domingo, 30 de novembro de 2008

Meu superego está de licença médica

Eis uma frase falsa: TODO MUNDO SE REPRIME ! Ela é inverídica porque eu não posso prová-la logicamente, mas nunca ouvi alguém dizer que satisfaz todos os seus instintos e desejos, muito pelo contrário, meus ouvidos são a prova de que quanto mais reprimida é uma pessoa, mais extraordinárias são as suas vontades...

A mente humana é muito complexa e acredito que não seja possível controlar a natureza dos nossos pensamentos. Podemos desligá-los, por exemplo, através da meditação, mas em condições normais eles brotam do id, livres, leves e soltos, até serem filtrados pelo superego.
Quantas vezes imaginamos o que seria melhor não imaginar e pior ainda, por que desejamos o indesejável ?
Posso ser irresponsável e dizer então que todos possuímos no mínimo dupla personalidade ! Alguns tentam minimizar ao máximo a diferença entre esses “eus”, mas acho difícil que eles se tornem um só... (risos)
Em suma, excetuando-se esses rebeldes mencionados acima, o resto da multidão possui um eu social e um eu marginal (a margem de). A regra do jogo é não deixar esse último tornar-se um marginal (infrator de algum tipo de lei).

Eu penso que equilibrar moral, razão e emoção, definindo uma prioridade não é nada fácil, mas em algum nível de consciência todos fazemos isso. Durante muito tempo a moral ocupou o posto mais alto no meu “ranking”, mas hoje é a emoção que está no topo, é ela que norteia minhas buscas pessoais. Por que ? Porque a relação entre o Homem, a moral e a razão é muito mais humana do que a sua relação com a emoção e o ser humano é filosoficamente imperfeito.
Até onde vai minha percepção, moral e razão são constructos basicamente humanos e estão à mercê de todas as nossas falhas.
Prefiro, portanto, confiar nas minhas emoções, que surgem de algum lugar desconhecido e não diagnosticado quanto à sua perfeição. Não é legal haver a possibilidade de que a fonte delas seja o Paraíso, o Céu, o Nirvana, Deus ?

Andei conversando com o meu eu marginal que, aliás, é psicanalista e psiquiatra, e ele resolveu dar uma licença para o eu social, que é engenheiro e poeta. Já que a essa altura do campeonato não dá mais pra ser amoral, eu vou fazer o possível pra não ser imoral, mas nesse período, por favor, não condenem o marginal, ele é inexperiente e não sabe o que faz !

Por falar nisso, eu hoje fui muito bem acompanhado almoçar no restaurante do Jorge Aragão, o Bossa Nossa. Ele fica na Estrada Coronel Pedro Correia, 1175, na Barra da Tijuca. Todo domingo eles têm um cardápio especial e hoje foi rodízio de moqueca com chopp liberado. O preço ? Pasmem ! R$35,00 por pessoa + 10%


Abraços fraternais,

Fabio Machado.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Viva a Reinheitsgebot !

A Reinheitsgebot, pra quem não sabe, foi uma lei promulgada pelo duque Guilherme IV em 1516, versando sobre a pureza da cerveja alemã. Ela diz que o "suco de cevada" deve ser produzido com apenas três ingredientes: água, malte de cevada e lúpulo. Como o povo já trocava as pernas nessa época, com certeza havia fermentação no processo de fabricação, porque é dela que se obtém o álcool, mas a ciência de então ainda não tinha descoberto que eram as leveduras que faziam a mágica. Não fez a menor diferença pra eles !

Uma grande vantagem de seguir essa lei é que não são adicionados conservantes, antioxidantes ou quaisquer produtos químicos à bebida. Segundo alguns alquimistas da cerveja são esses elementos artificiais que causam a famosa ressaca e nada pior do que acordar com gosto de cabo de guarda-chuva na boca !

Ontem eu comprovei essa teoria e bebi 1,5 litros da dourada Paulaner Hefe-Weissbier, uma Lager turva e encorpada com aroma frutado, traços de cravo, amargor suave e uma espuma cremosa sensacional. Completei a farra bohêmia com duas "long-necks" da tradicional Beck's, uma germânica bem popular. Paguei preços honestos, por exemplo, a Paulaner (500ml) custou R$13,80. Vale a pena gastar mais um pouco e beber um produto de qualidade !

