentido da Vida

Título: O Sentido da Vida
Autor: Fabio Machado

Cada segundo impiedoso e implacável
Acelerando meu coração até o limite
Despindo-me de qualquer razão aparente
Meros centímetros parecem anos-luz

O universo atinge o ponto de mutação
Que nos une através de nossas almas
Nada mais existe, a vida é uma ilusão
Só o amor resiste em meio à escuridão

Os átomos viajam sem rumo ou destino
Impulsionados pela energia da paixão
Conduzem meus sentidos ao extremo
Elevam meu espírito até o ser supremo

Tudo fez sentido, o mistério acabou
Não vejo, não ouço, não penso
O tempo finalmente parou de correr
Não sou mais eu, sou eu e você


Saudações fraternais,

Fabio Machado.