terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Momento Poesia: Quando a inspiração bate à porta

No "post" anterior eu comentei sobre o blog da Raquel Garcia http://www.minhaspequenaspalavras.blogspot.com/
Apesar de ela escrever poesias contemporâneas livres, as quais não exigem rima, métrica e forma, eu sou muito atraído pelo conjunto da obra. Por algum motivo aqueles versos me inspiram e não é raro eu escrevo um comentário, tanto em verso quanto em prosa. Muitas vezes eles parecem uma psicografia de tão extraorinários que são.

Hoje eu li um texto dela muito lindo. Triste, melancólico, mas ao tempo sublime, puro. http://minhaspequenaspalavras.blogspot.com/2009/01/sinto-me-doente-por-dentro-tentando.html
Das profundezas do meu eu brotaram as palavras abaixo.

"Só aquele que se entrega a si mesmo e ao outro é capaz de viver algo assim tão profundo. Só aquele que tem a coragem dos guerreiros é capaz de declarar seus medos. Só aquele que conhece o amor é capaz de sentir a presença de Deus dentro de si.
O amor não tem oposto, mas nós somos frágeis e por vezes a dor é uma insistente contraparte que nos assola. Ela manifesta o nosso desejo de continuar amando e só cessa quando percebemos que o amor é infinito e cabe a nós buscar os canais até ele."



O novo velho eu
Por: Fabio Machado

Suas palavras me inspiram; profundamente.
Como se despertassem em mim outra entidade.
Muito, mas muito mais capaz do que sou.
Leio minhas próprias frases, mas não me reconheço.
Sou o fantasma de um sábio ancião;
bem-aventurado, inebriado, resoluto.
Encerro-me em mim mesmo, como círculo perfeito.
Despeço-me em seguida, furtivamente.
Já mudado pelo toque senil. E assim me vou.
Já com alguns cabelos brancos.
Um pouco mais ele, um pouco menos eu.
E sigo...
Tornando-me lentamente quem um dia serei:
O velho, o novo eu.



Saudações fraternais,

Fabio Machado.

Plantão Verso e Prosa: Curtas, boas e não tão boas

Antes de mais nada, uma ótima notícia pra mim. Tenho duas novas seguidoras ! Todos os seguidores são homenageados, cada um da sua maneira e não será diferente com essas mulheres poderosas. Já não lembro mais quem chegou primeiro, mas isso não vem ao caso.

A Gisele Martins me foi apresentada pela Juliana e hoje é MINHA amiga também, porque amigos genuínos devem ser compartilhados. Sua melhor qualidade é o humor canastrão ágil, sua maior qualidade é a empatia. Não consigo imaginar alguém se sentindo desconfortável perto dela. Talvez os chatos ! (risos)
A Gi é psicóloga, contadora, animadora de festa e de amigos, flopita, esposa, super tia... Eu espero que puxe a minha orelha quando eu falar impropérios psicológicos ou psíquicos.

A Maíra é minha amiga do Grupo Espírita Discípulos de Samuel. Já são seis anos de convivência e conversas meio doidas. Sua melhor qualidade é a loucura e a sua maior qualidade é uma combinação interessante de razão x sensibilidade. Não me entendam mal, todos os meus amigos são loucos, eu e o..., ou melhor, eu e a... ih ! eu sou o único normal. (gargalhadas)
Quem acredita que a gente já ficou bebendo cerveja num boteco em frente ao nosso centro espírita ? Mas eu juro que tinha esquecido que tinha um lado espiritual nesse dia... :-P
A Maíra é maluca, poetisa, blogueira, medium, professora, física médica e sei lá mais o que. Não sei não, acho melhor colocá-la como parceira no blog antes que ela roube todos os meus seguidores...

Sejam bem-vindas !

***

Já estou há mais de uma semana sem escrever. Na verdade tenho escrito um pouco, mas não tenho publicado nada. Existem motivos, é claro, já que eu estou adorando esse diário.
O primeiro é que eu tenho passado mais tempo conhecendo pessoas. Criar novas amizades é muito importante em todas as fases da vida, exige flexibilidade, aceitação, versatilidade. É um exercício de vivacidade, que exige tempo e dedicação.
O segundo é que eu tenho sentido umas dormências nos dedos de tanto escrever. Envelhecer é legal, mas traz alguns prejuízos... Minha massoterapeuta recomendou que eu procure um médico e como eu não sou fã dos homens de branco estou dando uma maneirada na digitação.
O terceiro e último é que às vezes eu cismo com um determinado texto e não consigo seguir em frente antes de terminá-lo.
Estava sendo assim com o texto sobre o Amor, mas eu estou dependendo de uma ajuda para terminar de escrevê-lo. Não é, senhorita Raquel Garcia Oliveira ?
Aliás, essa minha nova "blogmate" tem um diário muito intenso, onde a principal característica é a profundidade dos textos, que refletem seus sentimentos em carne viva. Acessem: http://www.minhaspequenaspalavras.blogspot.com/

Hoje eu decidi seguir em frente e escrever um novo "post" de aniversário de bodas, porque eu adoro comemorar ! Aguardem !

