Alguns podem pensar que eu fiquei maluco e por isso estou escrevendo esse blog, mas ao contrário disso escrevo-o para não "pirar na batatinha". Vivendo na era da informação já somos naturalmente compelidos a absorver (quero esse verbo intransitivo) e eu mais ainda, pois possuo em minha natureza um sentimento de busca incessante, sobretudo por sabedoria. Às vezes encho o saco, então eu ligo a televisão.
Pra complicar mais ainda, encontro poucas oportunidades para aliviar a pressão que todo esse conteúdo cria. Parece-me que as pessoas perderam a paciência pra conversar, desaprenderam, ou sei lá o que... Qualquer diálogo tem um viés negociatório, onde cada um luta para que sua verdade saia vencedora, ou seja, vivemos sucessivas negociações distributivas e não é à toa que muitos somos péssimos negociadores ! Esquecemos que é a partir da diferença que crescemos e o que eu mais quero é que as pessoas sejam diferentes, mas sendo ao mesmo tempo consistentes e pacientes... Bem, esse é assunto pra outro "post".
Existem vários obstáculos à felicidade sendo o principal deles o próprio Homem. Quando digo obstáculo, quero dizer uma dificuldade e não uma barreira intransponível, portanto entendo que esses contratempos podem e devem ser superados.
Mantendo uma coerência necessária com meu texto inaugural, penso realmente que ser feliz é uma questão de escolha, mas talvez não seja possível para todos. Não escolhemos ser felizes por muitas razões e vou escrever sobre algumas delas.
Frequentemente confundimos ou interpretamos felicidade como alegria... O principal problema dessa associação é que tristeza passa a ser o oposto de felicidade e como todos nós ficamos tristes por vezes, a vida se torna uma roda gigante, instável e de sentido imprevisível. Surge, então, um natural impulso de refutarmos essa tristeza para que fiquemos somente com a felicidade, mas ao perceber que esse controle é impossível, ficaremos tristes novamente. Logo, penso que a tristeza apenas faz parte da vida e mais ainda, faz parte da felicidade. Dentro do meu entendimento, procuro e sempre encontro um lado bom e consequentemente feliz em qualquer evento, mesmo nos tristes. Acima de tudo, isso me lembra que eu sou feliz mesmo que eu esteja triste e isso, sim, me traz alegria.
Mesmo os que consideram a felicidade como um estado de espírito às vezes não se comprometem com a sua busca. Ser feliz não é algo que se alcança, mas algo que se persegue. Parou, perdeu, "playboy" !
Outra grande dificuldade é quando enxergamos a felicidade num elemento mundano qualquer, como por exemplo drogas, comida, esporte, profissão, religião... Nem preciso dizer que isso pra mim não faz o menor sentido, porque por mais tentador e prazeroso que esse objeto possa ser, se ele desaparece ou não se sustenta, a felicidade simplesmente se esvai. Entre esses elementos supracitados, o mais comum é que ele seja outra pessoa. Transformamo-la automaticamente num herói, que salvará nossa vida e nos trará a felicidade eterna. Ledo engano !
Sinto lhes dizer que o máximo que encontraremos são "Batmans" e "Batwomans", que podem até ter dinheiro, mas certamente não têm o maravilhoso "cinto de utilidades". Parece, então, que alguns psicanalistas estavam certos quando disseram que todos nós temos traumas, heróis ou não.
Além da paródia que será a imagem burlesca do herói sombrio e falível, temos que nos afastar da ilusão dos contos de fadas, se estes são compreendidos literalmente como descritos nos livros.
Creio que os escritores queriam que nós percebêssemos ao ler estórias como a da Branca de Neve que elas são tão possíveis quanto reais, mas que essa realidade fundamental só se manifesta quando entendemos que "Branca de Neve" certamente ficava de saco cheio daquele anão rabugento e surtou furiosa quando a carruagem virou abóbora. O príncipe se sentiu atraído pela segunda moçoila em quem testou o sapato de cristal, foi seduzido pela quinta e entrou em depressão depois da décima primeira tentativa fracassada. Esses episódios foram relegados à criatividade dos leitores, porque o importante é que os dois acreditaram no amor e seguiram em frente, em meio a erros e acertos, caindo e levantando, mas sempre fiéis à sua fé, à fé no amor. Por isso, e só por isso, eles viveram felizes para sempre !
