domingo, 15 de fevereiro de 2009

Resenha sobre o Amor

Há muito tempo eu quero escrever sobre o Amor, talvez porque eu tenha uma percepção peculiar Dele, talvez porque sem Ele eu não faça sentido. A verdade, pelo menos a minha, é que o Amor independe de todo o resto, é atemporal, infinito, incomensurável. Ele simplesmente é !

Por isso nos meus "posts" anteriores eu mencionei em breves passagens que o Amor se confunde com Deus e que ambos são eternos. Sendo assim, como é possível justificar essa "energia" quando milhões de amantes se separam e deixam de se amar ? Como podemos dizer "eu te amo" um dia e "o que sinto é um amor fraternal" no outro ? Ou ainda, por que o amor maternal é diferente do amor conjugal ? Não seria ele o pilar fundamental de todos os relacionamentos interpessoais ?

Tentei imaginar quando o ser humano sentiu sua conexão com o Amor pela primeira vez e cogitei ter sido no momento em que passamos a nos ressentir pela morte de outrem. Até então não havia sociedade organizada, cultura, família, tempo, Deus... somente uns nômades que vagavam pelas pradarias tentando sobreviver, um dia após o outro. Entretanto, desde que passamos a dar valor a existência de um outro ser, a ponto de lamentar a sua ausência, sentimos pela primeira vez o que é amar. Posso estar errado ? Claro ! Eu sou cheio de TEORIAS...

Eu também acreditava que só havia um tipo de Amor, independente do contexto. Não me fazia o menor sentido a existência de nuances e algo assim parecia ter sido inventado pelo Homem com o objetivo de justificar algo.
Mas eu ainda precisava encontrar um entendimento do Amor que respeitasse minhas crenças. Uma das doutrinas que tem o meu profundo respeito é a Cabala Judaica, que eu tive conhecimento através do meu recém falecido tio e que estudei um pouco mais num período breve em que convivi com a comunidade judaica. Ela diz que almas gêmeas existem e até então eu acreditava que essa nossa contraparte divina representava um Amor eterno e indissolúvel.
E assim eu vivia: sorrindo, chorando, me apaixonando, desejando, gozando, sofrendo, doendo... amando sem saber o que era amar. Hoje, eu amo (ponto final).

Amar pra mim é essencialmente um verbo intransitivo, nós simplesmente amamos, não amamos o que ou quem. Na minha fé é impossível ser feliz sem amar, mas não somos capazes de nos conectar a esse Amor diretamente, ele é muito sublime e etéreo para a nossa brutalidade. Precisamos de canais para alcançá-lo, que são simbolizados através de algum objeto, concreto ou abstrato. O grande canal do sacerdote é a prece; o do monge budista é a meditação; o da mãe são os filhos; o do heremita é a liberdade; o do misantropo é, por exemplo, a natureza; o da maioria das pessoas são os amigos e por aí vai. Para aquele que refuta todos esses, ainda há o amor-próprio, nosso canal primordial. Sem ele a vida perde o seu sentido e pra mim é o ponto de partida para o suicídio... Logo, cada um de nós deve buscar os seus canais, pois é através deles que amamos !

Essa idéia me permitiu entender que os vários tipos de Amor foram inventados por nós mesmos para nos proteger. Não suportaríamos viver acreditando que um grande amor se acabou e preferimos justificar seu término pensando que na verdade aquele era apenas um amor fraternal, que o verdadeiro amor está por aí nos esperando. Seria difícil sofrer a morte de um pai e apenas chorar a morte de um amigo sem a existência do amor paternal como explicação.

Até hoje só conheci uma pessoa que deduziu dessa mesma forma, uma moçoila que acabo de conhecer chamada Luciana Guerreiro. Foi interessante ver alguém realizar em poucos instantes o que me levou uma eternidade...

Também voltei a acreditar em almas-gêmeas. Fazendo referência ao meu post anterior, nossa cara-metade teria então vibração idêntica à nossa e a empatia criada entre os dois seria máxima. Resumindo, seria o canal perfeito, a conexão mais poderosa com o Amor, com Deus.
Só resta saber se a perfeição desse canal supera a imperfeição do Homem...

Enfim, se considerarmos que amamos da mesma maneira através de nossos canais tudo se esclarece. Às vezes um deles se fecha, mas há muitos nos esperando. Alguns são mais intensos que outros, mas todos são importantes.

PAUSA PARA REFLEXÃO.

Dito isso, vou usar a construção frasal tradicional com o verbo transitivo a partir de agora. Talvez escrever "eu amo através do meu sobrinho" seja incômodo pra alguns leitores ! (risos)

Podemos (e devemos) amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Poderíamos até ter e amar mais de um cônjuge, e não o fazemos por uma questão cultural, por conta das convenções sociais, tanto que há países com cultura poligâmica.

Entretanto, amar pode se tornar complicado, porque o Amor é algo que está impregnado no espírito, mas certas demonstrações são selvagens, como o sexo, que está impregnado no corpo. Esse teor mais denso, explica porque uma pessoa que ama outra tem desejo por uma terceira. Nossos impulsos e opiniões são fortemente incluenciados por fatores externos socio-culturais e assim, não é raro, acabamos confundindo, consciente ou inconscientemente, Amor, sexo e cobiça.
Talvez por isso a natureza tenha criado a paixão que, acima de tudo, é super simples ! Se o ser humano não se apaixonasse já estaríamos extintos !

