sábado, 1 de novembro de 2008

O Caminho de São Sebastião do Cais do Porto - parte I

Eu tenho vários amigos que aguardam ansiosamente que eu saia do armário e me declare homossexual, mas para o bem de todos e felicidade geral da nação heterossexual, digo a todos que fico ! Fico dentro do armário, é claro, no máximo com uma outra mulher interessante. Cá entre nós, a idéia de uma barbinha roçando no pescoço ou de um "abraço do amigo urso peludo" não me atrai. I'm sorry ! Entre viver com a mulher que eu amo ou com um "macho", é ela ou o monastério.

Apesar disso, ontem eu fui numa boite GLS. Eu tenho um lado "gay" no sentido americano da palavra, que sugere alegria, espontaneidade, bom humor... Havia explicitamente poucos "G" e "L" e aparentemente muitos anti "S", mas a minha percepção aqui é irrelevante. Não esperem uma estória sórdida, porque ela não aconteceu, mas aguardem um relato muito especial. Vamos ao "post".


Ontem eu estava triste. É muito ruim quando você dá tudo de si pra resolver um problema, se empenha ao extremo, usa todas as suas inteligências e faz o máximo que o contexto permite e mesmo assim sai derrotado, ou melhor, sente-se derrotado. Pior ainda é quando não há um desfecho, porque quando há um fim, mesmo que desagradável, a derrota fortalece, mas quando não há, o troço vai continuar a te assombrar não se sabe até quando. O meu lado engenheiro, solucionador, detesta essa situação e o meu lado "feminino", que é gay, mas existe e é muito presente, sofre mais ainda de desgosto.
Portanto, se você leitor um dia me vir diante de um embate e puder de alguma maneira me ajudar a enxergar um desfecho ou me dar um, faça-o, mesmo que eu não peça socorro. Eu preciso disso, mas tenho mania de escrever S.O.S. só na minha alma !
O blog, nesse contexto, é uma busca por mudança...

O lado bom dessa estória é que eu tinha um punhado de problemas pendentes e ao final da tarde só não consegui resolver um.

Convenhamos, ninguém merece ficar chateado sexta-feira à noite. Pra contrabalancear, eu sabia que ao chegar na festa de um amigo a alegria estaria no ar e seria só sorvê-la à vontade, junto com uma cervejinha, óbvio. Foi exatamente isso que aconteceu e só saí de lá pra ir pra outra festa...

Quando eu cheguei no "campo de batalha" a declaração de guerra já estava sendo assinada e o que me veio à cabeça foi: vou precisar de drogas pesadas pra suportar o stress !

Entrei no bunker, apreensivo. Havia muito barulho, mas pouco movimento. Acho que era cedo e os "guerreiros" ainda estavam se preparando...

Avistei um "traficante" e fui em sua direção. Pedi o cardápio.
O entorpecente escolhido foi vodka com energético, porque era "Absolutamente" necessário "ganhar asas" e voar longe. (Por favor, os que entenderem essa última oração expliquem pros que não entenderem).

Decolei e fui alto, bem alto. Acreditem, era indispensável pilotar agressivamente por motivos explícitos e implícitos. Só não naufraguei porque tinha um co-piloto dividindo as irresponsabilidades.

Enfim, estava ali sem mapa, sem rota, caminhando contra o vento, com medo e sem documento. Praticamente a única coisa que valia a pena eram as pessoas da cabine de comando e alguns passageiros que passaram pra nos visitar. Obrigado !

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