Acordei ótimo, depois de ter dormido que nem uma pedra ! Comi todas aquelas coisas que fazem bem: fibras, linhaça, mamão, leite fermentado com lactobacilos vivos, iogurte e com o fígado em processo de recuperação semi-concluído, vim labutar.

Hoje é sexta-feira, segundo os mais experientes aqui do trabalho, "o dia internacional da chinelada". Eu sempre fico torcendo pra eles não estarem se referindo a esposas violentas; se bem que de leve um tapinha não dói !

Um brinde à Ninkasi, a deusa da cerveja !!!


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Quero conversar nos quatro cantos do planeta !

Já que eu não consigo provar que eu existo, eu defino minha consciência através do que eu penso e do que eu escolho. As minhas escolhas seguem o princípio aristotélico de que elas quando feitas repetidamente se tornam hábitos e esses eventualmente se tornam cultura, se não para nós mesmos, para os outros que estão ao nosso redor. Esse é um processo mental exclusivamente interno.

Eu, por exemplo, sou uma pessoa boa, todos que me conhecem confirmariam e acho até que já servi de exemplo para alguns amigos, mas uma vez quando eu estava no primário, eu escolhi ser mal. Por algum motivo, que até hoje eu desconheço, nesse dia eu escolhi jogar a "caderneta" do meu melhor amigo pela janela do colégio. Não houve premeditação, sentimento de raiva, de vingança ou de culpa, eu simplesmente fiz uma escolha que nunca havia feito antes e nunca mais fiz até hoje, ser mal ! Por isso num futuro "post" eu escreverei que ninguém é totalmente bom ou mal.

Meus pensamentos, em contrapartida, são influenciados pelo que eu leio e pelo que eu converso. Outros meios de comunicação exercem pouca ou nenhuma influência e vou desconsiderá-los aqui.
Infelizmente nos últimos anos eu vinha lendo e conversando pouco e graças a uma pessoa muito especial na minha vida, minha amiga Elizabeth, eu hoje me reencontrei cognitivamente. Aliás, eu espero que ela continue aparecendo pelo menos de quinze em quinze anos, porque ela tem o poder de me renovar !
Como eu já disse em outro texto é difícil formar um diálogo de alto nível, porque tudo parece estar muito rápido, dinâmico, "online", "on demand", enfim, tecnológico. Até a voz já é sobre IP (IP = Internet Protocol).
Trocar idéias pessoalmente se tornou enfadonho, obsoleto, piegas, maçante a ponto de exigir paciência. Não consigo enxergar dessa maneira...
Apesar de eu achar que "o segredo" é uma farsa subversiva, eu sempre atraio pessoas que gostam de conversar. Talvez seja porque eu não me comporto como se tivesse entrando numa batalha querendo eliminar o inimigo, mas ao invés disso, estou sempre tomado pelo pensamento: eu não quero estar certo, eu quero ser feliz e que TODOS sejam felizes !

Cada nova pessoa interessante que conhecemos deve ser motivo de comemoração e agradecimento, especialmente quando a troca existente é agradável e valiosa. Por exemplo, essa semana eu conheci uma mulher encantadora e aprendi com ela que existem ipês-rosas e que LightSheer é o melhor laser para depilação definitiva. Discutimos sobre relacionamentos findos, findáveis e vindouros e outras coisas desafiadoras às mentes mais alienadas. Por fim, tive o privilégio de comer a melhor pizza do universo acompanhada de um ótimo vinho e uma sobremesa bretã que eu recomendo.
Viver bem é viver bem acompanhado, seja de parentes, seja de amigos, seja de amantes. Sinto-me muito à vontade comigo mesmo e sou muito bem resolvido, mas quando eu decidi não ser um sacerdote, eu de certa forma decidi não viver de forma contemplativa solitária. Que os deuses (com "d" minúsculo) me desculpem !

Recentemente eu decidi que quero conhecer e conversar não só com quem está geograficamente próximo, mas com todos aqueles(as) que eu encontrar nos quatro cantos do planeta. Para tanto, eu pretendo juntar uma boa soma, levando uma vida de certa forma simples hoje, para me aposentar cedo e viajar pelo mundo amanhã, por onde o vento me levar. Quem sabe eu não giro o globo e acabo aqui no final. Acho até provável...
Seria fantástico viajar com uma fotógrafa pra eternizar os momentos mais radicais ou com uma cantora pra cantar as emoções mais sublimes, mas o futuro a Deus pertence. Quem sabe eu não compro uma máquina fotográfica com gravador até lá ?

