quarta-feira, 25 de março de 2009

As tramóias do meu subconsciente

Anteontem foi um dia muito interessante; de descobertas... Experimentei o efeito psicotrópico na percepção da minha realidade. Calma, calma ! Não usei nenhuma droga ilícita, mas duas caipivodkas e uma boa quantidade de chopps me fizeram viajar e me conscientizar de algumas coisas que ando fazendo inconscientemente.

Eu não fico pensando na vida quando estou sob efeito de álcool, geralmente estou muito entretido falando besteira e rindo com os meus amigos, já que na maioria das vezes a bebida está relacionada a um evento social, mas sempre há uma primeira vez.
Notei que estou me boicotando, evitando que possíveis relacionamentos aconteçam na minha vida. Sempre que me deparo com uma mulher que me chama atenção, meu subconsciente dá um jeito de comprometer a situação, eu me faço desinteressante, tímido, superficial... o cara é criativo !

Agi dessa maneira com uma moça que estava no pub onde eu comemorei meu aniversário com o pessoal do trabalho. Tinham me dito que ela estava olhando pra mim e em alguns momentos achei que cochichava com as amigas alguma coisa sobre a gente. Pouco importa se isso aconteceu mesmo, o que importa é como eu me comportei...

Lá pelas tantas, nem me lembro mais como, as mesas foram juntadas e estávamos eu e um amigo, interagindo com as recém ordenadas advogadas. Rodrigo, que já é um guerreiro experiente em nights e afins conduzia com a maior destreza papos e mais papos com quem aparecesse. Eu, por outro lado, estava ali meio perdido, meio bobo, meio forçado.
Estava do lado de uma menina super bonita, bem vestida, simpática, sorridente e aparentemente extrovertida, mas o máximo que fiz foi ensaiar uma conversa muito tosca sobre nada. Quase um capítulo de Seinfeld ! Claro que eu não percebi isso na hora, só depois, e o pior é que eu sei que estava curioso pra saber várias coisas, inclusive sobre as fotos de um álbum que ela parou pra ver, mas sei lá por que, eu não perguntei nada...

Nem tenho idéia de quanto tempo ficamos lá, mas de repente fomos convidados pra ir no samba do Salgueiro. Até fomos, mas além de nos desencontrarmos das moças, quando chegamos na quadra da escola a festa já tinha acabado (ou nem tinha acontecido). Dali eu fui pra casa e Rodrigo voltou pra Niterói. Caso encerrado !

Cheguei em casa morto, mas quando fui tentar dormir não consegui. Meus pensamentos foram longe e me colocando como observador externo de mim mesmo, eu concluí que estou com receio de entrar num relacionamento e não conseguir fazer quem está ao meu lado feliz, ou de não me ver feliz e sentir vontade de fugir, ou... Foram várias coisas que vieram à tona.
O mais engraçado é que isso vai de encontro a tudo o que eu acredito e penso sobre a vida. Esse diário é inclusive um registro vivo de que esses "medos" descabidos não vagam pelo meu consciente e tudo o que eu escrevo aqui é 100% sincero. Não faria sentido me preocupar com o futuro, pois não tenho a menor inferência sobre ele, muito menos com a minha competência interpessoal, até porque já me disseram inúmeras vezes que desperto coisas boas nas pessoas. Afinal, vai entender as tramóias do meu subconsciente !?!

Nessa hora eu finalmente acreditei que mesmo quando a gente possui determinado conhecimento, ele não necessariamente é suficiente pra nos livrar de problemas. Por exemplo, psicólogos podem ter problemas pessoais, economistas podem administrar mal seu dinheiro, pneumologistas podem fumar e ter enfizema e assim por diante.

Aproveito, aliás, pra pedir desculpas àqueles que já ouviram de mim críticas com base nessa falsa premissa de que conhecimento é vacina !

Enfim, eu resolvo usar os sentimentos como critério principal das minhas escolhas pra evitar os meus devaneios racionais e morais, e descubro que o meu subconsciente está agindo misteriosamente ! Que safado !!! (risos)

Já tive uma conversa séria com o meliante, agora é ver se ele aprendeu a lição...

Termino esse texto com uma frase emblemática: Será que meu subconsciente e a providência divina estão me conduzindo até a minha alma gêmea ? (mais risos)


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

2 comentários:

Ju Kühne disse...

Engraçado... aqui vc fala q usa seus sentimentos como critério principal das suas escolhas para evitar seus devaneios racionais e morais, mas acho q é uma forma racional d se enganar Fabio!!! Vc tá sendo pura razao aqui... rs

Não há lógica para os sentimentos... por isso sao sentimentos!!!! =D Não dá pra recionalizar, ou tentar entender... apenas sinta!!!! Se fruste por nao conseguir chamar a atençao q qria d uma mulher... acontece!!!! Sinta-se um idiota por ficar sem graça, ou sem assunto interessante... pq naquele momento vc foi! Tb acontece... Claro q é dificil!!!! É um puta ferimento narcisico a gente reconhecer q não fomos perfeitos, ou q nao agradamos alguem como gostariamos... pq d fato nao somos! =)

Se permita sentir d forma plena, completa!!!! Sem tentar entender, sem racionalizar... se permita sentir mais ou menos como acontece qndo vc escreve suas poesias, q vc nao pensa mt, só deixa sair...

E nao se preocupe tanto em achar sua alma gemea!!!! Rs... vai conhecendo gente, vai aproveitando sua vida! Isso só acrescenta! Um dia ela "aparece pros seus olhos" (se é q existe alma gemea... amor eterno... essas coisas)! ;)

Vc é um cara mt especial!

Fabio Machado disse...

Ju,

Não costumo comentar no meu próprio blog, mas dessa vez não aguentei ! rs
Repare que eu estou falando de um evento passado, eu só tomei consciência do meu comportamento depois. Além disso, quando eu digo que meus sentimentos pautam minhas escolhas, quero dizer que não deixo a razão ou a moral mudarem o que já escolhi. Se eu sentir vontade eu me aproximo e converso, se eu me sentir bem peço o telefone, se eu sentir saudade eu ligo.
Claro que eu me frustro, fico triste, somatizo... mas até que eu aprenda a linguagem da alma (se é que eu consigo e se for possível) essas decepções vão fazer parte da vida !

Existe um elemento muito imporante nessa dinâmica que é a sinceridade. Nas minhas andanças recentes eu percebi que os "malandros" (as aspas são importantes) é que se dão bem, aqueles que disfarçam o que pensam e o que sentem até se sentirem seguros pra tirar a máscara.
Tenho me questionado se sempre vale a pena ser sincero, porque aparentemente as pessoas estão interessadas no processo, nos meandros, na ansiedade, na agonia e não na verdade final, nua e crua.
Vou escrever sobre isso em breve...

Beijos,
Fabio.