terça-feira, 11 de novembro de 2008

Teoria da Diferença x Semelhança

Quase todo mundo tem alguma coisa de interessante, alguma qualidade que se sobressai, alguma virtude marcante ou traço físico inesquecível.

Às vezes é algo natural, inato, que pode ser tão simples quanto olhos azuis, mas também pode ser algo desenvolvido, tão complexo quanto inteligência emocional. Em qualquer caso, não deixa de ser parte do nosso eu e é isso que vale.

Penso que os nossos prós são além de uma necessidade pessoal, uma questão de sobrevivência social. Queiremos ou não, estamos no meio de uma competição, onde mesmo quem não quer competir e/ou não gosta do jogo é quase obrigado a participar, afinal, não podemos deixar os vírus vencerem ! (Quem não assistiu o filme Matrix peça ajuda aos Universitários)

Diante desse contexto, como podemos identificar um possível parceiro(a) ? Excluindo o amor à primeira vista, que pode ser um tema no futuro, todo mundo precisa de um critério. Até não ter critério é um critério !

Eu tenho uma teoria, que eu batizei de Diferença x Semelhança que foi moldada dentro de mim anos atrás inconscientemente e hoje busco vivê-la na prática.

Convenhamos, semelhança é o que nos dá prazer ! Quando nos sentimos compreendidos, quando nos vemos diante de uma pessoa que continuamente é capaz de sentir o que você sente, gostar do que você gosta e buscar o que você busca é fantástico ! Na minha opinião, sintonia mental, emocional, espiritual e sexual é essencial ! Só não me atrevo a dizer qual é a mais importante...

Entretanto, se houver 100% de semelhança, numa análise bem vulgar, não há individualidade ! Você morreu ! Seria como estar num carro em movimento sem motorista e sem piloto automático.
Você olha pro(a) outro(a) e, como se estivesse de frente pra um espelho, se vê. De uma forma estranha o prazer é aos poucos substituído pela indiferença e pela inércia, palavra que eu creio ser melhor do que acomodação.

Por outro lado, se houver 100% de diferença, ainda sob um ponto de vista limitado, haverá discórdia e caos. Imaginar exemplos dessa situação é muito fácil, portanto vou economizar palavras...
Entretanto a diferença gera crescimento, conhecimento, gera evolução e revolução. Diferença é fundamental ! Sem diferença caímos no abismo da invariância.

Claro que alguém vai pensar - ora, mas não existe ninguém totalmente igual ou totalmente diferente - mas algumas diferenças se mostram tão enraizadas em nosso imo que dificilmente serão alteradas por qualquer força externa. Sendo assim, podemos deixá-las de fora dessa dinâmica social sem grandes prejuízos.

Conviver é de certa forma uma sequência de negociações que paulatinamente transformam diferenças em semelhanças. Pouco a pouco, um casal converge para consensos, esses últimos uma busca muito frequentemente inconsciente por prazer, pelo prazer de ser compreendido enquanto ser humano.
Uma convivência contínua vai, então, aparando arestas, resolvendo conflitos, construindo portos seguros, alinhando corpos, mentes e espíritos.

Qual é o limite desse processo ? Acredito que se deixarmos o sistema livre, sem nenhuma força agindo sob o mesmo, o fim é a semelhança total ou quase total.
Para evitar esse "desastre" eu imaginei um ciclo, que se empregado de maneira consciente e constante cria uma relação eterna de bem aventurança.

Diferença -> Semelhança -> Prazer -> Busca -> Conhecimento -> Diferença
Meio= amor
Catalisadores= comprometimento, entrega, admiração, QI e QE.

Enfim, esse é o meu critério !


Saudações fraternais,

Fabio Machado

Um comentário:

Raquel Oliveira disse...

Meu critério é admiração. Sempre me apaixono por pessoas que têm ou mostram ter aquilo que eu admiro, e nao necessariamente tenho. Admiro pessoas capazes de me fazer rir. Admiro pessoas que viajam muito e que contam depois. Admiro pessoas educadas.

Nao é pelo que eu tenha de semlhante, mas talvez por por como eu gostaria de ser...

Será que isso é gostar do doferente... hummm, acho que não, já que tem coisas que eu tb tenho e admiro ainda assim em quem tb tem.

Confuso ne?