quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Diário de bordo: Noruega - 06

Essa noite eu delisguei o despertador e hoje só acordei às nove. É muito fácil dormir aqui, é escuro, frio e eu durmo num casulo quentinho (risos).
Meus lábios amanheceram detonados. Minha suspeita é que o frio de ontem os ressecou demais e eles racharam. Preciso providenciar algum tipo de manteiga de cacau...

Como esperado o dia está horrível, congelante, chuvoso, cinza, um caos pra qualquer brasileiro que viva numa cidade do sudeste pra cima.
Já que eu não vou sair agora de manhã, vou aproveitar pra falar das mulheres de meia idade e da terceira idade norueguesas. Nas minhas observações, eu vi que existem basicamente três tipos de “senhoras”: a Viking dominadora, a Troll simpática e a Fada madrinha.
É curioso, porque todas as mulheres, quando mais novas, são muito parecidas. Elas têm uma beleza bem apreciada no Brasil, traços finos, olhos azuis, cabelos lisos loiros e pele branquinha ou rosada. Mas quando elas envelhecem se tornam um dos tipos supracitados.
Não estou sendo cruel, apenas usando nomes típicos pra descrê-las...

A Viking é uma mulher que manteve a sua reserva de gordura alta desde pequena, cresceu pra caramba e ficou troncuda como os seus ancestrais exploradores. O engraçado é que todas que eu vi estavam acompanhadas de “baixinhos” intimidados. Será que eles levam uns tapinhas em casa ? (risos)

A Troll é o tipo predominante. Como os loiros tem a pele mais sensível, eles ficam muito suscetíveis ao clima daqui. Consequentemente as pessoas ficam enrrugadas relativamente cedo, com aquele aspecto de amassado. Normalmente são mulheres simpáticas e sorridentes, mas existem as antipáticas e cizudas.

A Fada madrinha é aquela figura dos contos de fadas, com cabelo arrumado, óculos e pele conservada. Nas minha andanças eu vi algumas mais gordinhas, outras mais magrinhas, mas todas com um aspecto bem maternal.

Claro que agora que tipifiquei as senhoras, eu fico olhando e batizando cada uma delas. Também tentei estabeler um critério de ligação entre as jovens e cada um dos tipos, mas não consegui. Talvez seja difícil até pra um norueguês, já pensou acordar com uma viking do lado depois de vinte anos de casado ? O lance é andar na linha e torcer pra ela não ter um machado debaixo do travesseiro.


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

3 comentários:

Anônimo disse...

Amore, adorei este post descritivo! Só vc pra ser tão detalhista e bem-humorado em suas observações! Como é culto e espirituoso esse meu namorado...rs Ri sozinha aqui no trabalho e, de repente, me emocionei. Meus olhos se encheram de lágrimas e nem foi de tanta graça assim, mas acho q de saudades mesmo. Volta logo pra mim!
Lu

Luana M. Machado disse...

Agora não sou mais anônima! rs...

bjs, lindo!!

p.s: tenho que aprender a mexer nisso aqui, porque perco a paciência!

Ana Luisa disse...

Vc é uma figura mesmo!
Hahahaha
Adorei!
Bjus