Finalmente, o que mais me atrapalha na busca da minha felicidade são os infelizes, aqueles que sequer têm consciência do próprio direito de escolha, do próprio livre-arbítrio. Esses entes obviamente dão sentido à felicidade, porque ela só existe porque eles não a são. Entretanto, até hoje fui incapaz de pensar num sistema filosófico que me convença de maneira satisfatória do porquê dessa aparente parcialidade da vida.
Se não fosse a minha fé eu diria, e já disse, que ser feliz é impossível. Aliás, fé foi o que faltou a Nietzsche, porque Deus não pode estar morto... daqui nascerá um futuro "post".
Para não ficar dúvida... fé e crença na minha opinião são obviamente conceitos diferentes, aliás, fé é o elemento mais importante da vida, porque é o que nos conecta com alguma "coisa" além dela, sem que precisemos entendê-la (essa "coisa") ou até mesmo percebê-la. Posso chamá-la de conjunção divina.
Ela também tem uma outra característica interessante que é a não dualidade. Estamos todos cercados de duplas, como bem e mal, certo e errado, crença e descrença... mas a fé não possui oposto óbvio e desde que pensei nisso eu me pergunto: por que ? Se não fossem as horas inúteis que eu passo pensando no futuro eu já teria descoberto !
Saudações fraternais.
Fabio Machado.
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Felicitações aos políticos eleitos
Começa agora uma nova jornada em vossas vidas políticas. Será preciso ser cauteloso em seus atos e no que acreditam ser correto. Será imperativo agir com equilíbrio, prudência e humanidade, para que a confiança excessiva não os torne incautos e a desconfiança imponderada não os faça intolerantes.
Podemos suportar a adversidade, mas é pelo poder que provamos o caráter de um cristão, que perpetua na retidão, mesmo que não haja quem a certifique.
A constante preocupação de vossas senhorias não devem ser os gritos dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos inidôneos, dos amorais, mas sim o silêncio dos bons, pois há entre nós aqueles que enlouqueceram por quererem ser muito, mas não há um só que tenha caído em devaneios por querer ser bom.
Outrossim, procurem conhecer o inimigo e mantenham com este uma relação essencialmente amistosa, pois entre outras coisas, sempre há a possibilidade de que algum dia ele se converta num amigo.
Enfim, em seus íntimos acreditem que a missão do político não é a de agradar todos, mas sim de atuar por todos e para todos, e que o grande erro daquele em seus negócios públicos é consagrar-se com eles, pois em última instância sois apenas um meio e não um fim.
Saudações fraternais,
Fabio Machado.
Podemos suportar a adversidade, mas é pelo poder que provamos o caráter de um cristão, que perpetua na retidão, mesmo que não haja quem a certifique.
A constante preocupação de vossas senhorias não devem ser os gritos dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos inidôneos, dos amorais, mas sim o silêncio dos bons, pois há entre nós aqueles que enlouqueceram por quererem ser muito, mas não há um só que tenha caído em devaneios por querer ser bom.
Outrossim, procurem conhecer o inimigo e mantenham com este uma relação essencialmente amistosa, pois entre outras coisas, sempre há a possibilidade de que algum dia ele se converta num amigo.
Enfim, em seus íntimos acreditem que a missão do político não é a de agradar todos, mas sim de atuar por todos e para todos, e que o grande erro daquele em seus negócios públicos é consagrar-se com eles, pois em última instância sois apenas um meio e não um fim.
Saudações fraternais,
Fabio Machado.
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Inauguração
Meu nome é Fabio, tenho 31 anos e moro no Rio de Janeiro.
Existem três tipos de pessoa: aquelas que são públicas, aquelas que não o são e aquelas que pouco se importam com o que são socialmente. Eu sou do terceiro tipo...
Digo isso, pois para cada indivíduo existem sempre duas alternativas, viver em sociedade ou viver fora dela, porém é impossível se isolar socialmente, pois se estamos nos afastando de "alguma coisa" já estamos fazendo referência a esta e, portanto, interligados em algum nível.
