segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Da felicidade dos desencontros

Pensei que era você que sairia de manhã pra colher as flores do quintal que estariam em nossa mesa, imaginei que tu sentirias o perfume dos meus incensos, que usaria meus chinelos largos em seus pés. Mas a camisa de gola e manga longa nunca foi sua única veste nas manhãs de domingo, tudo não passou de um sonho doce... A existência se mostrou vilã de qualquer razão aparente. Nem os sentimentos suportaram o peso da ironia da vida. O presente, sempre diminuto, não viveu o suficiente pra nos unir em seu passado de lembranças férteis, ficamos apenas na imaginação do futuro inquietante. Toda a subjetividade estava ali, manifesta em nosso desencontro, nada além de um instante amorfo em meio a conformidade de escolhas divergentes. Sim, eu fui cercado pelo seu nome e sua indiferença me ordenou príncipe de um reino solitário, onde a desamparada existência foi, enfim, derrotada pela plenitude da essência. Quando, então, chorei... não de tristeza, mas pelo transbordamento de um oceano de certezas ao encontrar a Verdade.


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

* Esse texto eu já tinha escrito no final de outro post, mas me disseram que ele merecia um lugar só dele.

5 comentários:

Jubs disse...

Merecia mesmo... muito lindo!!!

Belle disse...

Às vezes é difícil enxergarmos uma verdade, ou pq não queremos ,ou pq literalmente passa despercebida!!
Mas um dia ela aparece, e o melhor a se fazer é tentar não sofrer tanto!!!
Desencontros são exatamente o sinal de que não era p/ ser!!!
bjos e lindíssimo texto.

Raquel Med Andrade disse...

É intenso, sofrido e lindo mesmo!
Depois, se tiver oportunidade, lhe falo mais e melhor sobre o que pensei na primeira vez que li.
Comoção absoluta!
Beijos

Fabio Machado disse...

:-*

Marina disse...

Não tem como um texto assim ficar no rodapé de outro, como se tivesse menos importância. Beijos.