Ontem, hoje e sempre devemos sempre reverenciar e agradecer. Obrigado !


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Sou um móbile solto no furacão...

Felizmente ou infelizmente eu gosto de ler e estudar. É claro que hoje em dia eu tenho que dividir meu tempo entre essas e outras atividades, como o meu trabalho. Aliás, eu gosto do que faço ! Gostaria de poder aplicar mais as ferramentas que eu conheço, mas antes passos do que descompassos...
O fato é que ler me tornou uma pessoa questionadora. Eu me reprimo socialmente, mas no íntimo questiono TUDO ! Isso faz de mim um móbile, que tem o seu ponto de equilíbrio estável, mas sob a mínima influência se torna errático. Por um lado é bom, porque há momentos na vida em que a calmaria me traz inquietude, mas existe um outro lado maquiavélico... (desculpe-me Maquiavel, eu SEI que você não foi maquiavélico)
Sou altamente mutável e conscientemente flexível e essas características aliadas a um forte senso de auto-preservação propiciam fases de profundas resoluções pessoais. Vivi uma delas recentemente... Nesses períodos eu acabo sendo aparentemente "pesado" e "pessimista", mas não é nada disso !

O que eu quero é viver a felicidade dos pequenos gestos, o amor dos suaves toques. Nos últimos tempos Murphy parece estar hibernando e a vida tem sido intrigantemente bondosa e me mostrado que a minha espontaneidade é bem-vinda. Andar calmamente na chuva, conversar por horas sustentando uma taça de vinhos, cantar no banho às 7:15H, chorar ao assistir um bom romance, querer um final feliz, contemplar o por do sol por alguns minutos em total silêncio, todas essas coisas e muitas outras são de fato maravilhosas e existem outras pessoas se embebendo desses momentos ! Não importa se somos sãos ou loucos, quero conhecê-los ! Mais do que isso, quero sorver o néctar junto com eles !!!
Talvez sejamos uns poucos sobreviventes resgatados de uma realidade perversa, talvez sejamos bárbaros em guerra contra a nossa própria perversidade... Quem poderá nos dizer ?

Eu procuro ser um corajoso aristotélico, mas muitas vezes sou mal compreendido. Nem sempre me entendem quando digo que a tristeza faz parte da felicidade ou que chorar faz bem pro espírito, mas regozijam-se quando corto o cabelo ou brindo com a morena linda da mesa ao lado que sorriu pra mim. Desculpem-me se pareço complexo; não sou, mas faz parte !

Ler os escritos de outros Joãos e Marias tem me mostrado um novo universo de idéias e paradigmas e minha coragem tem navegado pra lá e pra cá. Cada vez mais percebo que o difícil não é vencer a minha loucura, mas sim a sanidade do próximo. Em meio a essa guerra, é lancinante notar que o amor ganhou vários sentidos, mas perdeu o seu valor.
Espero que eu esteja errado ! Torço para que a agricultura transgênica esteja criando uma geração de covardes e temerosos que simplesmente estão dopados demais... Será que eu sou um deles ?

Enfim, sigo a minha jornada no meio desse furacão, feliz da vida, aguardando o amor bater na minha porta, sem pressa, mas com muito respeito. Enquanto isso continuo lendo, escrevendo, aprendendo, sorrindo, divertindo, enlouquecendo ! Alguém me acompanha ?


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Plantão Verso e Prosa: Novidades

Tenho recebido algumas críticas valiosas sobre o meu blog. Geralmente as pessoas não querem se expor, por isso me escrevem via e-mail. Não tem problema !
Aprecio de coração os comentários deixados online, mas meu objetivo maior não é obter reconhecimento público, sendo assim, sintam-se à vontade para me contatar como quiserem.

Até agora a crítica mais imparcial que eu recebi foi da minha friend to be Raquel Oliveira, que disse ser possível avaliar a forma, mas não o conteúdo. Ela sugeriu que eu invista mais na identidade visual do diário e é isso que eu pretendo fazer aos poucos.

