quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Comemorando bodas de ambrosia

Hoje é dia de festa. O blog fez 37 dias de idade, portanto, já atingiu a maioridade ! Agora ele pode registrar palavras mais fortes, temas mais maliciosos, conteúdos mais poéticos.
A ambrosia é perfeita para homenagear a ocasião, porque é um doce que simboliza a ligação entre o divino e o profano, o alimento preferido dos deuses gregos. Reza a lenda que quando era oferecido para um mortal, esse experimentava uma singular sensação de felicidade. Deu até água na boca !

Na verdade as comemorações começaram ontem, porque quem me conhece sabe que eu não sou fanático por regras... (risos debochados). A minha sorte é que diferentemente do inconsciente coletivo, não há um consciente coletivo. Nada mais heterogêneo e frágil do que a mente humana... Faz-se então necessária a existência de leis e por uma questão de cidadania eu as respeito. Melhor dizendo, eu as respeito a maioria das vezes, mas quando não o faço estou preparado para arcar com as consequências.

Confesso que há ocasiões em que o meu senso parece ser melhor do que o dos legisladores, mas durante alguns anos da minha infância eu fui criado por uma tia-avó muito religiosa, que sempre falava dos sete pecados capitais. Eu ficava intrigado e de certa forma com medo da soberba, porque era a única palavra que eu não conhecia. Parecia ser algo bem feio !
Em algum momento eu descobri que era um sinônimo de arrogância, mas a essa altura eu já tinha decidido que esse pecado eu não ia cometer ! Talvez por isso eu conviva pacificamente com o poder legiferante.

Entretanto, a vida é uma caixinha de surpresas e como eu já disse em outro “post”, ao longo dos anos tornei-me um bom solucionador de problemas, em todos os aspectos. Em particular, eu deduzi que nós criamos nossos próprios problemas e a partir dessa premissa tentei me isentar de todo e qualquer desequilíbrio. Tudo parecia ir muito bem, pelo menos assim eu pensava...
O sucesso recorrente trouxe orgulho e graças ao cuidado com os pecados da minha tia, trouxe também uma auto-arrogância, um tipo de autoconfiança invisível e exagerada, em que eu me sentia capaz de resolver qualquer questão pessoal. Fora da minha bolha eu era apenas mais um escravo da imperfeição, falível, impotente e ignorante, mas dentro dela eu me via infalível, onipotente e onisciente.

O resultado não podia ser outro: fracasso.

Infelizmente não “lembramos” do futuro como lembramos do passado e agora só me resta agradecer pela chance que estou tendo de rever minhas vãs filosofias ainda nesse plano.
Graças a não sei o que ou quem, eu cultivei genuinamente outros atributos como o conhecimento, o amor, a justiça e a bondade e talvez por isso, só por isso, eu ainda tenha o respeito de pessoas importantes como a minha amiga Juliana.

Mais uma vez obrigado !


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

3 comentários:

Aline Mello disse...

Nooosssaaaa!!!!

Camille Himelfarb disse...

profundo.. to virando fã!!

Anônimo disse...

Tenho vontade de dizer muitas coisa, mas ao mesmo tempo não consigo dizer nada! Como estou aprendendo com a Psicanálise, e seria MUITO interessante compartilhar com vc! E vc ia amar tb!