***

Pra finalizar eu queria recomendar três chapelarias pra quem pretende se proteger do sol com elegantes chapéus nesse verão. Todas elas são tradicionalíssimas no Rio de Janeiro e existem há mais de 80 anos. Na moda alternativa estão o chapéu Panamá esportivo, o Alpaca e as boinas inglesa e Jovana.
Vale lembrar que algumas palhas utilizadas são tratadas e possuem proteção contra os raios ultra-violeta e ainda dão um charme todo especial.

Chapelaria Alberto e Confecções de Roupas Ltda‎
Rua Buenos Aires, 73 - Centro
Tel.: 2252-9939‎

Chapelaria a Esmeralda‎
Av Mal Floriano, 32 - Centro
Tel.: 2253-8100‎

Chapelaria Porto‎ (fundada em 1880)
Rua Sen Pompeu, 114 - Centro
Tel.: 2253-9605‎


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Deus não joga dados. E nós ?

Continuando as reflexões sobre o tempo, não posso deixar de discorrer brevemente sobre o modelo que eu acredito reger o meu universo.
Antes disso, porém, é necessário frisar que eu não posso provar que o que é real pra mim o é para os outros. Essa perspectiva se chama solipsismo e diz que só podemos considerar verdadeiros os nossos próprios processos mentais, ou seja, de maneira bem simplista, posso dizer que a percepção que cada um de nós tem do mundo exterior, incluindo até as outras pessoas, não necessariamente é a mesma, portanto não pretendo apontar a verdade absoluta, somente a minha verdade.

Terminei o último "post" dizendo que não estamos sujeitos à aleatoriedade. Eu quis dizer que não vivemos num sistema livre onde os eventos acontecem ao acaso, não é a sorte que define o próximo instante. A vida parece ser um processo contínuo causal com muitas variáveis, de modo que a capacidade do ser humano é insuficiente para modelá-lo. Portanto, creio que Deus não conduz o universo de maneira desregrada, ele não é um jogador de dados, nós é que não conhecemos as regras do jogo !
Em virtude disso nos valemos das ferramentas disponíveis para tentar prever os fenômenos e assim controlar nossas vidas.

Uma dessas ferramentas é a Teoria das Probabilidades, ciência que tenta quantificar a possibilidade de um evento futuro. Através dela podemos calcular a chance de um raio cair em alguém ou de chover daqui a três dias. Outra alternativa é a Estatística, cujo objetivo é medir a freqüência de ocorrência de eventos passados, além de determinar possíveis correlações e relações de causalidade entre eles. A análise dos dados estatísticos também serve para estimar ou possibilitar a previsão de fenômenos futuros.

Entretanto, esses recursos são extremamente limitados para alguns propósitos práticos. Eles só se verificam em situações controláveis e ideiais que não existem na Natureza. A probabilidade de obtermos CARA ao jogar uma moeda é de 50%, mas quando de fato pegamos uma moeda na carteira e a jogamos, não antevemos qual lado cairá pra cima, ou seja, a ciência nós dá somente uma estimativa, nada mais. Ainda que tentássemos verificar estatisticamente a probabilidade conhecida, jogando inúmeras vezes a mesma moeda, as várias condições existentes no ambiente são tão dinâmicas, heterogêneas e finitas que seria impraticável comprovar o percentual probabilístico.

Acima de tudo, existe um elemento incontrolável que torna algumas previsões extremamente frágeis, o livre arbítrio. Dentro de uma razoabilidade posso dizer que o ser humano possui a capacidade de escolher livremente seu próximo passo. Eu sei que a cultura, a ética e as leis influem nesse processo, mas o que quero dizer é que na maioria dos casos podemos escolher se vamos ou não limpar o ouvido.

Por conta do livre arbítrio, a Probabilidade e a Estatística se tornam um jogo perigoso quando utilizado para prever situações que envolvam pessoas, capaz de distorcer a realidade e criar o mundo das ilusões . Ao utilizarmos essas ciências para, por exemplo, tentar antecipar qual será o caminho mais seguro (sem assalto) para seguirmos uma viagem de carro estamos abandonando nossa liberdade de arbitrar nossas vidas e cedendo nosso direito para os bandidos. Por que ?
Porque a chance de sermos assaltados está sendo estimada com base nas escolhas de cometer ou não assaltos feitas pelos bandidos anteriormente ou com base no padrão comportamental possível deles. Portanto, se os bandidos decidirem agir como sempre agiram estamos a salvo, senão precisaremos ser salvos ! Como eles provavelmente fazem uso do próprio livre arbítrio só nos resta gritar: Socorro !!!