Apesar de eu ser oriundo da área de tecnologia, a cada dia eu me torno menos especialista e mais generalista e meu foco é resolver problemas da maneira mais eficiente possível. Não tenho conhecimento suficiente sobre desenvolvimento Web para criar o modelo de blog que gostaria, mas eu posso tentar incrementar esse tipo retrô que eu usei, por sinal, um contraste sutil entre o moderno e o antigo.

Já implementei alguns gadgets como o SEGUIDOR, que permite àqueles que possuem endereço eletrônico no Google receber avisos quando eu postar algo novo e o RSS Feeder, que é uma maneira de receber uma sinopse dos textos através de programas (softwares) específicos. Também inseri um slide de imagens, que terá algumas fotos pessoais no futuro. Vejam no lado esquerdo da página !
Por fim, exerci minha consciência ecológica anunciando espécies de animais ameaçados de extinção. Vejam no final do blog !

É isso, vamos em frente. No próximo post eu vou contar o segredo do amor... Aguardem !


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Teoria da Diferença x Semelhança

Quase todo mundo tem alguma coisa de interessante, alguma qualidade que se sobressai, alguma virtude marcante ou traço físico inesquecível.

Às vezes é algo natural, inato, que pode ser tão simples quanto olhos azuis, mas também pode ser algo desenvolvido, tão complexo quanto inteligência emocional. Em qualquer caso, não deixa de ser parte do nosso eu e é isso que vale.

Penso que os nossos prós são além de uma necessidade pessoal, uma questão de sobrevivência social. Queiremos ou não, estamos no meio de uma competição, onde mesmo quem não quer competir e/ou não gosta do jogo é quase obrigado a participar, afinal, não podemos deixar os vírus vencerem ! (Quem não assistiu o filme Matrix peça ajuda aos Universitários)

Diante desse contexto, como podemos identificar um possível parceiro(a) ? Excluindo o amor à primeira vista, que pode ser um tema no futuro, todo mundo precisa de um critério. Até não ter critério é um critério !

Eu tenho uma teoria, que eu batizei de Diferença x Semelhança que foi moldada dentro de mim anos atrás inconscientemente e hoje busco vivê-la na prática.

Convenhamos, semelhança é o que nos dá prazer ! Quando nos sentimos compreendidos, quando nos vemos diante de uma pessoa que continuamente é capaz de sentir o que você sente, gostar do que você gosta e buscar o que você busca é fantástico ! Na minha opinião, sintonia mental, emocional, espiritual e sexual é essencial ! Só não me atrevo a dizer qual é a mais importante...

Entretanto, se houver 100% de semelhança, numa análise bem vulgar, não há individualidade ! Você morreu ! Seria como estar num carro em movimento sem motorista e sem piloto automático.
Você olha pro(a) outro(a) e, como se estivesse de frente pra um espelho, se vê. De uma forma estranha o prazer é aos poucos substituído pela indiferença e pela inércia, palavra que eu creio ser melhor do que acomodação.

Por outro lado, se houver 100% de diferença, ainda sob um ponto de vista limitado, haverá discórdia e caos. Imaginar exemplos dessa situação é muito fácil, portanto vou economizar palavras...
Entretanto a diferença gera crescimento, conhecimento, gera evolução e revolução. Diferença é fundamental ! Sem diferença caímos no abismo da invariância.

Claro que alguém vai pensar - ora, mas não existe ninguém totalmente igual ou totalmente diferente - mas algumas diferenças se mostram tão enraizadas em nosso imo que dificilmente serão alteradas por qualquer força externa. Sendo assim, podemos deixá-las de fora dessa dinâmica social sem grandes prejuízos.

Conviver é de certa forma uma sequência de negociações que paulatinamente transformam diferenças em semelhanças. Pouco a pouco, um casal converge para consensos, esses últimos uma busca muito frequentemente inconsciente por prazer, pelo prazer de ser compreendido enquanto ser humano.
Uma convivência contínua vai, então, aparando arestas, resolvendo conflitos, construindo portos seguros, alinhando corpos, mentes e espíritos.

Qual é o limite desse processo ? Acredito que se deixarmos o sistema livre, sem nenhuma força agindo sob o mesmo, o fim é a semelhança total ou quase total.
Para evitar esse "desastre" eu imaginei um ciclo, que se empregado de maneira consciente e constante cria uma relação eterna de bem aventurança.

Diferença -> Semelhança -> Prazer -> Busca -> Conhecimento -> Diferença
Meio= amor
Catalisadores= comprometimento, entrega, admiração, QI e QE.