Um dia escolhi viver em sociedade, contudo, sem me importar demasiadamente com o meu eu social. É um grande e contínuo desafio, mas tenho fé que vale a pena.
Criei esse blog com o intuito de evidenciar algumas passagens da minha vida, filosofias de mesa de bar, reflexões imbecis, poesias e opiniões, salvo em momentos de breve lucidez, desatinadas. Isso foi em outubro de 2007, mas só agora, um ano depois, estou inaugurando-o.
Ontem, dia 26 de outubro de 2008, eu estava no meio de uma noite insone, repleto de sinapses turbulentas, quando lembrei do meu blog latente.
Senti uma vontade enorme de escrever e só me faltava um bom argumento. Minha mente, buscando sempre uma consonância cognitiva com a minha emoção, lembrou-se de um interessante pensamento de uma personalidade política, o qual entendi da seguinte maneira: cada grande mudança em nossa essência deve ser registrada de maneira ampla, clara e honesta. Reforcei esse argumento com um aprendizado recente, crucial pro resto da minha jornada terrena: Auto-terapia tem limite.
Desde muito cedo eu assumi um papel social de ouvinte, de pseudo-terapeuta, de conciliador, de pai (apesar de não possuir filhos biológicos) e aprendi naturalmente a ajudar as pessoas e tentar despertar nelas o que tinham de melhor. Quase sempre consegui, fiz muitas amizades, pouquíssimas e inexplicáveis inimizades e "percebendo" cuidadosamente o comportamento de todos aprendi muito, inclusive a me ajudar. Sou basicamente um bom reparador...
Com o tempo, essa ajuda repetitiva se tornou um hábito e esse uma cultura, que de tão enraizada fez com que alguns entendessem que eu era detentor de um equilíbrio inabalável e de serenidade eterna. Nada de errado nisso, apenas falso. A minha "queda" sempre foi uma raridade possível que casualmente nunca tinha acontecido.
Percebi após uma resolução pessoal desconcertante e uma mudança radical em minha vida pessoal presente que podemos sim atuar como nossos próprios terapeutas e digerir nossas frustrações como uma refeição quente, mas tendo sempre em mente que a gula caminha de mãos dadas com a congestão. A medida que processamos nossas decepções e infelicidades sozinhos, corremos o risco de gerar um fluxo contínuo de informações circunscritas ao nosso ser, que cresce como uma bola de neve devastadora.
Entretanto, uma alternativa simples para evitar um estrago psíquico-emocional é desabafar. Desabafar significa criar um novo fluxo, dessa vez para fora, quebrando o ciclo, direcionando o caos das idéias, a essa altura possivelmente caóticas e insanas, para longe de si. E nada melhor do que um diário virtual para essa tarefa, onde podemos nos dirigir ao mesmo tempo para alguém e para ninguém, dependendo apenas da nossa necessidade e imaginação.
Espero que essas palavras escritas também nos ajudem de alguma maneira. Nesse meu universo particular, ao mesmo tempo individual e coletivo, eu pretendo discorrer sobre os meus valores e não sobre qualquer senso comum ou incomum. Nele, a felicidade como eu a entendo é o grande objetivo, pois alegria e tristeza são apenas estados mentais passageiros, mas felicidade é um estado de espírito, esse último, eterno. Essa epistemologia filosófica nos dá o direito de escolha e portanto podemos ser felizes. Para experimentar a felicidade não precisamos de religião, cultura, conhecimento, inteligência, bens ou qualquer elemento mundano, mas sim de fé, seja em Deus, no amor, na vida, na morte, na vida depois da morte, em várias vidas ou em nenhuma vida (Matrix ?). Ser feliz é uma questão de entrega.
Aqui ficará registrada a minha entrega honrosa, a minha vida em verso e prosa. Sigamos em frente.
Sejam bem-vindos !
Saudações fraternais.
Existem três tipos de pessoa: aquelas que são públicas, aquelas que não o são e aquelas que pouco se importam com o que são socialmente. Eu sou do terceiro tipo...