PAUSA PARA PENSAR EM OUTROS EXEMPLOS,

Enfim, já que nós não temos controle sobre a vida, não há nada mais frustrante do que abrir mão daquilo que nos resta, pois dessa forma assumimos o papel de meros mamulengos num teatro vazio, onde a platéia inteira dorme e sonha que as cordas não existem.
Por isso eu tento me manter acordado e viver de forma que minhas escolhas não sejam melhores nem piores, boas nem más, sejam simplesmente escolhas minhas.

PAUSA PARA REFLEXÃO,

Fica a pergunta: Somos espíritos livres ou prisioneiros da nossa própria ignorância ?

...TEMPO DE SOBRA PARA SE LIBERTAR...


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

O melhor Natal KiFoDA de todos

Todo ano eu aproveito o período de festas no fim do ano pra fazer minhas resoluções pessoais. São algumas horas sozinho, refletindo sobre o andamento dos meus projetos, as escolhas feitas durante os últimos meses, as perspectivas pro ano seguinte...

Esse processo geralmente dá origem a uma mensagem de Natal, onde eu tento manifestar a minha indignação contra políticas ou posturas que eu posso mudar em mim e talvez sensibilizar alguns amigos. Com o tempo eu percebi que esse hábito não é decorrente de uma cultura geral. Além de mim, é claro que existem milhares de pessoas que fazem o mesmo, mas possivelmente por sermos influenciados por elementos específicos e limitados, como religião, família, literatura e escola, nem todos nos acompanham.
Consequentemente, eu tenho dificuldade em comover meus leitores.

Passei a fazer um trabalho de formiguinha, discreto, mas com abordagem mais intimista há algum tempo. Nada muito procedural, mas com boa consistência. Meus atos falam muito mais do que minhas palavras e olha que eu falo bastante ! Meus amigos KiFoDAs mencionados no "post" anterior são muito mais sensíveis à percepção que têm de mim do que ao que eu realmente sou, então vai assim mesmo.

Por exemplo, eu consegui convencer meu amigo Carlos Henrique de que ele podia ser um corredor e depois da primeira corrida de rua, ele hoje está cheio de medalhas e de quilos a menos. Às vezes eu não sirvo de exemplo, porque dou minhas vaciladas, mas no fundo quem me conhece sabe que eu sou elegantemente bem intencionado, sempre !

Para alguém como eu, que deseja de verdade que as pessoas sejam felizes, nada poderia ser mais tocante que ser sensibilizado por aqueles que você mais adora.
Esse ano eu fui surpreendido pela proposta de promovermos um Natal solidário. Meus amigos tiveram a incrível idéia de recolher roupas e mantimentos durante a nossa festa natalina, os quais seriam destinados a pessoas carentes.
Minha família tem uma tradição de ajudar o próximo, meio que uma cultura assistencialista, então recebi essa idéia com profunda satisfação.

Algo dessa magnitude não poderia ser tratado de forma padrão ou corriqueira. Eu teria que me superar pra me colocar à altura da solidariedade, mas o que teria um significado maior ? Dinheiro não é algo que eu considere importante. Acredito no dízimo dos cabalistas e já destino parte do que eu ganho pra quem ganha menos do que eu, portanto doar uma boa soma não seria um diferencial.

Tive a idéia de doar aquilo que pra mim tinha mais valor, roupas que eu guardava como lembranças de um passado querido. Eram camisas dos clubes onde joguei volei, roupas do tênis de mesa, de academias que frequentei, de viagens que fiz com meus amigos, enfim, roupas que independente da sua utilidade eram mantidas graças ao seu valor sentimental.

Foi difícil ! Apesar de eu não ter apego nenhum a bens materiais, esses itens eram insubstituíveis. Eu me despedi de cada um lembrando dos momentos preciosos ligados a eles. Fui percebendo que a resistência que ofereci à postura da minha amiga Juliana Kühne, da sua mãe e dos seus irmãos quanto à doação de roupas era sim um tipo de apego, não aos objetos em si, mas ao prazer que eles me proporcionavam, o que dá no mesmo. Nesse interim eu entendi que não existem lembranças melhores do que outras, que ao me desfazer de algo valioso eu estaria criando uma nova lembrança, tão positiva quanto as outras e associada a estas. Foi o que fiz, praticamente esvaziei o meu armário ! Melhor dizendo, eu doei muita coisa, mas ainda tenho mais do que preciso...

E assim, esse ano eu tive o melhor Natal KiFoDA de todos, o Natal KiFoDA Solidário.
Ele foi a materialização dos meus desejos sociais, enquanto militante do terceiro setor.

Mais ainda, meus amigos fundamentaram todo o orgulho que eu sinto de fazer parte desse grupo e a certeza de que o que é necessário pra que eu mantenha vivas em mim memórias especiais é a convivência com pessoas especiais. Aliás, nossa união vem suscitando idéias e atitudes cada vez mais elevadas. E eu quero mais, sempre mais !

Meus votos agora são que essas roupas e acessórios tragam alegria pra outras pessoas e criem muitas lembranças positivas pra eles. Boas festas !


Saudações fraternais,

Fabio Machado.