Enfim, esse é o meu critério !


Saudações fraternais,

Fabio Machado

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Plantão Verso e Prosa

Essa semana eu estou trabalhando em São Paulo, mais precisamente em Cubatão. Vim acompanhar o trabalho de um alemão e aprender sobre o equipamento fabricado pela empresa dele, que é representada pela minha empresa.
Eu só atraio "maluco" e nesse caso não podia ser diferente. Como os opostos se atraem isso significa que eu sou "normal"... O camarada é muito interessante, totalmente diferente da maioria dos germânicos que conheço. Entre outras coisas, já conversamos sobre filosofia, ciência, política, incluindo nazismo, socialismo, capitalismo, vida e morte, drogas... Muito rica a experiência !
Mas isso representa a menor parte do tempo. Estive trabalhando quatorze horas por dia e o cansaço não me permitiu atualizar o blog. Tenho pelo menos dois posts parcialmente escritos e minha expectativa é concluí-los no final de semana. Recebi três mensagens perguntando se eu continuaria a escrever e acho que isso significa que tem gente gostando. Não se preocupem, eu vou continuar a escrever !

Nesse meio tempo eu fui apresentado a um outro blog, por sinal muito interessante, leve e útil. Ele é de uma amiga de um amigo meu chamada Raquel Oliveira.
O blog dela não tem nada a ver com o meu, mas eu recomendo fortemente. O endereço é: http://www.raquelcomblog.blogspot.com/.

Aos poucos estou conhecendo mais sobre o universo "blogueiro" e em breve vou começar a implementar algumas ferramentas legais como o SEGUIDOR, que permite que os leitores se cadastrem e sejam avisados das novas postagens.

Até breve !


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

domingo, 2 de novembro de 2008

Comemorando bodas de hidrogênio

Hoje faz seis dias que o meu blog foi inaugurado e há motivos para comemorar ! Lembrem-se que o universo é meu e aqui eu crio as leis. Hoje celebro bodas de hidrogênio !
A receptividade foi inimaginável e felizmente muito boa. Era impossível prever que pessoas desconhecidas iriam ler minhas palavras despretenciosas e mais ainda, se identificariam com elas.
Claro que não é só de glórias que vive o soldado e nesse pouco tempo de vida meu diário já criou polêmica e suscitou críticas. Já me disseram que os textos são muito rebuscados, longos e às vezes incompreensíveis.

Quem me conhece sabe que eu não sou uma pessoa de leitura fácil. Sou um viajante que busca a simplicidade a partir da complexidade e, portanto, se fosse simples interpretar minhas frases elas não seriam tão verdadeiras. Isso é inquestionável !
Além disso, esse lance de linguagem acessível é coisa pra político populista e como isso aqui não é ferramenta de marketing viral, eu entendo que o meu compromisso é antes de tudo comigo mesmo. Se não for assim não é autêntico !
Na minha opinião não existem palavras fáceis ou difíceis, apenas conhecidas e desconhecidas e cabe ao leitor definir o seu grau de interesse pelos assuntos e buscar suas próprias respostas. Quem quiser pode me perguntar, como alguns já fizeram.
Ademais, o tamanho do meu universo mental é infinito e resumir meus pensamentos como tenho feito é uma tarefa árdua. Prefiro acreditar que as pessoas estão sem tempo de ler do que imaginar que elas se afastaram tanto da leitura que só sobrou paciência para absorver mensagens mais "mastigadas" e prosaicas como as veiculadas em alguns programas de televisão. Nada contra, mas apesar da TV não "emburrecer", ela entorpece, pois na maioria dos casos não querem que pensemos !

Ficaria muito feliz se minhas reflexões contestáveis fossem contestadas, porque ao serem, estariam provocando a reflexão dos contestadores, ou seja, algum tipo de busca.
Como eu já disse, aqui estou sempre falando de mim e das minhas percepções e opiniões. Os comentários dos leitores são o único contato entre os meus registros virtuais e o mundo real.

Hoje eu descobri que um amigo, alguém que eu considero inteligente, não interpretou como eu queria um trecho de um post e era uma passagem importante. Como eu entendo que a responsabilidade maior sobre uma comunicação é do transmissor, sinto-me obrigado a esclarecer o mal entendido.

