quarta-feira, 15 de julho de 2009

A primeira berlinda a gente nunca esquece

Frequentemente meus amigos falam de mim, implicam com meu blog, me sacaneiam, mas nada disso me tira do conforto. Eu sou extrovertido e cara de pau, então também não costumo ficar sem graça. Geralmente quando estou conversando sobre um assunto íntimo, sou mais ouvinte do que falante, então raramente falo da minha intimidade, mas ontem pela primeira vez me colocaram na berlinda de verdade. O mais curioso é que essa era a minha intenção e eu fiz uma pergunta antes que tinha esse objetivo, mas ao invés de provocar, fui provocado. Ouvi duas perguntas que me deixaram numa tremenda saia justa:
- Você quer casar ?
- Pra que você quer casar ?

Não que elas sejam perguntas difíceis, tabus ou inconvenientes, mas eu nunca sou questionado nesse nível. Eu não estava conversando sobre casamento enquanto cerimônia religiosa e sim como conjunção de dois indíviduos, logo a primeira delas respondi tranquilamente com um "depende", porque a resposta é influenciada pelo momento, ou seja, eu posso querer casar num instante e não querer em outro; vai depender da parceira, do relacionamento, da oportunidade, do timing, afinal, pra mim, casamento é uma união holística.
Já a segunda pergunta foi capciosa. Eu estava meio desajustado, um pouco atormentado mentalmente, então seguindo uma boa recomendação fui conversar com o lado de lá...

Primeiro meditei por meia hora pra limpar os pensamentos, depois fiz um "exercício" que aprendi com um antigo mestre. Fui dormir e como já era esperado, sonhei a noite inteira...
Em vários sonhos ficou claro que o "pra que" está associado a um objetivo, algo que se projeta pra frente no tempo. O objetivo, por sua vez, foi simbolizado por um abraço, que é sinônimo de troca, de encantamento e admiração. Nele todos os sentidos são estimulados, o coração pulsante, a respiração, o olhar cruzado, a temperatura, o cheiro da pele.

Acordei no meio da madrugada pensando numa frase que já registrei em outros posts: o amor se manifesta através de um parceiro quando na relação, um desperta o que há de melhor no outro e refuta o que há de pior !

Portanto, sim, eu quero casar pra viver uma experiência que me permita crescer no aspecto conjugal da vida, onde eu faça e me façam amar, sorrir, chorar, tremer, gozar, suspirar, ceder, sonhar, acreditar, confiar, criar, cuidar e aprender através de uma individualidade interdependente, de uma parceria alinhada, de uma resultante positiva, até que cesse a reciprocidade e/ou a positividade.



Namastê,

Fabio Machado.

Um comentário:

Aninha disse...

Uhm...lindo o final!!
É exatamente por isso que nos unimos! Para que aumentemos o nível de possibilidade de troca com alguém que admiramos, amamos, queremos mais próximos.
Um passo grande prá frente você deu!
Fabinho está encarando o bicho papão!
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