Título: O sonho
Autor: Fabio Machado
Nunca dantes rendi-me ao pranto
Como hoje faço em tua memória
Seduziu-me de pronto, no entanto
A lembrança de uma breve estória
Passos curtos demarcam a retirada
Traços firmes, amarguras do poeta
Fragilidades se fizeram por amá-la
Quando o tempo enfim deu o alerta
Tento escapar dobrando a esquina
Mas a sombra acompanha de perto
Então que a arte gaste minha sina
Até que a dor se acabe decerto
Sigo em frente na senda, errante
Sob às rédeas do amor irrestrito
Irradiando a minha luz vibrante
Até enccontrar meu par infinito
Pensei que era você que sairia de manhã pra colher as flores do quintal que estariam em nossa mesa, imaginei que tu sentirias o perfume dos meus incensos, que usaria meus chinelos largos em seus pés. Mas a camisa de gola e manga longa nunca foi sua única veste nas manhãs de domingo, tudo não passou de um sonho doce... A existência se mostrou vilã de qualquer razão aparente. Nem os sentimentos suportaram o peso da ironia da vida. O presente, sempre diminuto, não viveu o suficiente pra nos unir em seu passado de lembranças férteis, ficamos apenas na imaginação do futuro inquietante. Toda a subjetividade estava ali, manifesta em nosso desencontro, nada além de um instante amorfo em meio a conformidade de escolhas divergentes. Sim, eu fui cercado pelo seu nome e sua indiferença me ordenou príncipe de um reino solitário, onde a desamparada existência foi, enfim, derrotada pela plenitude da essência. Quando, então, chorei... não de tristeza, mas pelo transbordamento de um oceano de certezas ao encontrar a Verdade.
Saudações fraternais,
Fabio Machado
3 comentários:
Emocionante!Esse, mais que todos pede um comentário com delay.
Beijos
Cenas lindas me vieram na cabeça. Como ela colhendo flores do quintal, sentindo um cheirinho especial de incenso, usando seus chinelos largos.
Lindo, lindo. :)
Emocionante mesmo... mts coisas me passaram pela cabeça! Indescritiveis sentimentos...
Beijinhos!
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