Enfim, nosso aspecto mundano nos conduz por caminhos sinuosos, em que nos preocupamos com o passado, com o futuro, com a razão, com a moral, com a cultura e com a sociedade e diante deles nos afastamos da nossa verdadeira busca. Tento me manter no caminho. Por vezes escorrego, mas levanto e sigo.

Tenho certeza que o Amor esteve, está e estará, mas ele é realmente importante hoje; agora. E eu amo muito !


Saudações fraternais,

Fabio Machado.

7 comentários:

Raquel Oliveira disse...

Fundamental é o Amor!

Anônimo disse...

O amor é fundamental, e o ser humano não sobrevive sem ele!!!!

Gostei do post, mt interessante! Concordo com grande parte do q está escrito, menos a questão das "Almas-gêmeas"! Pq as pessoas mudam o tempo todo, e com isso, suas vibrações tb mudam! Logo, não pode existir uma pessoa com a vibração identica a minha por todo o tempo! Pode ser possível num grau mt elevado d evolução espiritual, oq não é o caso aqui! (rs). Oq acredito é q podemos encontrar "Almas-gêmeas" em diferentes fases de nossas vidas; "alma-gêmea" desse momento! Pode ser q seja a mesma por toda a vida, pode ser q mude... mas o importante é amar! E continuar amando sempre, mesmo qndo deixar d ser "gêmea"!!! =D

Anônimo disse...

Fabinho,
Gostaria de comentar sobre duas afirmativas que você fez e com as quais eu compartilho fortemente:o amor é imprescidível para a vida e é muito importante amar a si mesmo.
Nos meus poucos anos de vida (rs) pude verificar que é o amor que nos move e que nos faz ficar melhores (ou buscar essa evolução). Porém, é preciso que nos amemos e que busquemos um encontro muito grande conosco mesmos. É a partir daí que todo amor poderá sair para os outros. Amando-se o ser humano oferece ao outro aquilo que tem de melhor. E aí, por tempo determinado ou pelo infinito, vive, sonha, espera, acredita, recomeça, vive, sonha, espera...e ama!

Claudia Gennari Alba disse...

aorei Fabio, gosto muito da maneira como vc escreve, um jeitinho assim só seu ... beijos e um ótimo carnaval, ame muitoooooo neste carnaval!!! rsrsrs

Anônimo disse...

e mais.. do que vale a vida se não tivermos uma bela historia, e de amor, para contar?!!!!

Anônimo disse...

olá.não sei bem como vc chegou no meu perfil do orkut mas curiosa como sou, vejo um nome lá e clico. aí parei aqui, e me deu vontade de dizer que tb já pensei muito sobre o amor. e eu amo muito. a vida, muitos amigos, a natureza, pipoca e pão de queijo. e eu só acredito em amor que se transforma. no mundo afetivo, acho que as pessoas tendem a confundir muito o 'não deu certo' com o 'acabou o amor'. amar e ser amado é grande caminho andado para o sucesso de um relacionamento a dois. mas a vida é irônica, injusta, imprevisível e cheia de escolhas e caminhos. muitos me acham louca qndo afirmo que amo meus ex-namorados - os importantes. e amo mesmo, no sentido mais sublime da palavra. sou grata, quero o bem, ajudaria a qq hora se preciso, gosto de saber como vão, fico feliz se estão felizes, me preocupo se estão tristes. e não voltaria com eles. estranho pra mim é ignorar alguém que um dia se amou. pra mim, é simples. se ignora hoje é porque não amou. e amor é simplesmente bom de sentir, de cultivar, e me arrisco dizer que é melhor pra quem ama do que pra quem é amado sem amar. e que vc ame muito.
beijos

Anônimo disse...

Oi!
Sobre o amor...Eis o Difícil Formulário do facilitário de Artur da Távola.

Não,amar não é rejeitar.
Não,amar não é desamar.
Não,amar não é deixar de gostar.
Não,amar não é desgostar.
Não,amar é um estado afetivo intenso embora neutro.
Aceitar um amor pode ser um ato de dignidade.
Rejeitar é desamar ou ser indiferente.
Detestar ou odiar podem não ser rejeitar,Só rejeita quem já amou.
Quem não amou não rejeita ao dizer que não ama.
É possível gostar muito e não amar.
É possível transar amorosamente e não amar.
É possível ter um sentimento de amor e não amar.
É possível querer um bem enorme sem amar.
Assim como é possível amar sem: "Gostar muito","querer bem" e "transar amorosamente".
Há quem você só ame quando está perto.
Há quem você só ama quando está longe
Há quem você ama na fantasia e de quem foge na realidade.
Mas aceitar um amor não é amar: É rejeitar depois.
Há quem ame o outro.
Há quem ame o amor.
Há quem ame as impossibilidades.
Há quem se deixe amar.
Há quem precise ser amado.
Há quem precise de amar.

Dedicar um amor,eis o amor!

Beijo