Às vezes eu realmente tento me desconstruir, eximir-me de todas as teorias que a vida me empresta a juros exorbitantes. Nessas horas estou imbuído de uma fé que se atém apenas aos sentimentos que fazem parte da essência, bons e ruins.
Diferente do que cogitou minha muito querida amiga Julia Costa, eu não sou preso a essas idéias, principalmente porque me incomoda qualquer aparente aprisionamento, até à mim mesmo, mais ainda porque elas são amorfas como ar, dissipam-se à primeira oportunidade.
Talvez as ciências, naturais ou não, sirvam apenas como subterfúgio, uma forma de nos posicionarmos diante do que conhecemos como realidade. Talvez nossos símbolos sejam apenas uma projeção, diminuta, de algo tão poderoso que está além da nossa compreensão. Talvez...
Sempre pensei que perguntas são muito mais importantes que respostas, mas afinal, talvez nem aquelas sejam...
O fato é que minha consciência me permite existir, pelo menos em mim mesmo e perceber à minha maneira que o jogo da vida possui regras. E como dizia meu primeiro técnico de tênis de mesa, o Sr. Antônio: o importante é participar...
Mas há horas em que eu quero fugir, pedir o mundo pra parar e voltar pro meu planeta.
Curiosamente nessas horas eu escrevo poesias. Não tenho a menor idéia porque fico inspirado, mas sei que isso começou quando eu tinha 15 anos e soube que um colega de turma do colégio chamado José Eduardo fazia parte de um círculo de leituras poéticas, onde também se aprendia a escrever em verso.
Aqui vai mais uma que acabo de escrever...
Saudações fraternais,
Fabio Machado.
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Título: Caminhos insólitos
Autor: Fabio Machado
Quero me encontrar ao longe
Onde a reta se torna curva
Onde a vida se mostra turva
Na montanha do inócuo monge
Faz de mim balaio de reza
Pela paz que luto em vão
Pelos votos que brotarão
Na mensagem que ele preza
Como estou no meu caminho ?
Vou trilhá-lo enfim sozinho ?
Afastar-me em solidão ?
Vaguear na estrada interna
Sem a luz de uma lanterna
Pode ser-me uma opção...
2 comentários:
a montanha do monge...
é prá lá que você vai?
Às vezes... ;-)
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