quinta-feira, 2 de julho de 2009

A Grande Guerra - Prefácio

O ser humano tem uma característica interessante, a maioria de nós não é capaz de acessar os pensamentos ou sentimentos do próximo diretamente, só conhecêmo-los através de algum tipo de linguagem, seja verbal ou não-verbal. Essa habilidade, chamada de telepatia, até pode ser uma cognição adormecida, subdesenvolvida ou já atrofiada, mas o fato é que em nossa espécie, observando a maneira como as pessoas interagem, conclui-se que ela se manifesta em uma minoria (risos).

Imagino que essa restrição mental tenha sido notada lá nos primórdios da humanidade e resultou num processo de individuação com dois fenômenos importantes: o segredo e a mentira.
Na medida em que cada um de nós é conhecedor exclusivo das nossas forças de expressão, encontramos nesses elementos formas de criar um micro-universo com suas próprias leis, onde somos quem queremos ser.

Hoje, esse querer parece estar muito associado a uma necessidade externa, seja de ser "igual" ou de ser "diferente". Em ambos os casos, o indivíduo se torna consequência do meio, havendo uma clara separação entre sujeito e objeto. Essa dualidade é o que na minha opinião separa o Homem de seus semelhantes e sobretudo, separa-o do todo, da unidade.

Por conta disso, vivemos uma grande guerra, onde nossas percepções, opiniões e egos são as armas que dão origem às três grandes batalhas que travamos, cujo inimigo comum é o indivíduo. É uma realidade conflituosa, mas onde naturalmente existem forças de paz.

Assim, tais batalhas darão origem a uma trilogia (pra ficar na moda), que pretendo escrever não necessariamente em sequência, mas que representam minhas reflexões atuais no campo das relações interpessoais.


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

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