EU NÃO ESTOU PEDINDO SOCORRO ATRAVÉS DO BLOG. Num dado texto, o que eu quis dizer foi que preciso de desfecho, mas que muitas vezes me reprimo e acabo não o exigindo por inúmeras razões. Se nessas situações alguém perceber minha necessidade e puder me ajudar, ajude ! Só isso...

Pra finalizar, quero dizer que um grande amigo meu disse que também vai criar um diário como esse, mas ele estranhamente os chama de "Belogs". Eu acho isso ótimo, mas eu espero que esse nome não seja uma homenagem íntima e homossexual a um sujeito chamado Bernardão, por um único motivo: esse meu amigo é casado e seria falta de respeito com a esposa dele. E tenho dito !

Aguardem o post de amanhã. Ele será muito interessante.


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

sábado, 1 de novembro de 2008

O Caminho de São Sebastião do Cais do Porto - parte II

Eu já percebi que escritor tem que ser muito esperto, principalmente escritor "de araque", porque o leitor é muitas vezes preguiçoso, impaciente, intolerante... Pensando nisso eu dividi esse "post" em duas partes. Vamos à segunda !

Uma hora a festa tem que acabar... e no meu caso eu não sei nem se ela começou. O evento foi irônico, satírico, "Nelson Rodrigues", enfim, a vida como ela é.
Fui embora sozinho, mas antes de pensar em como, eu resolvi tentar resgatar o pouco de Chi que ainda restava no meu corpo. Estava no fim da reserva !
Porém, contudo, entretanto, todavia, o "espírito russo" ainda dominava minha mente e eu me vi num boteco (aquele original do ovo colorido) pedindo um caldo de cana e um queijo quente. Aqui era o espaço perfeito pra um palavrão, porque vai ser burro assim lá no...
Entubei a gororoba e quando saí do "estabelecimento" pensei: como eu vou pra casa ?

Esse foi um momento fundamental. Eu estava exausto, doente e triste, precisando restabelecer o meu prumo. Simplesmente comecei a andar e depois dos primeiros passos vieram outros e mais outros e quando eu me dei conta estava caminhando na direção da minha casa.
Ao me desligar temporariamente do meu eu e prestar atenção à minha volta, eu me deparei com um cenário surpreendente. Eu estava no meu Caminho de Santiago de Compostela, que hoje batizei com o nome que dá título ao post.
Pra quem não sabe esse é um caminho famoso de peregrinação espiritual, onde as pessoas vão em busca...

Todos os elementos estavam lá, o medo, a dor, a dúvida, o silêncio, o vazio, a tentação, a luz e as trevas, incluindo as trevas por falta de iluminação pública !
A cada passo que eu dava meu coração batia mais forte. A morte estava à espreita. Era tentado e testado a todo momento e por um instante vacilei e cheguei a achar que existia uma única diferença entre o cais do porto e a capital da Galiza; a ausência de Deus. O grande arquiteto parecia ter abandonado aquele lugar e o relegado às profundezas do inferno. Adjetivá-lo com uma única palavra é simples: nefasto.
Os quarteirões iam passando e chorando por dentro eu pedi que estivesse errado, que algo abrisse meus olhos para a impossibilidade do abandono divino. Segui em frente, enfrentando todos os meus mostros, um de cada vez.
Em meio ao trajeto, imagens de desgraça se sucediam, transformando o pessimismo de Schopenhauer em possibilidade, até que num canto escuro, em meio ao relento, percebi uma forma destoante. Meio ressabiado, já fora da calçada, parei para entender o que era.
Sentado e curvado como se fosse um feto, estava um senhor idoso, coberto de pelos brancos e rugas profundas, severamente marcado pela adversidade. Na verdade, demorei pra formalizar a idéia de que realmente se tratava de alguém como eu.
Mantive-me longe e fui adiante, mas aquele rosto, aquela visão não morriam de jeito nenhum. Ao contrário, continuavam vivos, como se de repente o relógio da vida tivesse parado. Não tinha sido simplesmente mais um momento...
Como um relâmpago, uma faísca de luz que nasce e morre no vazio, senti a presença de Deus. Aquela alma cansada não estava ali à toa. Era a personificação da minha fé ! Entendi naquele instante que eu e qualquer criação mental advinda desse eu não tinham a menor importância, mas por outro lado, compreendi que TUDO está conectado de uma maneira tão holística, que é impossível a fragmentação da vida.
Deus não pode estar morto ! A morte do criador implica a morte de todos nós e de todo o cosmos, a renúncia total, a não existência, o nada.
Não posso provar que eu existo, mas preciso acreditar que sim. Se eu existo, Deus existe !