Digo isso, pois para cada indivíduo existem sempre duas alternativas, viver em sociedade ou viver fora dela, porém é impossível se isolar socialmente, pois se estamos nos afastando de "alguma coisa" já estamos fazendo referência a esta e, portanto, interligados em algum nível.
Um dia escolhi viver em sociedade, contudo, sem me importar demasiadamente com o meu eu social. É um grande e contínuo desafio, mas tenho fé que vale a pena.
Criei esse blog com o intuito de evidenciar algumas passagens da minha vida, filosofias de mesa de bar, reflexões imbecis, poesias e opiniões, salvo em momentos de breve lucidez, desatinadas. Isso foi em outubro de 2007, mas só agora, um ano depois, estou inaugurando-o.
Ontem, dia 26 de outubro de 2008, eu estava no meio de uma noite insone, repleto de sinapses turbulentas, quando lembrei do meu blog latente.
Senti uma vontade enorme de escrever e só me faltava um bom argumento. Minha mente, buscando sempre uma consonância cognitiva com a minha emoção, lembrou-se de um interessante pensamento de uma personalidade política, o qual entendi da seguinte maneira: cada grande mudança em nossa essência deve ser registrada de maneira ampla, clara e honesta. Reforcei esse argumento com um aprendizado recente, crucial pro resto da minha jornada terrena: Auto-terapia tem limite.
Desde muito cedo eu assumi um papel social de ouvinte, de pseudo-terapeuta, de conciliador, de pai (apesar de não possuir filhos biológicos) e aprendi naturalmente a ajudar as pessoas e tentar despertar nelas o que tinham de melhor. Quase sempre consegui, fiz muitas amizades, pouquíssimas e inexplicáveis inimizades e "percebendo" cuidadosamente o comportamento de todos aprendi muito, inclusive a me ajudar. Sou basicamente um bom reparador...
Com o tempo, essa ajuda repetitiva se tornou um hábito e esse uma cultura, que de tão enraizada fez com que alguns entendessem que eu era detentor de um equilíbrio inabalável e de serenidade eterna. Nada de errado nisso, apenas falso. A minha "queda" sempre foi uma raridade possível que casualmente nunca tinha acontecido.
Percebi após uma resolução pessoal desconcertante e uma mudança radical em minha vida pessoal presente que podemos sim atuar como nossos próprios terapeutas e digerir nossas frustrações como uma refeição quente, mas tendo sempre em mente que a gula caminha de mãos dadas com a congestão. A medida que processamos nossas decepções e infelicidades sozinhos, corremos o risco de gerar um fluxo contínuo de informações circunscritas ao nosso ser, que cresce como uma bola de neve devastadora.
Entretanto, uma alternativa simples para evitar um estrago psíquico-emocional é desabafar. Desabafar significa criar um novo fluxo, dessa vez para fora, quebrando o ciclo, direcionando o caos das idéias, a essa altura possivelmente caóticas e insanas, para longe de si. E nada melhor do que um diário virtual para essa tarefa, onde podemos nos dirigir ao mesmo tempo para alguém e para ninguém, dependendo apenas da nossa necessidade e imaginação.
Espero que essas palavras escritas também nos ajudem de alguma maneira. Nesse meu universo particular, ao mesmo tempo individual e coletivo, eu pretendo discorrer sobre os meus valores e não sobre qualquer senso comum ou incomum. Nele, a felicidade como eu a entendo é o grande objetivo, pois alegria e tristeza são apenas estados mentais passageiros, mas felicidade é um estado de espírito, esse último, eterno. Essa epistemologia filosófica nos dá o direito de escolha e portanto podemos ser felizes. Para experimentar a felicidade não precisamos de religião, cultura, conhecimento, inteligência, bens ou qualquer elemento mundano, mas sim de fé, seja em Deus, no amor, na vida, na morte, na vida depois da morte, em várias vidas ou em nenhuma vida (Matrix ?). Ser feliz é uma questão de entrega.
Aqui ficará registrada a minha entrega honrosa, a minha vida em verso e prosa. Sigamos em frente.
Sejam bem-vindos !
Saudações fraternais.
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