quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Sexo e matemática

Navegando pelo universo blogueiro me deparei com um diário bem interessante chamado EU DOU PARA IDIOTAS. A escritora, chamada Pati, fala de relacionamentos de uma maneira... digamos assim... livre. (risos)

É bem interessante, num estilo jovial, leve, como deveria ser mesmo, porque ela tem uns vinte e poucos anos, poucos idiotas na bagagem e muitos ainda pela frente, (in)felizmente.

Depois que eu li, indiquei pra uns amigos e esses dias um deles veio me falar de um post sobre sexo e matemática. Fiquei curioso, mas só ontem fui ler. Por fim, acabei compelido a escrever uma contestação.

Na verdade, ela escreveu três textos sobre o assunto, mas a motivação original é um livro que se eu não me engano já li, onde a autora fala que devemos ter doze relacionamentos antes de encontrar nosso grande amor. Pati foi pesquisar a origem desse número cabalístico e acabou por propor uma nova fórmula para a busca do cônjuge ótimo.

Não vou descrever o método em detalhes, mas em resumo, a idéia é encontrar o melhor parceiro possível num universo de N potenciais candidatos e ficar com ele. Foi feita uma analogia onde os candidatos são representados por bolinhas numeradas dentro de um saco, cada uma com um número único qualquer (para os exatos, podendo variar de menos infinito a mais infinito). O processo de escolha do parceiro é representado por um sorteio e pra simplificar, as bolinhas sorteadas NÃO voltam para o saco, ou seja, são descartadas. Considerando que o saco tem N bolinhas quaisquer, existe uma fórmula que determina a maior probabilidade de sortearmos a bolinha de maior número após T tentativas, sendo que existe um T ideal para um dado N.
Traduzindo para o universo dos relacionamentos, vamos dando notas para os candidatos com os quais nos deparamos ao longo da vida e tentamos escolher o(a) melhor parceiro(a) com o qual iremos ficar após T avaliações / valorações.

Segundo a pesquisa, para um N igual a 100 devemos avaliar 38 pessoas e dar notas para todas. A partir da trigésima nona, a pessoa que receber a maior nota deverá ser escolhida. Essa estratégia nos dá 37% de chance de selecionarmos o par ideal, o grande amor.

Reparem que estou falando de probabilidade, não de certezas !

Na minha opinião, a grande falha dessa analogia é que se existe uma maneira de encontrar o melhor parceiro possível, podemos premissar que há um número grande de pessoas utilizando tal método e nesse caso, nós tendemos a ser sorteadores e bolinhas ao mesmo tempo. (risos)
Surge, nesse caso, um novo problema, onde não basta que sorteemos a bolinha de maior número, também precisamos ser a bolinha de maior número sorteada pelo outro.

Alguém pode até dizer que essa dificuldade seria um estímulo para que nós tentássemos nos tornar bolinhas mais "valiosas", só que percepção de valor é algo bem subjetivo e a nota que nos damos raramente é a mesma que os outros nos dão, portanto, temos aqui uma meta muito mais difícil que a original e entendo que o modelo matemático proposto se torna inadequado.
De fato, quando eu li que havia 37% de chance de sucesso, achei um percentual muito alto !

Enfim, como eu vivo num limbo entre racionalidade e emotividade eu costumo enxergar a realidade como uma conjunção de aspectos correlatos e interdependentes. Não consigo ver a vida como uma simples soma de partes, mas sim como um todo holístico amorfo. Pra mim a matemática e o amor só se unem em Deus...


Saudações fraternais,

Fabio Machado.