Dei meia volta, me aproximei do velho, toquei-o e, em total paz comigo mesmo, lhe ofereci ajuda.
Assustado com a minha presença, ele se protegeu e quando finalmente se sentiu seguro, recusou minha oferta. Como todo bom jovem, tolo, ignorante e despreparado para a sublimidade do amor, eu insisti e sacando a minha carteira do bolso, presenteei-o com quase todo o meu dinheiro. O homem, então, dizendo que estava tudo bem, recusou novamente. Chorei por fora, copiosamente.

Uma hora depois eu cheguei em casa, inchado e ressuscitado.


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

O Caminho de São Sebastião do Cais do Porto - parte I

Eu tenho vários amigos que aguardam ansiosamente que eu saia do armário e me declare homossexual, mas para o bem de todos e felicidade geral da nação heterossexual, digo a todos que fico ! Fico dentro do armário, é claro, no máximo com uma outra mulher interessante. Cá entre nós, a idéia de uma barbinha roçando no pescoço ou de um "abraço do amigo urso peludo" não me atrai. I'm sorry ! Entre viver com a mulher que eu amo ou com um "macho", é ela ou o monastério.

Apesar disso, ontem eu fui numa boite GLS. Eu tenho um lado "gay" no sentido americano da palavra, que sugere alegria, espontaneidade, bom humor... Havia explicitamente poucos "G" e "L" e aparentemente muitos anti "S", mas a minha percepção aqui é irrelevante. Não esperem uma estória sórdida, porque ela não aconteceu, mas aguardem um relato muito especial. Vamos ao "post".


Ontem eu estava triste. É muito ruim quando você dá tudo de si pra resolver um problema, se empenha ao extremo, usa todas as suas inteligências e faz o máximo que o contexto permite e mesmo assim sai derrotado, ou melhor, sente-se derrotado. Pior ainda é quando não há um desfecho, porque quando há um fim, mesmo que desagradável, a derrota fortalece, mas quando não há, o troço vai continuar a te assombrar não se sabe até quando. O meu lado engenheiro, solucionador, detesta essa situação e o meu lado "feminino", que é gay, mas existe e é muito presente, sofre mais ainda de desgosto.
Portanto, se você leitor um dia me vir diante de um embate e puder de alguma maneira me ajudar a enxergar um desfecho ou me dar um, faça-o, mesmo que eu não peça socorro. Eu preciso disso, mas tenho mania de escrever S.O.S. só na minha alma !
O blog, nesse contexto, é uma busca por mudança...

O lado bom dessa estória é que eu tinha um punhado de problemas pendentes e ao final da tarde só não consegui resolver um.

Convenhamos, ninguém merece ficar chateado sexta-feira à noite. Pra contrabalancear, eu sabia que ao chegar na festa de um amigo a alegria estaria no ar e seria só sorvê-la à vontade, junto com uma cervejinha, óbvio. Foi exatamente isso que aconteceu e só saí de lá pra ir pra outra festa...

Quando eu cheguei no "campo de batalha" a declaração de guerra já estava sendo assinada e o que me veio à cabeça foi: vou precisar de drogas pesadas pra suportar o stress !

Entrei no bunker, apreensivo. Havia muito barulho, mas pouco movimento. Acho que era cedo e os "guerreiros" ainda estavam se preparando...

Avistei um "traficante" e fui em sua direção. Pedi o cardápio.
O entorpecente escolhido foi vodka com energético, porque era "Absolutamente" necessário "ganhar asas" e voar longe. (Por favor, os que entenderem essa última oração expliquem pros que não entenderem).

Decolei e fui alto, bem alto. Acreditem, era indispensável pilotar agressivamente por motivos explícitos e implícitos. Só não naufraguei porque tinha um co-piloto dividindo as irresponsabilidades.

Enfim, estava ali sem mapa, sem rota, caminhando contra o vento, com medo e sem documento. Praticamente a única coisa que valia a pena eram as pessoas da cabine de comando e alguns passageiros que passaram pra nos visitar. Obrigado !